segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O continente africano


        Entre os diversos povos que habitavam o continente africano no século XIX, muitos eram nômades ou seminômades e viviam de maneira tradicional.
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Pigmeus africanos
        Vários povos, como os bosquímanos da região sul do continente e os pigmeus das florestas do Congo, viviam da coleta de raízes, frutas e mel. Outros, como os mursi, que eram seminômades e habitavam a parte oriental do continente, viviam do cultivo da terra e da criação de gado. Esses povos possuíam uma rica tradição oral e sua religião era animista.
As mulheres costumavam ter grande prestígio nas sociedades mursi. Segundo a tradição desse povo, algumas delas tinham o poder de curar outras pessoas. A passagem das mulheres para a fase adulta acontecia aos 15 anos de idade e era marcada pela introdução de um disco de cerâmica em seus lábios, que deveria ser usado pelo resto de sua vida.
No norte da África, no século XIX, diversos povos nômades viviam no deserto do Saara, entre eles estavam os beduínos. De origem árabe, esses povos se dedicavam ao pastoreio de cabras, ovelhas e camelos. O camelo, animal resistente ao clima do deserto, era seu principal meio de transporte. O comércio era também uma importante atividade. Com suas caravanas, os beduínos atravessaram o deserto do Saara em busca de locais para comercializar.
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Os beduínos do deserto africano
Além de povos nômades, existiam diversas outras sociedades no continente africano, muitas delas organizadas em Estados que estavam se expandindo durante o século XIX.
Os governantes africanos que controlavam o comercio externo, principalmente o fornecimento de escravos, tinham maior acesso à pólvora e às armas de fogo europeias, o que desequilibrava a relação de força entre os Estados africanos. A centralização do poder dos reis africanos estava ligada ao crescente expansionismo desses Estados.
Resultado de imagem para Osmã den FodioUm exemplo desse expansionismo ocorreu na região do Sudão central. Em 1804, o líder dos fulanis, Osmã den Fodio, iniciou uma jihad contra os povos hauçás que habitavam a região. Em poucos anos, a maioria das cidades hauçás caiu sob o domínio dos fulanis, que formaram um califado com sede em Sokoto, cidade fundada em 1809.
Enquanto aconteciam as jihads no Sudão Central, outros conflitos aconteciam no Sul do continente africano. A origem desses conflitos estava no superpovoamento da região por grupos de língua banto.
Com um período de seca e fome assolando a região, muitos grupos bantos se fundiram ou foram incorporados a grupos maiores, que centralizavam o controle político. Um desses grupos, os ngunis, era liderado por Dingismayo, que organizou um poderoso exércio, subjugando outros povos bantos. De uma das tribos ngunis emergiu um líder chamado Shaka, que se destacou como guerreiro e tomou o poder na região em 1818. Shaka, então, fundou o império Zulu e passou a ser o chefe de uma federação de povos bantos. Para formar um Estado forte, ele introduziu reformas no exército, criando um eficiente corpo militar que foi posto a serviço da expansão zulu.
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Quando os guerreiros zulus partiam em guerras de conquista, suas esposas e filhos ficavam no Kraal. O Kraal era um conjunto de habitações zulus que podia comportar desde duas até quarenta cabanas. Como a sociedade zulu era patriarcal e poligâmica, geralmente o chefe kraal tinha várias esposas.

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