segunda-feira, 28 de março de 2016

A Revolução Inglesa


A rainha Elizabeth I é carregada pelas ruas de Londres.
 Esse tipo de  cortejo servia para reforçar a ideia de que
o poder real estava acima de todos, inclusive do Parlamento
.

A Inglaterra do século XVI era governada por reis absolutistas, ou seja, que concentravam enorme poder, como Henrique VIII e sua filha Elisabeth I. Deve-se ressaltar que, principalmente no governo da rainha, houve uma busca incessante por riquezas, práticas de políticas mercantilistas e incentivo ao desenvolvimento econômico de uma maneira geral. Assim, no final de seu reinado, a Inglaterra tornou-se uma grande potência e, além disso, também se tornou a segunda maior potência naval da Europa, perdendo apenas para a Holanda.
No campo, outro grupo vinha enriquecendo: a pequena nobreza rural, chamada pelos ingleses de gentry. Quanto mais prosperavam, mais essa nobreza desejava terras para produzir alimentos e criar ovelhas (para extração de lã). Para consegui-las, eles começaram a cercar seus domínios, expulsando as famílias de camponeses que lá viviam. A essa prática deu-se o nome de cercamento.
No que concerne aos aspectos religiosos, tanto a burguesia quanto os membros da nobreza rural (gentry), seguiam a religião puritana, derivada do protestantismo. Eles afirmavam que a igreja devia ser independente do Estado. Porém, os reis ingleses praticavam o anglicanismo, que havia sido fundado pelo rei Henrique VIII. O rei é o chefe da Igreja Anglicana.
A imposição provocou forte oposição dos puritanos que, em sua maioria, compunham o parlamento, especialmente a Câmara dos Comuns. Todavia, a Câmara dos Lordes era controlada pela alta nobreza e pelo alto clero. Aliado a esse episódio, o rei Jaime I, da dinastia Stuart, decidiu criar novos impostos e aumentar os existentes, deixando os gentry e o parlamento insatisfeitos. Com isso, os parlamentares se recusaram a aprovar essas medidas e, em represália, o rei mandou fechar o parlamento, na tentativa de concentrar ainda mais os poderes em suas mãos (absolutismo).
Decidido impor seu poder, o rei agiu com violência: invadiu o parlamento, com a finalidade, sobretudo, de prender os principais líderes da oposição. Porém, estes se retiraram e se unira às tropas armadas para combater o absolutismo do rei. Iniciou-se uma guerra civil, ou seja, uma guerra que evolvia personagem que viviam na Inglaterra.
Dois grupos antagônicos se formaram: de um lado, o exército do rei, chamados de cavaleiros, por sua origem nobre; por outro o exército do parlamento, que eram conhecidos como cabeças redondas, pois usavam cabelos curtos (os nobres usavam cabelos longos ou perucas).

Oliver Cromwell,
Sob o comando de Oliver Cromwell, os cabeças redondas (exército do parlamento), obtiveram diversas vitórias. Essas vitórias aconteceram em decorrência da reformulação do exército promovido por Cromwell, onde os soldados passaram a ser remunerados de acordo com sua competência, e não por origem de nascimento. Em outras palavras, ele substituiu o critério de nascimento pelo de merecimento. Com isso, esse novo exército venceu (democrático e revolucionário) venceu o exército do rei, na Batalha de Naseby em 1645 (não se preocupe com datas).
O governo de Oliver Cromwell ficou marcado pela criação dos Atos de Navegação, um conjunto de leis que afirmava que todas as mercadorias que entrassem ou saíssem pelos portos da Inglaterra, só podiam ser transportadas em navios pertencentes aos próprios ingleses. Essas leis favoreceram os burgueses ingleses (grandes comerciantes) e, em contrapartida, prejudicaram os comerciantes holandeses, que lucravam com o transporte de produtos para a Inglaterra.
Deve-se ressaltar que esse conflito de interesses culminou numa guerra entre os dois países. A Inglaterra venceu a Holanda e passou a liderar o comércio nos mares, tornando-se a maior potência naval do mundo. Com isso, Cromwell aproveitou a vitória inglesa para ampliar seu poder, tornando seu cargo hereditário e vitalício. Por isso, após a sua morte, em 1658, o poder passou às mãos de seu filho Ricardo.
Porém, assim que o novo rei assumiu o trono, recomeçaram as agitações sociais e políticas da ditadura republicana. Com isso, Ricardo renunciou ao trono, diante da pressão dos chefes militares e a oposição do parlamento. Novos parlamentares foram eleitos e decidiram retomar a monarquia. E, com isso, em 1660, Carlos II (filho do rei decapitado pelo parlamento após a guerra civil, Jaime I), da dinastia Stuart, foi coroado rei da Inglaterra.
Carlos II se declarava rei por direito divino (ideia de que ele assumiu a função porque Deus assim desejava), embora soubesse que, de fato, era por vontade do Parlamento. Durante seu reinado, tentou acumular poderes em suas mãos (voltar com as práticas do absolutismo), gerando, mais uma vez, uma acentuada insatisfação entre os parlamentares.

Com isso, o Parlamento, comandado pela burguesia e pala gentry, reuniu tropas para derrubar o rei. Jaime II, irmão e sucessor de Carlos II, abandonou o trono antes que as tropas chegassem. Com isso, os parlamentares entregou o trono nas mãos do príncipe holandês Guilherme de Orange. Em troca, exigiu que o novo rei respeitasse o parlamento. Esse episódio ficou conhecido como Revolução Gloriosa, pelo fato de o parlamento ter vencido a disputa sem derramamento de sangue. 

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