A Península Arábica era desértica, porém possuía vários
oásis. Os árabes nômades que habitavam essa península eram conhecidos como
beduínos. Eles aproveitavam os oásis para cultivar plantas como trigo,
lentilha, cebola, alho e legumes. Praticavam o pastoreio, criando cabritos,
carneiros e, também, camelos, que eram seu principal meio de transporte.
Os beduínos deslocavam-se com frequência entre os vários
oásis. Eles também praticavam o comércio e, com suas caravanas, percorriam
longas distâncias levando e trazendo mercadorias dos mais diversos lugares.
Imagem dos beduínos |
Os beduínos eram politeístas e seus vários deuses eram
apresentados por ídolos que ficavam guardados em um templo na cidade de Meca.
Essa cidade era um importante centro religioso e atraía peregrinos de todas as
partes.
Maomé, o fundador do Islamismo, nasceu em Meca, no ano de
570. Quando ainda criança, ficou órfão e foi viver com seu avô no deserto, onde
conviveu com beduínos. Ainda jovem, começou a se dedicar ao comércio e, poucos
anos depois, já tinha suas próprias caravanas.
Aos 25 anos, casou-se com uma viúva rica chamada Cadija e
passou a administrar os negócios de sua mulher. Em suas viagens, manteve
contato com comunidades de judeus e de cristãos. Acredita-se que o monoteísmo
desses grupos tenha influenciado o pensamento de Maomé.
De acordo com a tradição islâmica, no ano de 610, enquanto
Maomé meditava em uma caverna, o anjo Gabriel lhe teria aparecido. Nessa
aparição, o anjo teria trazido a ele uma mensagem: “Há um só Deus, Alá, e um só
profeta, Maomé”. Contando com o apoio de sua família, Maomé passou a pregar sua
crença em um único Deus, chamado Alá. Nascia, assim, o Islã, religião também conhecida
como Islamismo.
Ilustração do momento em que Maomé teria recebido os ensinamentos do arcanjo Gabriel. |
A partir do século VII, os povos árabes se unificaram em
torno de uma mesma fé e passaram a compartilhar os mesmos ideais. De acordo com
os ensinamentos de Maomé, todo fiel deveria assumir um compromisso com Alá e se
comprometer com a causa islâmica. Foi então que surgiu a Jihad. A Jihad é o
dever de todo muçulmano em defender o Islã, seja por meio da pregação
religiosa, do comportamento pessoal ou da luta armada. Esse foi um princípio
importante que impulsionou a expansão do Islã.
O livro sagrado do Islã é o Alcorão, também chamado de Corão. Os muçulmanos acreditam que ele contém as palavras de Alá, reveladas ao profeta Maomé. Um muçulmano deve seguir os cinco pilares do Islã, que são os principais deveres dessa religião:
1º Pronunciar em voz alta que Alá é o único Deus (monoteísmo) e que Alá é o seu único profeta.
2º Os muçulmanos devem orar cinco vezes todos os dias com a cabeça voltada para Meca.
3º Contribuição financeira paga pelos fiéis para fins de caridade, usada principalmente para ajudar as pessoas necessitadas.
4º O islâmico deve fazer o jejum no mês do Ramadã (nono mês do calendário muçulmano).
5º Pelo menos uma vez na vida, o islâmico deve realizar uma peregrinação à cidade de Meca.
Meca - cidade sagrada para os muçulmanos. |
A unificação em torno da fé propiciou também a unidade
política com a centralização do poder nas mãos do Califa, nome dado aos
sucessores de Maomé. Com o poder centralizado e exércitos bem organizados, os
muçulmanos puderam expandir seus domínios, controlando rotas comerciais e
cobrando tributos dos povos conquistados.
Desse modo, em menos de 100 anos, os muçulmanos dominaram
uma vasta região, que se estendia desde a península Ibérica até a Índia, englobando
também o norte da África, o Oriente Médio e partes da Ásia Central.
Em 711, o general muçulmano Tarik Ibn Ziyad atravessou a
estreita passagem de mar que separa o Norte da África e o Sul da Península
Ibérica. Tarik cruzou o estreito à frente de um exército de berberes
islamizados, atacou o reino dos visigodos, expulsando-os para o norte da
península, e se estabeleceu na região. Por cerca de oito séculos a partir dessa
data, a península Ibérica foi habitada por muçulmanos e, também, por cristãos e
judeus, e foi governada de acordo com as leis do Islã.
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