quarta-feira, 2 de março de 2016

A Revolução Industrial

            Chamamos de Revolução Industrial a rápida transformação ocorrida na sociedade inglesa e, posteriormente européia, em meados do século XVIII. O setor da indústria cresceu de uma forma significativa e modificou as relações interpessoais em todas as esferas, inaugurando um novo modelo econômico, o capitalismo industrial. Com isso, verificamos que a produção de mercadorias aumentou ainda mais.
            Devemos frisar, nesse primeiro momento, que a instalação de fábricas aumentou de uma maneira avassaladora, contribuindo para uma transformação no espaço geográfico. Os trabalhadores que saíram do campo para os centros urbanos procuravam construir suas casas perto das fábricas, com o objetivo de diminuir os custos dos transportes. No entanto, nem todos tinham condições financeiras para tal empreendimento, indo parar nos morros, formando as primeiras favelas. Somos obrigados a ressaltar que a vida do Ser Humano passou a ser regulado pelas máquinas, tendo que trabalhar mais horas por dia e sendo obrigado a produzir mais mercadorias. O lucro tornou-se a palavra-chave do momento. Os proprietários das fábricas apenas se importavam com a intensificação de produção de objetos destinados à venda.
            Com isso, duas novas classes sociais se destacaram no período. De um lado, a burguesia, portadora do capital e que procurava investir nas indústrias, com a finalidade de obter lucros com a venda de mais mercadorias. De outro, temos os proletários, (a origem de tal nome consiste no fato de que esses trabalhadores possuíam apenas uma única riqueza: sua prole, ou seja, seus filhos) e que por isso deveriam vender sua força de trabalho para se sustentar, sendo explorados pelos patrões, que os obrigavam a trabalhar mais de 14 horas por dia. Sem contar que os trabalhadores das fábricas não tinham qualquer tipo de benefícios, ou seja, não possuíam direito a férias remuneradas, os salários eram baixos, sofriam castigos físicos de seus patrões, não tinham direito ao 13º salário, ao auxílio doença, etc.
            Podemos relembrar as cenas do filme que assistimos na sala de aula (Tempos Modernos, de Charlie Chaplin), que retrata como era a vida dos trabalhadores no interior de uma fábrica na Inglaterra. O filme mostra, de maneira engraçada, o quanto que a vida dos operários era regulada pelas máquinas, e os mecanismos encontrados pelos patrões para controlar a rotina de seus empregados. A divisão do trabalho, isto é, cada trabalhador sendo responsável por uma etapa do processo de fabricação de uma mercadoria, provocou a loucura do personagem principal, que queria “apertar” qualquer objeto que fosse semelhante ao parafuso.
            Não devemos pensar que os trabalhadores aceitaram de uma maneira pacífica essa situação. Num primeiro momento, verificamos a formação de um movimento conhecido como luddismo, onde os trabalhadores se uniram para quebrar as máquinas, como se elas fossem responsáveis pela sua condição de submissão e exploração. Logicamente que os patrões reagiram de uma forma bruta diante da situação, mandando prender e até mesmo assassinar os envolvidos nas agitações. Todavia, outra movimentação, agora mais organizada, ficou conhecida como cartismo, pois os principais líderes na luta por melhores condições de vida e de trabalho enviaram uma carta ao parlamento reivindicando melhorias na área trabalhista e a criação de uma legislação que contribuísse para a elevação do nível de vida do operário.
            No entanto, duas ideologias se destacaram no período pela tentativa de encontrar uma solução para os problemas enfrentados pelos trabalhadores. O primeiro ficou conhecido como Socialismo Utópico, pois apresentava um conjunto de idéias que propunha a melhoria de vida dos operários, mas não diziam como colocá-las em prática. Tudo ficou no papel, pois os utópicos, como ficaram conhecidos os participantes desse movimento, não argumentavam sobre o caminho que deveriam percorrer para transformar a sociedade e promover modificações na vida dos operários.
            Contudo, uma corrente de pensamento mais radical e determinada, conhecida por Socialismo Científico (ou socialismo marxista), dos pensadores Karl Marx e Frederich Engels, propunha uma transformação profunda na sociedade. Ao contrário dos utópicos, esses socialistas apresentavam a maneira pela qual as transformações seriam colocadas em prática. Os trabalhadores fariam a revolução e derrubariam a ordem estabelecida. Seria o que chamamos de “ditadura do proletariado”, isto é, os trabalhadores das fábricas tomariam o poder e governariam de uma forma ditatorial.
            Devemos analisar, por fim, os motivos que fizeram com a Inglaterra fosse o primeiro país a se industrializar. Primeiramente, os ingleses souberam aproveitar os lucros que vieram do processo de colonização, isto é, eles utilizaram as riquezas retiradas das Treze Colônias (atual EUA) em investimentos na área industrial. (Ao contrário dos portugueses e espanhóis que usaram o ouro retirado do continente americano na construção de palácios e sustentação da nobreza). Além disso, na Inglaterra existia uma classe social que estava interessada em expandir sua industrialização, a burguesia. Foram os burgueses que ajudaram a derrubar definitivamente o absolutismo no país e a instalar o regime capitalista, ou seja, a busca incontrolável por lucros e aumento da linha de produção. Outro fator positivo para os ingleses foi a grande reserva de minério de ferro que existia no país, que favoreceu para a implantação de indústrias de grande porte. Enfim, diversos motivos fizeram com que os ingleses saíssem na frente no processo conhecido como Revolução Industrial.

            

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