Jânio Quadros |
Para
ganhar votos, Jânio Quadros prometia, num português correto, que, se eleito,
iria “varrer a corrupção” do governo. E, para reforçar essa imagem de honestidade,
usava uma vassoura como símbolo de sua campanha.
Quando
Jânio assumiu o governo, em 1961, a inflação e a dívida externa brasileira
estavam altas. O governo Jânio decidiu então restringir os gastos; para isso
diminuiu o crédito aos empresários; congelou salários e cortou a ajuda
governamental às importações de trigo e de petróleo, o que provocou um aumento
de 100% nos preços do pão e dos combustíveis.
Com
essa política, o governo ganhou a confiança do FMI (Fundo Monetário
Internacional) e conseguiu renegociar a dívida externa, mas descontentou a
população brasileira e perdeu popularidade. Outro fator de desgaste da figura
de Jânio Quadros foi seu envolvimento com questões incompatíveis com o cargo de
presidente da República, ele proibiu as brigas de galo, o uso de lança-perfume
nos bailes carnavalescos e o uso de biquíni nas praias.
O
governo Jânio Quadros negou-se a manter o alinhamento do Brasil aos EUA e
iniciou conversações para reatar relações diplomáticas com a URSS e com a China
comunista. Além disso, Quadros colocou-se contra a invasão de Cuba pelos
Estados Unidos e declarou seu apoio aos países africanos que lutavam para se
tornarem independentes de Portugal.
Essa
política externa independente descontou profundamente os EUA, boa parte dos
chefes militares brasileiros e os líderes da UDN, entre os quais estava Carlos
Lacerda. Sem se importar com isso, em 19 de agosto de 1961, Jânio condecorou o
ministro cubano e ex-guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara com a mais alta
honraria da nação brasileira: a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Depois
da homenagem a “Che”, Carlos Lacerda passou a acusar Jânio de ser aliado dos
comunistas e de pretender instalar uma ditadura no Brasil. Em 25 de agosto de
1961, Jânio Quadros surpreendeu tanto seus eleitores quanto seus opositores:
renunciou à presidência da República e deixou uma carta para ser entregue ao
Congresso.
Para
alguns historiadores, a renúncia de Jânio Quadros foi uma tentativa de golpe,
Jânio Quadros foi uma tentativa de golpe; Jânio queria ter poderes para
governar sem consulta ao Congresso. Se essa foi a intenção dele, o golpe
falhou: o Congresso aceitou seu pedido de renúncia e a população não reagiu.
Jânio tinha adversários poderosos: a maioria no Congresso era da oposição (PSD
e/ou PTB); muitos empresários e chefes militares eram contrários à sua política
externa independente; as camadas populares estavam insatisfeitas com a
compressão dos salários e a inflação.
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