
Entretanto,
o que alguns sociólogos e filósofos corriqueiramente se esquecem de debater são
os aspectos negativos da globalização, pois seus efeitos considerados benéficos
ultrapassam os prejuízos e degenerações provocadas pelo processo. A falta de
uma distribuição equitativa das riquezas geradas pelas sociedades, é um dos
problemas mais alarmante da atualidade. Estatísticas socioeconômicas apontam
que o mundo é capaz de produzir todo o alimento que os habitantes necessitam,
porém, a falta de uma distribuição alimentícia igualitária provoca a morte de
várias pessoas por dia em decorrência da desnutrição súbita.
Não
devemos, partindo-se de uma análise conjuntural, apresentar tão-somente as
objeções ao processo de globalização, uma vez que esse fenômeno também
acarretou em melhorias significativas para a população. Basta ressaltar que o
avanço científico proporcionou, principalmente concernente aos aspectos
medicinais, melhorias suntuosas à sociedade. De uma perspectiva histórica, tais
melhorias fizeram com que a estrutura funcional das comunidades se remodelasse
de uma forma orgânica. Em outras palavras, a vida de milhões de pessoas mudou
radicalmente com o avanço da globalização e as melhorias científicas.
Devemos
ressaltar que, sob a ótica antropológica, não estamos devidamente preparados
para o convívio com comunidades de tradições culturais divergentes da nossa. Em
outras palavras, temos muita dificuldade em aceitar as diferenças, os
indivíduos com características distintas da nossa e com um protótipo de
organização peculiar. Partindo-se dessa premissa, torna-se evidente que as
inúmeras guerras que acontecem atualmente possuem uma motivação cultural, ou
seja, a falta de aceitação dos valores inerentes aos povos tradicionalmente
distintos provocam guerras e derramamento de sangue de civis inocentes.
O
Oriente médio, marcado pelas peculiaridades culturais, onde o Islamismo é a
marca mais visível dessas peculiaridades, caracterizado pela contínua
sistematização de conhecimentos dogmáticos e uma visão de mundo pragmaticamente
distinta. Essa visão, comparada com os valores dos povos Ocidentais,
evidenciando as disparidades entre as comunidades tradicionais, torna-se uma
motivação para a eclosão de conflitos na região.
Outra questão importante atualmente, que serve
como comprovação das distinções concernentes entre as sociedades foi o
acontecimento verificado no último dia 16. Uma jovem estudante, que morava na
índia, sofreu um estupro coletivo, e seu namorado foi covardemente espancado. A
explicação oferecida por um guru, líder espiritual da região, foi alvo de
polêmica e contestações.
"Esta tragédia não teria acontecido se ela
tivesse evocado o nome de Deus e caído sobre os pés de seus agressores. O erro
não foi cometido apenas de um lado", disse o líder espiritual em vídeo
publicado na internet.
(Folha de São Paulo 11 de janeiro de 2012).
Essa
questão é importante para avaliarmos as disparidades culturais entre as
comunidades atualmente, onde a estrutura funcional e a maneira pela qual se
organizam são completamente diferentes. Um fato encarado com perplexidade por
determinadas comunidades e líderes políticos e religiosos, pode ser avaliado
com naturalidade por outros. Entrementes, o que se verifica, analisando a forma
pela qual a mídia retrata determinados assuntos, é que há uma imparcialidade na
abordagem de questões importantes na interação de alguns fenômenos. O aspecto
político e social é mascarado pelas belezas naturais e a “perfeição de uma
sociedade imperfeita”, isto é, a realidade é modificada e completamente
distorcida.
Por fim, historicamente
dizendo, esse fenômeno serve para evidenciar as singularidades do processo conhecido
por globalização, onde o conhecimento é circulado de uma forma intensa e
dinâmica. Entretanto, torna-se verificável que não há uma preparação
intelectual da maioria da população no sentido de aceitar as diferenças entre
as sociedades, entre seus mecanismos de organização e sua estrutura orgânica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário