quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

A formação do Império Carolíngio


       Os povos germânicos formaram vários reinos nas regiões onde antes existia o Império Romano do Ocidente. Entre esses reinos havia o dos visigodos, o dos anglo-saxões, o dos vândalos e o dos francos. Uma das principais características desses reinos era a combinação de tradições romanas e germânicas.
         Os germânicos se diferenciava dos romanos quanto à organização do Estado: não tinham leis escritas nem instituições políticas, como o Senado ou a Assembleia. Assim, o poder e o próprio reino eram compreendidos como propriedades do rei. Nesses reinos, as relações entre o rei e os súditos baseavam-se nos laços de honra e de fidelidade.
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         Entre os reinos germânicos, houve um que se tornou muito poderoso: o Reino Franco. Esse reino, localizado na Gália, conseguiu uma maior estabilidade principalmente devido às relações estabelecidas com a Igreja Católica que, naquela época, passava por um período de fortalecimento.
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Clóvis
         Clóvis, considerado o primeiro grande rei franco, depois de unificar os francos sob seu comando, em 496, converteu-se ao cristianismo. Essa aliança com a Igreja Católica aumentou o poder do rei Clóvis e permitiu a expansão do reino, pois a Igreja apoiava o projeto franco de unificar o território da Gália e de converter seus habitantes ao cristianismo. O poder do rei foi fortalecido pela prática da doação de parte das terras conquistadas para a Igreja e para os chefes militares.
         Depois da morte de Clóvis, no entanto, o Reino Franco passou por um período de divisões entre os herdeiros do trono e se enfraqueceu. Nessa época, o governo começou a ser exercido de fato pelos chamados majordomus (“mordomos do palácio”). O mais conhecido dos mordomos foi Carlos Martel, que deteve o avanço dos árabes na Europa, vencendo a batalha de Poitiers, em 732. Mais tarde, em 751, o mordomo Pepino, o Breve, obteve o apoio do papa e afastou o então rei Childerico III, tornando-se o novo rei dos francos e iniciando a dinastia carolíngia.
         O mais importante rei da dinastia carolíngia foi Carlos Magno. Esse rei cristão conquistou vários reinos germânicos e converteu-os ao cristianismo. As vitórias de Carlos Magno e a conversão dos povos conquistados ao cristianismo deram-lhe grande prestígio junto à Igreja.
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Carlos Magno
         A constituição de um poderoso império cristão interessava à Igreja Católica, pois favorecia a expansão do catolicismo. Assim, na noite de Natal do ano 800, o papa Leão III coroou Carlos Magno como imperador. Desse modo, desde a queda do Império Romano do Ocidente, pela primeira vez formava uma unidade política na Europa Ocidental.
         Apesar de ser católica, Carlos Magno preservou vários costumes germânicos, como as leis de tradição oral e a doação de parte das terras conquistas aos chefes militares.
         Para administrar o império, Carlos Magno dividiu-o em cerca de 200 condados, e entregou a administração de cada condado a um conde, que era auxiliado por um bispo. As regiões de fronteira, chamadas de marcas, eram administradas pelos marqueses, e os territórios próximos às fronteiras, chamados de ducados, eram administrados pelos duques. Esses funcionários reais acabaram constituindo a ase da nobreza na Europa.
         Após a morte de Carlos Magno, em 814, o império foi dividido entre seus três filhos. Com a divisão, houve um enfraquecimento do poder dos reis e um fortalecimento do poder dos nobres. Além disso, a partir do século X, houve uma nova onda de invasões: árabes, húngaros e vikings vindos de diferentes regiões causaram grande devastação na Europa, enfraquecendo ainda mais o poder dos reis.

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