terça-feira, 29 de março de 2016

A Revolução Industrial

            As características da Revolução Industrial possui transformações significativas no modo de produção. Os avanços tecnológicos permitiram mudanças no modo de vida e de produção, culminando, sobremaneira, no surgimento de movimentos sociais que repercutem ainda hoje nas sociedades contemporâneas.
            No que se refere à produção nas cidades medievais, existia o que chamamos de artesanato. Em outras palavras, todas as tarefas da produção de uma determinada mercadoria era feita pela mesma pessoa. Na confecção de sapatos, por exemplo, era o sapateiro que inventava os modelos, cortava o couro, costurava-o, colava-o e dava acabamento. Era comum os artesãos trabalharem em um cômodo de sua própria casa, além de decidir quantas horas trabalharia por dia, ou seja, tinha controle sobre o seu tempo.
            Deve-se ressaltar que foi na Inglaterra que se desenvolveram as primeiras máquinas movidas a vapor. Além disso, os ingleses também inauguraram a instalação de grandes fábricas, com enormes chaminés que lançavam fumaça muito escuram poluindo o ar e causando graves doenças respiratórias. Entre as condições que favoreceram o pioneirismo inglês, podemos citar:
·      Os capitais acumulados por meio da pirataria;
·   A mão-de-obra barata e farta, uma vez que os camponeses foram expulsos de suas terras no processo conhecido como cercamentos;
·      A existência de ricas minas de carvão e ferro (necessário para a indústria);
·      A força crescente do calvinismo, que não condenava o lucro e pregava uma vida voltada para o trabalho;
·      A posição geográfica, uma vez que o fato de a Inglaterra ser uma ilha favoreceu sua indústria naval e seu comércio marítimo, contribuindo para preservar o país das guerras que devastavam a Europa continental;
A primeira indústria a utilizar máquinas foi a de tecidos de algodão. Interessados em produzir tecido de boa qualidade a um custo mais baixo, os capitalistas ingleses passaram a oferecer prêmios em dinheiro para quem inventasse máquinas de fia e tecer. Além disso, existia a necessidade de produzir fios em maior número e de melhor qualidade. Outro invento importante da Revolução Industrial foi a máquina a vapor, que passou a ser utilizada como fonte de energia, que substituía a energia muscular, a energia do vento e a força da água.
Esses avanços tecnológicos culminaram na criação de inventos que iria revolucionar os meios de transporte em princípios do século XIX: o barco a vapor e a locomotiva. Como consequência desses eventos, o transporte de mercadorias e de pessoas tornou-se mais rápido, mais barato e mais seguro, o que contribuiu decisivamente para ampliar os mercados e impulsionar a industrialização.
Deve-se enfatizar que, durante o processo de revolução industrial, houve a consolidação do modo de produção capitalista, que se baseia no trabalho assalariado e na busca incessante por lucros. Além disso, surgiram duas novas classes sociais: a burguesia industrial (donos das matérias-primas, das fábricas e das máquinas) e o operariado urbano (que trocava sua força de trabalho por um salário). Houve também, sobretudo, o aumento da divisão do trabalho – cada trabalhador passava a fazer apenas uma tarefa. 

Críticas de Charles Chaplin ao ritmo do trabalhador ditado pelas máquinas
Apesar de avanços importantes no processo de avanço da industrialização, alguns problemas se tornavam evidentes. O primeiro deles foi o aumento de desempregados, pois as máquinas passaram a substituir o trabalho que antes era exercido pelos homens. Além disso, no interior das fábricas, as crianças e as mulheres trabalhavam de quatorze a dezoito horas por dia e recebia apenas um terço do salário dos homens. Era comum que as mulheres serem castigadas se fizessem qualquer tipo de brincadeira, erro ou atraso no trabalho.
Esse período também é marcado pela ausência de um conjunto de leis que favorecessem a vida dos trabalhadores. Se as mulheres ficassem grávidas eram imediatamente demitidas e, se sofressem algum acidente também eram colocadas no olho da rua. O governo favorecia mais os burgueses do que os operários.
Diante da situação de extrema exploração, os trabalhadores se uniram em movimentos que tinham a finalidade de reverter sua situação. O primeiro desses movimentos ficou conhecido como Ludismo, que consideravam que a mecanização era responsável pela falta de trabalho e por isso destruíam máquinas. O governo inglês reprimiu os ludistas violentamente, chegando a enforcar treze líderes desse movimento em 1813.
Os trabalhadores também se uniram em associações operárias (os sindicatos), que exigiam redução da jornada de trabalho, abolição dos castigos físicos e aumento dos salários. Nessas associações, os trabalhadores arrecadavam dinheiro que era utilizado para dar assistência aos operários que necessitavam de um apoio.
Por último, surgiu também um movimento conhecido como cartismo, onde os trabalhadores escreviam cartas ao parlamento. Nessas cartas os operários exigiam melhores condições de vida e de trabalho, salários dignos e o voto universal. Depois de décadas de luta, em que milhares de trabalhadores instituíram leis trabalhistas, como redução de jornada de trabalho, regulamentação do trabalho das mulheres e descanso semanal.
Até meados do século XIX, diversas empresas passaram a funcionar sem grandes recursos, predominando as chamadas pequenas empresas familiares. Como os recursos que sustentavam a produção eram obtidos pela dinâmica da própria indústria, essa fase é conhecida como a era do capitalismo industrial. Porém, a partir de 1880, as novas atividades econômicas exigiam grandes investimentos. Com isso, as instituições bancárias assumiram um papel central, financiando as produções industrial, agrícola e mineral em cada país. Começava, sobremaneira, a era do capitalismo financeiro.
A partir da Segunda Revolução Industrial, grandes e poderosas empresas começaram a se formar. Tais empresas resultaram principalmente na criação das práticas abaixo:
·      Truste: Associação de empresas de um mesmo ramo que se fundem com o objetivo de controlar os preços, a produção e o mercado;
·      Cartel: Agrupamento de empresas independentes que estabelecem acordos com o propósito de dividir o mercado e combater os concorrentes.
·      Holding: Empresa que controla uma série de outras empresas, do mesmo ramo ou de setores diferentes, mediante a posse majoritária das ações dessas empresas.
Deve-se ressaltar que as associações de empresas promoveram imensa concentração de capital nas mãos de grupos econômicos, os chamados oligopólios, em prejuízo das pequenas empresas e da livre concorrência.  Com isso, formara-se as chamadas transnacionais, grandes empresas com filiais em diversos países.
 
 



 





 

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