No
século XV a América era habitada por cerca de 50 milhões de indígenas,
distribuídos por todo o continente. Essa população era composta de centenas de
povos, que apresentavam grande diversidade cultural. Cada um desses grupos
tinha sua própria língua, costumes, tradições, religião e também sua própria
forma de organização social, econômica e política.
A
maior parte do território americano era habitada por povos nômades e
seminômades. Esses diversos grupos étnicos se dedicavam à caça, à pesca e à
coleta de alimentos. Também praticavam a agricultura, mas apenas como
complemento às outras atividades.
No
entanto, os incas, que habitavam a região andina (atuais Equador, Peru, Bolívia
e norte do Chile), e os maias e astecas, que viviam na Mesoamérica (sul do
México e parte da América Central), desenvolveram elementos característicos de
uma civilização.
Entre
esses elementos estão: a criação de um Estado com governo centralizado,
responsável pela coordenação das atividades produtivas, como a agricultura em
grande escala; um grupo especializado de sacerdotes responsáveis pelos cultos e
pelos templos; além da divisão social do trabalho e da diferenciação entre
ricos e pobres.
Os
maias habitavam a região de península de Yucatán e algumas áreas próximas. A
base da economia dessa civilização era a agricultura, principalmente o cultivo
do milho. Os maias também plantavam feijão, tomate, batata, mandioca, algodão,
entre outros produtos.
Esse
povo pré-colombiano atingiu o auge de seu desenvolvimento entre os séculos IV e
X, quando chegou a mais de dois milhões de habitantes e cerca de 50
cidades-Estado. Entre as principais cidades maias se destacam Chichén Itzá, Cobal,
Copán, TIkal e Palenque.
Nas
cidades-Estado maias havia um núcleo chamado de centro cerimonial, onde ficavam
localizadas as principais construções. Era nesse lugar que viviam os
governantes, os sacerdotes, os artesãos e os mercadores.
O
restante da população vivia distante dessa área e se dedicava, principalmente,
às atividades agrícolas. Essas pessoas costumavam frequentar o centro cerimonial
para adquirir produtos e para participar de cerimônias religiosas. Elas também
iam a esse local quando eram convocadas pelos governantes para trabalhar na
construção de obras públicas, como pirâmides, palácios, observatórios
astronômicos, monumentos e também pavimentação de ruas.
Os
maias desenvolveram técnicas e conhecimentos altamente especializados, em áreas
como a engenharia, a matemática, a escultura, a cerâmica e a escrita.
Hieróglifo maia |
A
escrita maia era composta de símbolos chamados hieróglifos, que representavam
ideias por meio de símbolos. Os hieróglifos maias eram gravados em placas de
pedra ou pintados em objetos de cerâmica, em paredes ou nos códices. Apesar de
muitos estudos, ainda hoje os hieróglifos mais não foram totalmente decifrados.
Os
maias desenvolveram um sistema de numeração considerado um dos mais complexo do
mundo. A existência do zero nesse sistema é considerada de grande importância. Alguns
estudos demonstram que esse sistema de numeração era utilizado, principalmente,
nas atividades relacionadas ao comércio e à administração.
Calendário maia |
Os
maias também desenvolveram calendários bastante precisos. Isso foi possível
graças à cuidadosa observação dos astros realizada por eles. Um desses
calendários, o Haab, era composto de 18 meses de 20 dias, mais cinco dias
livres, totalizando 365 dias. Esse calendário era utilizado principalmente para
determinar eventos astronômicos, como os equinócios e os solstícios.
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