A
Revolução Industrial
Chamamos de Revolução Industrial a
rápida transformação ocorrida na sociedade inglesa e, posteriormente européia,
em meados do século XVIII. O setor da indústria cresceu de uma forma
significativa e modificou as relações interpessoais em todas as esferas,
inaugurando um novo modelo econômico, o capitalismo
industrial. Com isso, verificamos que a produção de mercadorias aumentou
ainda mais.
Devemos frisar, nesse primeiro
momento, que a instalação de fábricas aumentou de uma maneira avassaladora,
contribuindo para uma transformação no espaço geográfico. Os trabalhadores que
saíram do campo para os centros urbanos procuravam construir suas casas perto
das fábricas, com o objetivo de diminuir os custos dos transportes. No entanto,
nem todos tinham condições financeiras para tal empreendimento, indo parar nos
morros, formando as primeiras favelas. Somos obrigados a ressaltar que a vida
do Ser Humano passou a ser regulado pelas máquinas, tendo que trabalhar mais
horas por dia e sendo obrigado a produzir mais mercadorias. O lucro tornou-se a palavra-chave do
momento. Os proprietários das fábricas apenas se importavam com a
intensificação de produção de objetos destinados à venda.
Com isso, duas novas classes sociais
se destacaram no período. De um lado, a
burguesia, portadora do capital e que procurava investir nas indústrias,
com a finalidade de obter lucros com a venda de mais mercadorias. De outro,
temos os proletários, (a origem de
tal nome consiste no fato de que esses trabalhadores possuíam apenas uma única
riqueza: sua prole, ou seja, seus filhos) e que por isso deveriam vender sua
força de trabalho para se sustentar, sendo explorados pelos patrões, que os
obrigavam a trabalhar mais de 14 horas por dia. Sem contar que os trabalhadores
das fábricas não tinham qualquer tipo de benefícios, ou seja, não possuíam
direito a férias remuneradas, os salários eram baixos, sofriam castigos físicos
de seus patrões, não tinham direito ao 13º salário, ao auxílio doença, etc.
Podemos relembrar as cenas do filme
que assistimos na sala de aula (Tempos
Modernos, de Charlie Chaplin), que retrata como era a vida dos
trabalhadores no interior de uma fábrica na Inglaterra. O filme mostra, de
maneira engraçada, o quanto que a vida dos operários era regulada pelas
máquinas, e os mecanismos encontrados pelos patrões para controlar a rotina de
seus empregados. A divisão do trabalho, isto é, cada trabalhador sendo
responsável por uma etapa do processo de fabricação de uma mercadoria, provocou
a loucura do personagem principal, que queria “apertar” qualquer objeto que
fosse semelhante ao parafuso.
Não devemos pensar que os
trabalhadores aceitaram de uma maneira pacífica essa situação. Num primeiro
momento, verificamos a formação de um movimento conhecido como luddismo, onde os trabalhadores se
uniram para quebrar as máquinas, como se elas fossem responsáveis pela sua
condição de submissão e exploração. Logicamente que os patrões reagiram de uma
forma bruta diante da situação, mandando prender e até mesmo assassinar os
envolvidos nas agitações. Todavia, outra movimentação, agora mais organizada,
ficou conhecida como cartismo, pois
os principais líderes na luta por melhores condições de vida e de trabalho
enviaram uma carta ao parlamento reivindicando melhorias na área trabalhista e
a criação de uma legislação que contribuísse para a elevação do nível de vida
do operário.
No entanto, duas ideologias se
destacaram no período pela tentativa de encontrar uma solução para os problemas
enfrentados pelos trabalhadores. O primeiro ficou conhecido como Socialismo Utópico, pois apresentava um
conjunto de idéias que propunha a melhoria de vida dos operários, mas não
diziam como colocá-las em prática. Tudo ficou no papel, pois os utópicos, como
ficaram conhecidos os participantes desse movimento, não argumentavam sobre o
caminho que deveriam percorrer para transformar a sociedade e promover
modificações na vida dos operários.
Contudo, uma corrente de pensamento
mais radical e determinada, conhecida por Socialismo
Científico (ou socialismo marxista),
dos pensadores Karl Marx e Frederich Engels, propunha uma transformação
profunda na sociedade. Ao contrário dos utópicos, esses socialistas
apresentavam a maneira pela qual as transformações seriam colocadas em prática.
Os trabalhadores fariam a revolução e derrubariam a ordem estabelecida. Seria o
que chamamos de “ditadura do
proletariado”, isto é, os trabalhadores das fábricas tomariam o poder e
governariam de uma forma ditatorial.
Devemos analisar, por fim, os
motivos que fizeram com a Inglaterra fosse o primeiro país a se industrializar.
Primeiramente, os ingleses souberam
aproveitar os lucros que vieram do processo de colonização, isto é, eles
utilizaram as riquezas retiradas das Treze Colônias (atual EUA) em
investimentos na área industrial. (Ao contrário dos portugueses e espanhóis que
usaram o ouro retirado do continente americano na construção de palácios e
sustentação da nobreza). Além disso, na
Inglaterra existia uma classe social que estava interessada em expandir sua
industrialização, a burguesia. Foram os burgueses que ajudaram a derrubar
definitivamente o absolutismo no país e a instalar o regime capitalista, ou
seja, a busca incontrolável por lucros e aumento da linha de produção. Outro
fator positivo para os ingleses foi a grande reserva de minério de ferro que existia no país, que favoreceu para
a implantação de indústrias de grande porte. Enfim, diversos motivos fizeram
com que os ingleses saíssem na frente no processo conhecido como Revolução
Industrial.
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