Os
povos germânicos formaram vários reinos nas regiões onde antes existia o
Império Romano do Ocidente. Entre esses reinos havia o dos visigodos, o dos
anglo-saxões, o dos vândalos e o dos francos. Uma das principais
características desses reinos era a combinação de tradições romanas e
germânicas.
Os
germânicos se diferenciava dos romanos quanto à organização do Estado: não
tinham leis escritas nem instituições políticas, como o Senado ou a Assembleia.
Assim, o poder e o próprio reino eram compreendidos como propriedades do rei. Nesses
reinos, as relações entre o rei e os súditos baseavam-se nos laços de honra e
de fidelidade.
Entre
os reinos germânicos, houve um que se tornou muito poderoso: o Reino Franco. Esse
reino, localizado na Gália, conseguiu uma maior estabilidade principalmente
devido às relações estabelecidas com a Igreja Católica que, naquela época,
passava por um período de fortalecimento.
Clóvis |
Clóvis,
considerado o primeiro grande rei franco, depois de unificar os francos sob seu
comando, em 496, converteu-se ao cristianismo. Essa aliança com a Igreja
Católica aumentou o poder do rei Clóvis e permitiu a expansão do reino, pois a
Igreja apoiava o projeto franco de unificar o território da Gália e de
converter seus habitantes ao cristianismo. O poder do rei foi fortalecido pela
prática da doação de parte das terras conquistadas para a Igreja e para os
chefes militares.
Depois
da morte de Clóvis, no entanto, o Reino Franco passou por um período de
divisões entre os herdeiros do trono e se enfraqueceu. Nessa época, o governo
começou a ser exercido de fato pelos chamados majordomus (“mordomos do palácio”).
O mais conhecido dos mordomos foi Carlos Martel, que deteve o avanço dos árabes
na Europa, vencendo a batalha de Poitiers, em 732. Mais tarde, em 751, o
mordomo Pepino, o Breve, obteve o apoio do papa e afastou o então rei
Childerico III, tornando-se o novo rei dos francos e iniciando a dinastia
carolíngia.
O
mais importante rei da dinastia carolíngia foi Carlos Magno. Esse rei cristão
conquistou vários reinos germânicos e converteu-os ao cristianismo. As vitórias
de Carlos Magno e a conversão dos povos conquistados ao cristianismo deram-lhe
grande prestígio junto à Igreja.
Carlos Magno |
A
constituição de um poderoso império cristão interessava à Igreja Católica, pois
favorecia a expansão do catolicismo. Assim, na noite de Natal do ano 800, o
papa Leão III coroou Carlos Magno como imperador. Desse modo, desde a queda do
Império Romano do Ocidente, pela primeira vez formava uma unidade política na
Europa Ocidental.
Apesar
de ser católica, Carlos Magno preservou vários costumes germânicos, como as
leis de tradição oral e a doação de parte das terras conquistas aos chefes
militares.
Para
administrar o império, Carlos Magno dividiu-o em cerca de 200 condados, e entregou
a administração de cada condado a um conde, que era auxiliado por um bispo. As regiões
de fronteira, chamadas de marcas, eram administradas pelos marqueses, e os
territórios próximos às fronteiras, chamados de ducados, eram administrados
pelos duques. Esses funcionários reais acabaram constituindo a ase da nobreza
na Europa.
Após
a morte de Carlos Magno, em 814, o império foi dividido entre seus três filhos.
Com a divisão, houve um enfraquecimento do poder dos reis e um fortalecimento
do poder dos nobres. Além disso, a partir do século X, houve uma nova onda de
invasões: árabes, húngaros e vikings vindos de diferentes regiões causaram
grande devastação na Europa, enfraquecendo ainda mais o poder dos reis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário