Todos
os acordos firmados logo após a Primeira Guerra Mundial deixavam claro que
nenhuma potência estava satisfeita. A Alemanha, além da perda de parte de seu
território, viu-se despojada de colônias. A Itália não foi atendida no desejo
de anexar novos territórios e colônias. E tampouco a França teve seus objetivos
totalmente atingidos.
A
luta desesperada dos países capitalistas pelas fontes de matéria-prima,
mercados e facilidades de investimentos lucrativos levaria a uma nova guerra.
A
subida de Hitler ao poder estava estritamente vinculada à indústria armamentista.
Durante a Segunda metade da década de 1930, as indústrias que fabricavam armas
cresceram muito, bem como a siderurgia. E o melhor cliente para o aço é o
Exército. Também a indústria química sofreu alteração. A indústria alemã I. G.
Farbem recebeu ordens para produzir gasolina e borracha, indispensáveis à
guerra moderna. O principal cliente para esses produtos básicos era o Estado
nazista.
Adolf Hitler - líder do partido nazista. |
Hitler
reaparelhava o Exército, fazia renascer a aviação militar e reconquistava os
territórios perdidos durante a Primeira Guerra Mundial. Tudo isso era proibido
pelo Tratado de Versalhes, mas o derrotismo dos dirigentes franceses, o conservadorismo
dos oficiais e o apaziguamento inglês, que temia a União Soviética do que o
imperialismo alemão, animavam Hitler a ser mais exigente.
Em
1939, Hitler convocou o embaixador polonês para falar das pretensões alemães:
Dantzig deveria voltar a fazer parte da Alemanha; os alemães teriam o direito
de construir, através do corredor polonês, estradas ligando a Prússia Oriental
ao resto da Alemanha. Essas exigências fizeram com que a França e a Inglaterra
dessem garantias à Polônia de que iriam à guerra se esta fosse atacada.
Mas
a região sul, antiga Tchecoslováquia, estava nas mãos da Alemanha, fato que
facilitaria uma ação armada contra a Polônia. Garantido pelo pacto de
não-agressão com a União Soviética, Hitler se sentiu seguro a ponto de invadir
a Polônia em 1º de Setembro de 1939. A Inglaterra e a França enviaram um
ultimato à Alemanha para que retirasse suas forças do território polonês
imediatamente. Hitler não respondeu, e, no dia 3 de setembro de 1939, esses
dois países declararam guerra à Alemanha.
Luftwaffe - força aérea alemã. |
A
URSS ocupou uma parte da Polônia e a Alemanha ocupou o restante do território. No
final de setembro de 1939, o país estava totalmente submetido. Apesar do
acordo, a Inglaterra e a França não enviaram nem um soldado para ajudar os
poloneses.
Em
abril de 1940, uma ação conjunta da Luftwaffe (aviação), da marinha e do
exército alemães dominou rapidamente a Dinamarca. Em maio de 1940, foi a vez da
Noruega. Os ingleses chegaram a enviar as tropas, mas foi inútil.
A
invasão da França pelos alemães foi uma continuação da tomada da Bélgica e da
Holanda. Os franceses não tinham forças de reserva, e a famosa linha Maginot
não resistiu aos tanques nazistas. No dia 14 e junho, as tropas alemães
marcharam pelos bulevares parisienses com a bandeira da suástica tremulando na
torre Eiffel.
A
França foi dividida em duas regiões: o Norte, sob o domínio direto da Alemanha,
e o sul, sob o governo pró-nazista do marechal Pétain e de Pierre Laval, com
capital em Vichy. Após a queda da França, a Inglaterra estava isolada em sua
luta contra a Alemanha, Hitler iniciou os ataques contra a Alemanha. Hitler iniciou
os ataques contra a Inglaterra, através de uma operação conjunta da Marinha e
da Luftwaffe. Mas a Real Força Aérea (RFA) venceu a aviação alemã, destruindo
grande parte dos seus aviões.
Com
a anexação de parte do território da União Soviética, somente Portugal,
Espanha, Suécia e Suíça podiam ser considerados independentes. Evidentemente,
deve-se lembrar que a Inglaterra mantinha heroica resistência ao avanço
nazista. Todo o resto da Europa estava, de uma forma ou de outra, sob o domínio
ou influência da Alemanha.
Muitos
países mantinham aparência independente, como a Romênia, a Hungria e a França,
enquanto cumpriam fielmente as ordens emitidas por Berlim.
Contudo,
a entrada dos EUA na guerra, ao lado da União Soviética e da Inglaterra, contra
o Japão, a Itália e a Alemanha, aumentou as possibilidades dos aliados.
Os
interesses dos Estados Unidos no Pacífico estavam cada vez mais ameaçados pelo
avanço japonês sobre as antigas possessões francesas na Indochina. Mas outro
fator impelia os dois países à guerra: os EUA se aproximaram da Inglaterra já
desde 1940, quando, através da Carta do Atlântico, Roosevelt e Churchill
estabeleceram uma série de princípios orientadores da política internacional. Enquanto
isso, o Japão assinava um tratado com a Itália e a Alemanha, conhecido como a
união dos países do Eixo, em que comprometiam com a total cooperação em caso de
guerra.
