terça-feira, 9 de outubro de 2018

O governo Jânio Quadros

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Jânio Quadros

       Para ganhar votos, Jânio Quadros prometia, num português correto, que, se eleito, iria “varrer a corrupção” do governo. E, para reforçar essa imagem de honestidade, usava uma vassoura como símbolo de sua campanha.
        Quando Jânio assumiu o governo, em 1961, a inflação e a dívida externa brasileira estavam altas. O governo Jânio decidiu então restringir os gastos; para isso diminuiu o crédito aos empresários; congelou salários e cortou a ajuda governamental às importações de trigo e de petróleo, o que provocou um aumento de 100% nos preços do pão e dos combustíveis.
        Com essa política, o governo ganhou a confiança do FMI (Fundo Monetário Internacional) e conseguiu renegociar a dívida externa, mas descontentou a população brasileira e perdeu popularidade. Outro fator de desgaste da figura de Jânio Quadros foi seu envolvimento com questões incompatíveis com o cargo de presidente da República, ele proibiu as brigas de galo, o uso de lança-perfume nos bailes carnavalescos e o uso de biquíni nas praias.
       O governo Jânio Quadros negou-se a manter o alinhamento do Brasil aos EUA e iniciou conversações para reatar relações diplomáticas com a URSS e com a China comunista. Além disso, Quadros colocou-se contra a invasão de Cuba pelos Estados Unidos e declarou seu apoio aos países africanos que lutavam para se tornarem independentes de Portugal.
    Essa política externa independente descontou profundamente os EUA, boa parte dos chefes militares brasileiros e os líderes da UDN, entre os quais estava Carlos Lacerda. Sem se importar com isso, em 19 de agosto de 1961, Jânio condecorou o ministro cubano e ex-guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara com a mais alta honraria da nação brasileira: a Ordem do Cruzeiro do Sul.
        Depois da homenagem a “Che”, Carlos Lacerda passou a acusar Jânio de ser aliado dos comunistas e de pretender instalar uma ditadura no Brasil. Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros surpreendeu tanto seus eleitores quanto seus opositores: renunciou à presidência da República e deixou uma carta para ser entregue ao Congresso.
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        Para alguns historiadores, a renúncia de Jânio Quadros foi uma tentativa de golpe, Jânio Quadros foi uma tentativa de golpe; Jânio queria ter poderes para governar sem consulta ao Congresso. Se essa foi a intenção dele, o golpe falhou: o Congresso aceitou seu pedido de renúncia e a população não reagiu. Jânio tinha adversários poderosos: a maioria no Congresso era da oposição (PSD e/ou PTB); muitos empresários e chefes militares eram contrários à sua política externa independente; as camadas populares estavam insatisfeitas com a compressão dos salários e a inflação.

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