segunda-feira, 21 de maio de 2018
terça-feira, 15 de maio de 2018
A Crise econômica de 1929
Primeiro porque seu território não foi atingido pela guerra;
segundo porque o conflito lhe trouxe riqueza e prosperidade: vendendo armas,
alimentos e matérias-primas durante o conflito, os EUA conseguiram acumular
imensos capitais. De maior devedor antes da Primeira Guerra Mundial, passaram a
ser o maior credor mundial, ao final do conflito.
Nos anos 1920, os EUA tinham se transformado na maior
economia do mundo e progrediam a passos largos. A confiança nessa prosperidade,
a facilidade aberta pela compra à prestação e a força da propaganda levavam
estadunidenses a consumir cada vez mais.
Os meios de comunicação de massa diziam que consumir era um
ato de patriotismo; por isso, era importante que cada família tivesse o último
modelo de máquina de lavar, fogão, toca-discos, aspirador de pó e rádio
produzido nos Estados Unidos. Consumir, sempre e cada vez mais, era a essência
do estilo de vida estadunidense (American Way of life)
A concentração de renda nos EUA foi uma das causas da Crise de 1929 |
O boom econômico estadunidense nos anos 1920 foi acompanhado
por uma febre de especulação na Bolsa de Valores de Nova York. A partir de
1927, pequenos, médios e grandes investidores passaram a aplicar suas economias
ou sobras em ações que, na época, muitos acreditavam ser a melhor forma de
ganhar dinheiro sem fazer esforço. O fato é que, desde aquela data, os preços
das ações vinham disparando.
Contagiados pela febre do lucro fácil, muitos empresários
especulavam aumentando artificialmente os preços das ações de suas empresas,
estimulando com isso a corrida às bolsas de valores. Depois de uma alta
espetacular no primeiro semestre de 1929, os preços não correspondiam mais, nem
de longe, à real situação das empresas; mesmo as que se encontravam “no
vermelho” viram as cotações de suas ações subirem muito acima do esperado.
Até que, em dado momento, percebendo que o valor de suas
ações tinha subido exageradamente, milhares de investidores começaram a oferecê-las
à venda. E, como não havia compradores para elas em número suficiente, os
preços desabaram, atingindo os piores níveis na terça-feira, 29 de outubro, dia
do crash (quebra) da Bolsa de Valores de Nova York. O fato marcou o início da
maior crise da história do capitalismo, que ficou conhecida como Grande
Depressão.
Com a queda da bolsa, houve uma corrida aos bancos para a
retirada das economias, o que os levou a fecharem suas portas. Entre 1929 e
1932, verificou-se a falência de 3. 463 bancos e de 84 mil indústrias. Outras indústrias
diminuíram drasticamente sua produção. Consequentemente, milhões de
estadunidenses conheceram o desemprego e, em pouco tempo, a mendicância e a
fome. Uma particularidade da crise nos EUA foi o extraordinário aumento de
crédito ao consumidor. Quando ela se instalou, milhões de pessoas deixaram de
pagar suas prestações. O desdobramento mais terrível da Grande Depressão para
os assalariados foi o desemprego, que atingiu níveis altíssimos e sem
precedentes na história do capitalismo, em vários países do mundo.
É consenso entre a maioria dos estudiosos que a concentração
de riquezas nas mãos de poucos, a compressão dos salários, o aumento constante
do ritmo de produção industrial e agrícola e a concorrência europeia no mercado
internacional fizeram que houvesse muito mais mercadorias à venda do que
pessoas com capacidade de compra, configurando-se, assim, uma crise de
superprodução.
A Grande Depressão repercutiu mundialmente. Os EUA cortaram
os investimentos externos, suspenderam os empréstimos a outros países e
reduziram suas importações, afetando a muitos, inclusive o Brasil. Com a queda
da Bolsa de Valores de Nova York, os EUA, o nosso maior comprador de café,
praticamente paralisaram suas compras – desse e de outros produtos primários. Os
estoques aumentaram, os preços caíram drasticamente arruinando cafeicultores e
deixando milhares sem emprego.
