quinta-feira, 28 de junho de 2018

As grandes navegações


Grandes Navegações é o nome dado ao conjunto de expedições marítimas realizadas principalmente por portugueses e espanhóis entre os séculos XV e XVI. Nessas expedições, os europeus se lançaram ao mar em busca de novos territórios, de especiarias e de metais preciosos.
Por meio das Grandes Navegações, os europeus acabaram colocando em contato povos de diferentes regiões do planeta. Os europeus desenvolveram uma tecnologia de navegação que permitiu a realização de grandes viagens marítimas.
Até o início do século XV, o comércio de especiarias na Europa era quase todo feito por mercadores árabes e italianos.
Na época das Grandes Navegações, era difícil fazer a conservação dos alimentos. Por isso, para conservar e melhorar seu sabor, principalmente o da carne, as pessoas usavam especiarias, como pimenta-do-reino, cravo, noz-moscada e gengibre. As especiarias eram muito caras na Europa.

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No século XV, em razão do aumento das trocas comerciais, muitas cidades europeias passavam por um momento de grande crescimento. Dessa forma, as relações feudais estavam se enfraquecendo.
Nesse contexto, os comerciantes, conhecidos como burgueses, enfrentavam dificuldades para vender seus produtos, pois as estradas que eles percorriam eram precárias e inseguras. Além disso, não havia uma moeda unificada para todos os feudos.
Para intensificar as relações comerciais, os reis financiavam a construção de novas estradas e garantiram sua segurança. Também padronizaram as moedas e, assim, passaram a controlar a arrecadação de impostos de todas as regiões de seus reinos. Além disso, com os impostos arrecadados, eles formaram exércitos que não estavam submetidos ao poder dos senhores feudais.
Os comerciantes apoiavam os res, pois as mudanças promovidas por eles estimulavam as relações comerciais. Os nobres, apesar de se enfraquecerem com essas mudanças, também apoiavam os reis, pois mantinham muitos privilégios, como a isenção do pagamento e impostos e o recebimento de pensões.
O apoio da burguesia e da nobreza fortaleceu o poder dos reis e possibilitou a centralização política dos reinos, que foram se constituindo em Estados, ou seja, grandes extensões territoriais que tinham suas próprias leis e um governo forte e centralizado.
Essa centralização possibilitou aos reis investir seus recursos na procura por novos territórios e riquezas, como ouro e especiarias, incentivando as navegações marítimas a partir do século XV.
Durante o século VIII, parte da península ibérica foi dominada pelos muçulmanos, que estabeleceram um governo próprio e passaram a administrar a região.
Os cristãos que ocupavam a região ao norte da península passaram a organizar expedições para conquistar os territórios muçulmanos. Essas batalhas se intensificaram a partir do século XI e, mais tarde, passaram a ser chamadas de Reconquista.
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D. Afonso Henriques 
Foi nesse contexto que teve início a formação do Reino de Portugal. A partir de 1125, o nobre D. Afonso Henriques passa a lutar para tornar o Condado Portucalense um reino independente. Em 1139, D. Afonso venceu batalhas contra exércitos muçulmanos e, também, contra o reino cristão de Leão e Castela (um dos reinos que no final do século XV formaria o Reino da Espanha).
Em seguida, D. Afonso fundou o Reino de Portugal, tornou-se rei do primeiro Estado moderno europeu e dando início à dinastia de Borgonha. Após a criação do reino, os portugueses passaram a expandir seu território, dominando novas regiões até então ocupadas pelos muçulmanos.
Em 1385, subiu ao trono português a dinastia de Avis, que consolidou a unificação política do reino de Portugal. A centralização do poder nas mãos do rei, a posição geográfica de Portugal e o conhecimento sobre navegação que os ibéricos tinham aprendido com os muçulmanos foram fundamentais para que os portugueses pudessem iniciar as Grandes Navegações, no começo do século XV.
Os portugueses fizeram grandes esforços para encontrar um caminho marítimo para as Índias. Eles enviaram várias expedições, que percorreram o litoral ocidental da África, entrando em contato com as populações locais e tomando conhecimento da geografia e das correntes marítimas. Isso possibilitou um aprimoramento dos mapas e abriu caminho para que novos marinheiros se aventurassem pelo oceano Atlântico.
Conhecendo algumas informações básicas sobre o litoral africano e suas correntes marítimas, os portugueses foram cada vez mais longe, até que, em 1487, uma expedição comandada por Bartolomeu Dias ultrapassou o cabo das Tormentas, nome dado pelos portugueses a uma região no extremo sul do continente africano. Animado com a conquista, o rei português D. João II mudou o nome do lugar para cabo da Boa Esperança e investiu em uma nova expedição exploradora.
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Os reis espanhóis por sua vez, apoiaram uma expedição que também tinha o objetivo de encontrar um caminho marítimo para as Índias. Comandada por Cristóvão Colombo, essa expedição saiu do porto de Palos, na Espanha, em agosto de 1492. Ele sabia que a Terra é redonda e acreditava ser possível chegar às Índias navegando sempre na direção oeste.
Em 12 de outubro, pouco mais de dois meses depois da partida, Colombo desembarcou no território que acreditou se tratar das Índias. Ele, na verdade, estava equivocado, pois havia chegado a um novo continente até então desconhecido dos europeus, o qual, mais tarde, seria chamado de América.
Logo após a chegada de Colombo à América, os reis espanhóis tentaram garantir a posse do território para a Espanha. Eles recorreram ao papa Alexandre VI, que, em maio de 1493, publicou a chamada bula Inter Coetera. Essa bula estabelecia uma linha imaginária localizada a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde: as terras encontradas a leste dessa linha seriam portuguesas e as terras a oestes seriam espanholas.
Insatisfeito com essa partilha, o rei de Portugal propôs que a linha divisória ficasse a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, aumentando a área de domínio português. Esse acordo, conhecido como Tratado de Tordesilhas, foi assinado pelos reis de Portugal e Espanha, em 1494.
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Vasco da Gama
Poucos anos depois, em 497, o governo português enviou uma nova expedição para tentar finalmente chegar às Índias por um caminho marítimo. Essa expedição, comandada por Vasco da Gama, atingiu seu objetivo, chegando à cidade de Calicute, na Índia, em 1498. Os portugueses negociaram com os indianos e voltaram para Portugal com os navios repletos de especiarias e artigos de luxo. Foram recebidos como verdadeiros heróis em sua terra natal.
Com o sucesso da expedição de Vasco da Gama, os governantes portugueses enviaram uma nova expedição para buscar especiarias e estabelecer contatos comerciais com os indianos. Essa expedição, composta por 13 embarcações, partiu de Portugal sob o comando de Pedro Alvares Cabral.
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Antes de chegar ao seu destino, no entanto, a expedição se afastou demais da costa africana e acabou chegando ao litoral do atual estado da Bahia, no Brasil, em 22 de abril de 1500. Os portugueses permaneceram neste território cerca de dez dias, fizeram contatos com os povos nativos e depois seguiram viagem rumo à Índia.  

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