Roosevelt e Churchill |
Em
7 de setembro de 1941, a marinha e a aviação japonesas atacaram maciçamente as
bases naval e aérea americanas de Pearl Harbor, no Havaí. Foi um ataque de
surpresa, que destruiu quase toda a frota e os aviões norte-americanos no
Pacífico.
Quatro
dias depois de iniciada a guerra contra o Japão, a Alemanha e a Itália
declararam guerra aos EUA. Em maio de 1942, o Japão tomou a Malásia, as
Filipinas, Hong-Kong, a Birmânia e uma infinidade de pequenas ilhas do
Pacífico, perfazendo uma área de 4 milhões de quilômetros quadrados. Isso garantiu
ao império japonês a matéria-prima e a mão-de-obra necessárias para o
prosseguimento da guerra. Somente a partir de maio de 1942, os EUA começaram a
recuperar o terreno perdido.
Ataque a Pearl Habor. |
No
dia 18 de setembro de 1942, tropas nazistas do IV e VI exércitos já haviam
tomado alguns bairros de Stalingrado, mas não conseguiam alcançar a outra
margem do Volga. Hitler ordenou que se tomasse a cidade a qualquer custo. Mas a
resistência dos soldados soviéticos era cada vez maior. Lutava-se não mais para
conquistar grandes regiões, mas para tomar uma simples casa, um pequeno abrigo.
Com
a chegada do inverno, os soviéticos desfecharam uma ofensiva que isolou os
alemães das fontes de abastecimento. A partir daí, as forças alemães foram
sendo enfraquecidas até que, em fevereiro de 1943, Paulus resolveu depor as
armas. De seus 250. 00 homens, restavam 130. 000, que caíram prisioneiros dos
soviéticos. Pela primeira vez um marechal da Alemanha nazista caía prisioneiro.
A
batalha de Stalingrado significou o ponto mais alto da Segunda Guerra. Ao mesmo
tempo, marcou os primeiros passos que levariam ao fim da Alemanha de Hitler.
O
ano de 1942 marcou o início dos avanços aliados contra as potências do Eixo: a
derrota nazista na Batalha de Stalingrado, o início da contraofensiva americana
no Pacífico e a mudança do rumo da guerra no norte da África.
Representação da Batalha de Stalingrado |
Ao
mesmo tempo, o ataque nazista à União Soviética fez com que a Inglaterra e os
EUA se aproximassem gradativamente do Estado socialista, dando-se os primeiros
passos em direção a uma aliança. Além disso,
as tropas alemães passaram a sofrer seguidas derrotas em todas as frentes. Deve-se
frisar que a contraofensiva americana no Pacífico, a partir de maio de 1942,
infringia derrotas sérias aos japoneses.
A
abertura de uma segunda frente era constantemente adiada pelo alto comando das
forças aliadas. Mas, no dia 6 de junho de 1944 (Dia D), as forças aliadas
desembarcaram na costa francesa da Normandia. Para auxiliar os aliados, os
guerrilheiros franceses da Resistência, dirigidos pelo Partido Comunista,
organizaram sabotagens, enfraquecendo as forças alemães. A Resistência tinha
organizado o levante de Paris, fato que facilitou enormemente a retomada da
cidade pelos aliados, no dia 25 de agosto de 1944.
A
partir daí, o avanço dos aliados foi rápido, diminuindo um pouco à medida que
se aproximavam da fronteira alemã.
Uma
poderosa ofensiva do exército soviético foi desencadeada, visando à tomada de
Berlim. As forças nazistas resistiram, mas não conseguiram impedir o avanço do
Exército Vermelho. No dia 2 de maio, as forças nazistas de Berlim renderam-se
ao comando soviético. Hitler havia se suicidado dois dias antes. A bandeira
vermelha da URSS tremulava no topo do edifício do Reichstag. O império de mil
anos que Hitler sonhara construir, destruindo outros povos, não chegara a durar
quinze anos.
O
Japão, no Extremo Oriente, resistia aos ataques americanos como uma fera acuada
e condenada. Recorreu a todos os artifícios para tentar deter os americanos. Um
dos mais famosos foi a introdução de pilotos suicidas, os kamikazes, que
atiravam, com seus aviões carregados de bombas, sobre os navios americanos.
No
dia 6 de agosto, a aviação americana lançou uma nova arma sobre o Japão: a
bomba atômica, que destruiu a cidade de Hiroshima e Nagasaki também foi
bombardeada com a arma atômica. Muitos pensadores acham que tal arma não
precisaria ser usada, pois o Japão já estaria derrotado. No dia 9 de agosto, a
URSS declarou guerra ao Japão, segundo os acordos de Yalta. As forças
soviéticas derrotaram os japoneses na Manchúria.