Franklin Delano Roosevelt |
Com a promessa de livrar o país da crise, o candidato
democrata às eleições de 1932, Franklin Delano Roosevelt, venceu com folga,
obtendo mais de 7 milhões de votos sobre o segundo colocado.
Sua equipe econômica aderiu às ideias do economista britânico
John Keynes, que se opunha ao liberalismo econômico e defendia a intervenção do
Estado na economia, por meio de investimentos públicos. Keynes acreditava que
se o Estado investisse pesadamente na economia, seria possível elevar s níveis
de renda e de emprego.
No poder, Roosevelt lançou o New Deal (Novo Acordo), um
audacioso plano de intervenção e planejamento do Estado na economia, que
previa:
·
Investimento de 4 milhões de dólares em obras
públicas: de fato, o dinheiro foi aplicado na construção de usinas
hidrelétricas, hospitais, escolas, aeroportos, portos, represas;
·
Limitação da produção industrial às
necessidades reais dos consumidores: essa medida pretendia elevar os preços dos
produtos industriais, rebaixados pela crise;
·
Diminuição da jornada de trabalho, fixação de
um salário digno para os trabalhadores, seguro-desemprego e seguro-velhice para
os maiores de 65 anos.
Com esse
conjunto de medidas, houve aquecimento da economia, foram criados milhões de
novos empregos, os salários recuperaram parte do seu poder de compra e, a
partir de 1933, a renda nacional voltou a crescer.
A Mesopotâmia
Mesopotâmia, palavra que significa “terra entre rios”, é o
nome de uma região do Oriente Médio, localizada entre os rios Tigre e Eufrates.
A maior parte da Mesopotâmia é ocupada atualmente pelo Iraque.
A paisagem do Oriente Médio é formada, em grande parte, por
deserto e montanhas, e desde a Antiguidade as condições para o cultivo de
alimentos e a criação de animais são muito difíceis.
A Mesopotâmia, no entanto, tinha uma característica
diferente: em certas épocas do ano, os rios Tigre e Eufrates enchiam e
inundavam suas margens. Essas cheias fertilizavam o solo, tornando-o apropriado
para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
Aproveitando a fertilidade do solo da Mesopotâmia, vários
povos nela se fixaram e, no decorrer de milhares de anos, desenvolveram
importantes civilizações, entre elas a dos sumérios e a dos babilônicos.
Além dos sumérios e dos babilônicos, vários outros povos
habitaram a Mesopotâmia, como os assírios e caldeus. Alguns desses povos já
viviam ali, outros vieram de lugares distantes, atraídos pela riqueza da “terra
entre rios”. Eles travaram muitas guerras pelo domínio da região, ocasionando o
sucessivo domínio de um povo sobre o outro.
Esses povos, apesar de terem línguas e costumes diferentes,
exerceram influências culturais uns sobre os outros. Assim, eles adquiriram
semelhanças, por exemplo, na religião, nas técnicas e na escrita. Devido a
essas semelhanças, eles são conhecidos como povos mesopotâmicos.
De acordo com estudos arqueológicos, a região da Mesopotâmia
já era ocupada por grupos humanos por volta de 8.000 a. c. Esses grupos, que já
haviam domesticado cabritos e carneiros e sabiam cultivar o trigo e a cevada,
foram aos poucos abandonando a vida nômade e se estabeleceram em aldeias.
Entre
esses grupos humanos estavam os sumérios, que provavelmente foram os primeiros
a utilizar técnicas de irrigação em suas lavouras. Eles construíram canais de
irrigação e represas que permitiram o aproveitamento das águas dos rios Tigre e
Eufrates para irrigar as plantações. Dessa forma, eles ampliaram as áreas
cultivadas e conseguiram produzir mais alimentos do que o necessário para a
alimentação dos agricultores.
O
excedente de alimentos ocasionou grandes modificações no modo de vida dos
sumérios. A população aumentou e as aldeias cresceram. Muitas pessoas puderam
deixar de trabalhar na agricultura para se dedicar a outras atividades.
