A rainha Elizabeth I é carregada pelas ruas de Londres. Esse tipo de cortejo servia para reforçar a ideia de que o poder real estava acima de todos, inclusive do Parlamento. |
A Inglaterra do século XVI
era governada por reis absolutistas, ou seja, que concentravam enorme poder,
como Henrique VIII e sua filha Elisabeth I. Deve-se ressaltar que,
principalmente no governo da rainha, houve uma busca incessante por riquezas,
práticas de políticas mercantilistas e incentivo ao desenvolvimento econômico de
uma maneira geral. Assim, no final de seu reinado, a Inglaterra tornou-se uma
grande potência e, além disso, também se tornou a segunda maior potência naval
da Europa, perdendo apenas para a Holanda.
No campo, outro grupo
vinha enriquecendo: a pequena nobreza rural, chamada pelos ingleses de gentry. Quanto mais prosperavam, mais
essa nobreza desejava terras para produzir alimentos e criar ovelhas (para
extração de lã). Para consegui-las, eles começaram a cercar seus domínios,
expulsando as famílias de camponeses que lá viviam. A essa prática deu-se o
nome de cercamento.
No que concerne aos
aspectos religiosos, tanto a burguesia quanto os membros da nobreza rural
(gentry), seguiam a religião puritana, derivada do protestantismo. Eles
afirmavam que a igreja devia ser independente do Estado. Porém, os reis
ingleses praticavam o anglicanismo, que havia sido fundado pelo rei Henrique
VIII. O rei é o chefe da Igreja Anglicana.
A imposição provocou forte
oposição dos puritanos que, em sua maioria, compunham o parlamento,
especialmente a Câmara dos Comuns. Todavia,
a Câmara dos Lordes era controlada
pela alta nobreza e pelo alto clero. Aliado a esse episódio, o rei Jaime I, da dinastia Stuart, decidiu criar novos impostos e
aumentar os existentes, deixando os gentry e o parlamento insatisfeitos. Com isso,
os parlamentares se recusaram a aprovar essas medidas e, em represália, o rei
mandou fechar o parlamento, na tentativa de concentrar ainda mais os poderes em
suas mãos (absolutismo).
Decidido impor seu poder,
o rei agiu com violência: invadiu o parlamento, com a finalidade, sobretudo, de
prender os principais líderes da oposição. Porém, estes se retiraram e se unira
às tropas armadas para combater o absolutismo do rei. Iniciou-se uma guerra civil,
ou seja, uma guerra que evolvia personagem que viviam na Inglaterra.
Dois grupos antagônicos se
formaram: de um lado, o exército do rei, chamados de cavaleiros, por sua origem
nobre; por outro o exército do parlamento, que eram conhecidos como cabeças
redondas, pois usavam cabelos curtos (os nobres usavam cabelos longos ou perucas).
Oliver Cromwell, |
Sob o comando de Oliver Cromwell, os cabeças redondas
(exército do parlamento), obtiveram diversas vitórias. Essas vitórias
aconteceram em decorrência da reformulação do exército promovido por Cromwell,
onde os soldados passaram a ser remunerados de acordo com sua competência, e
não por origem de nascimento. Em outras palavras, ele substituiu o critério de
nascimento pelo de merecimento. Com isso, esse novo exército venceu
(democrático e revolucionário) venceu o exército do rei, na Batalha de Naseby em 1645 (não se
preocupe com datas).
O governo de Oliver
Cromwell ficou marcado pela criação dos Atos
de Navegação, um conjunto de leis que afirmava que todas as mercadorias que
entrassem ou saíssem pelos portos da Inglaterra, só podiam ser transportadas em
navios pertencentes aos próprios ingleses. Essas leis favoreceram os burgueses
ingleses (grandes comerciantes) e, em contrapartida, prejudicaram os
comerciantes holandeses, que lucravam com o transporte de produtos para a
Inglaterra.
Deve-se ressaltar que esse
conflito de interesses culminou numa guerra entre os dois países. A Inglaterra
venceu a Holanda e passou a liderar o comércio nos mares, tornando-se a maior
potência naval do mundo. Com isso, Cromwell aproveitou a vitória inglesa para
ampliar seu poder, tornando seu cargo hereditário e vitalício. Por isso, após a
sua morte, em 1658, o poder passou às mãos de seu filho Ricardo.
Porém, assim que o novo
rei assumiu o trono, recomeçaram as agitações sociais e políticas da ditadura
republicana. Com isso, Ricardo renunciou ao trono, diante da pressão dos chefes
militares e a oposição do parlamento. Novos parlamentares foram eleitos e
decidiram retomar a monarquia. E, com isso, em 1660, Carlos II (filho do rei
decapitado pelo parlamento após a guerra civil, Jaime I), da dinastia Stuart,
foi coroado rei da Inglaterra.
Carlos
II se declarava rei
por direito divino (ideia de que ele assumiu a função porque Deus assim
desejava), embora soubesse que, de fato, era por vontade do Parlamento. Durante
seu reinado, tentou acumular poderes em suas mãos (voltar com as práticas do
absolutismo), gerando, mais uma vez, uma acentuada insatisfação entre os
parlamentares.
Com isso, o Parlamento,
comandado pela burguesia e pala gentry, reuniu tropas para derrubar o rei.
Jaime II, irmão e sucessor de Carlos II, abandonou o trono antes que as tropas
chegassem. Com isso, os parlamentares entregou o trono nas mãos do príncipe
holandês Guilherme de Orange. Em troca,
exigiu que o novo rei respeitasse o parlamento. Esse episódio ficou conhecido
como Revolução Gloriosa, pelo fato
de o parlamento ter vencido a disputa sem derramamento de sangue.
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