Surgiram, então, vários tipos de trabalhadores especializados, como tecelões,
ceramistas, carpinteiros e comerciantes.
Como
era necessário o esforço conjunto de muitos agricultores para construir e
manter os diques e canais de irrigação, surgira também especialistas no
planejamento e administração dos trabalhos, o que acabou dando origem a um
sistema de governo. Para defender suas terras contra a invasão de povos
estrangeiros, foram organizados exércitos.
Escrita cuneiforme - desenvolvida pelos sumérios |
Como
havia necessidade de se registrar as atividades agrícolas e comerciais para
controlar a cobrança de impostos, os sumérios desenvolveram um sistema de
escrita. Havia também os sacerdotes, pessoas que se dedicavam às questões
espirituais. Eles eram os condutores de uma religião que tinha numerosos deuses
e dava explicações às questões relativas ao ser humano e à natureza.
Os povos
mesopotâmicos, por volta do ano 3.500 a. c., já haviam desenvolvido vários
elementos que caracterizam uma civilização, como um governo organizado, uma
religião, um sistema de escrita, uma divisão do trabalho, entre outros.
Na área
rural, os mesopotâmicos plantavam principalmente trigo e cevada. O gergelim e a
palmeira eram cultivados para a extração de óleo usado na alimentação e na
iluminação. A atividade pecuária também era muito importante. Eles criavam
porcos, carneiros e cabritos para a produção de carne, lã, leite e seus
derivados. Outros animais, como bois e jumentos, serviam para o transporte e
para puxar o arado. Os cavalos e os camelos eram utilizados principalmente no
transporte.
Boa parcela
do que era produzido no campo destinava-se à alimentação dos moradores das
cidades. Entre eles, havia vários profissionais, como comerciantes, artesãos,
barbeiros, escultores e carpinteiros. Muitos desses profissionais trabalhavam
em suas próprias residências, pois nas cidades mesopotâmicas era comum as
moradias serem utilizadas também como oficinas de artesanato, estabelecimentos
comerciais ou armazéns.
Os mesopotâmicos
mantinham relações comerciais com povos que viviam em outras regiões. Caravanas
de mercadores viajavam para lugares distantes, como a Ásia Menor, o Egito, a
Arábia e a Pérsia, para obterem produtos escassos na região mesopotâmica, como
madeira, pedras preciosas e metais.
Esses
produtos serviam de matéria-prima para a fabricação de armas e joias, que eram
exportadas depois de manufaturas. Os mesopotâmicos exportavam, também, tecidos
e cevada. O governo controlava o comércio e a produção do campo e das cidades,
cobrando impostos sobre todas essas atividades.
Os povos
mesopotâmicos eram politeístas, isto é, acreditavam na existência de vários
deuses, entre eles Anu (deus-pai), Shamash (deus-sol), Sin (deus da Lua),
Inanna (deusa do amor e da guerra), Enki (deus das águas doces) e Enlil (deus
dos ventos).
Os Zigurates
eram grandes construções feitas pelos mesopotâmicos. Era no alto dos zigurates
que ficavam localizados os templos onde os cultos eram realizados. Os cultos
consistiam em orações, sacrifícios de animais e oferendas aos deuses.
A palavra
mitologia significa conjunto de histórias que pretendem explicar a origem do
ser humano, do Universo e seu funcionamento por meio da ação de deuses e
heróis. Para explicar a ocorrência de eventos naturais, entre eles terremotos e
dilúvios, os povos mesopotâmicos criaram seus próprios mitos.
Representação de Hamurábi |
Outro
ponto importante referente à história da Mesopotâmia foi o Código de Hamurabi. Era
composto de 282 artigos que tratavam de temas variados, desde pequenos delitos
até crimes graves. O código era baseado em um antigo princípio mesopotâmico, o
princípio de talião (“Olho por olho, dente por dente”). De acordo com esse
princípio, o responsável por um crime deveria receber um castigo semelhante ao
crime que cometeu.
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