quinta-feira, 21 de junho de 2018

A Segunda Guerra Mundial

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Adolfo Hitler

        As duras condições impostas à Alemanha ao final da Primeira Guerra Mundial e a crise econômica de 1929 favoreceram o crescimento do nazismo. Em março daquele ano havia na Alemanha 2,8 milhões de trabalhadores sem emprego. Em 1931, o número de desempregados era superior a milhões, e no ano seguinte atingiu 6 milhões. Estabelecido em 1933, o governo de Adolfo Hitler responsabilizava o Tratado de Versalhes e a conspiração internacional de financista judeus pela crise alemã. A ideologia antissemita se difundiu pela Alemanha e a comunidade judaica passou a ser perseguida no país.
        Para minimizar o problema do desemprego, Hitler financiou a construção de grandes obras públicas e incentivou a instalação de fábricas de armas, equipamentos militares e bens duráveis. Além disso, para cooptar os trabalhadores do campo e das cidades, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP) garantiu-lhes direitos e benefícios, como férias, clubes de lazer e facilidades para adquirirem bens de consumo.
        Na política externa, o programa do líder nazista era claro. Em primeiro lugar, pretendia recuperar regiões antes pertencentes à Alemanha, ricas em matérias-primas valiosas para o pleno desenvolvimento industrial do Terceiro Reich, o Terceiro Império Alemão. O próximo passo seria conquistar fontes de matérias-primas em territórios sob controle de povos considerados, pelos nazistas, “inferiores”: Hitler cobiçava o petróleo da Romênia e do Cáucaso, o carvão e o ferro da Sibéria e o trigo ucraniano. Para alcançar esses objetivos, em 1935 a Alemanha estabeleceu o serviço militar obrigatório e iniciou o rearmamento das tropas.
        A Grã-Bretanha e a França, responsáveis pela manutenção da paz mundial, proposta pela Liga das Nações, preferiram ignorar as ostensivas ambições do governante alemão, considerando que poderiam ser muito úteis no bloqueio à União Soviética, formando um cordão contra o avanço do comunismo na Europa.
        Em 1936, Hitler retomou a Renânia, região alemã que havia sido desmilitarizada pelo Tratado de Versalhes e ocupada pelos franceses como pagamento de indenização de guerra. Os alemães aplaudiram essa atitude ousada de líder nazista, que reanimava os sonhos de um Estado poderoso e competitivo.
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Mapa ilustrando a expansão do exército nazista
        Com a conquista da Renânia, o Tratado de Versalhes estava sendo violado pelos alemães. Como reagiram as grandes potências da Europa? Não reagiram. A “benevolência” da Liga das Nações foi muitas vezes justificada com o argumento de que assim evitaria um confronto direto com os nazistas. Essa atitude de tolerância em relação ao expansionismo nazifascista ficou conhecida como Política de Apaziguamento.
        Encorajada pela inércia das potências democráticas, a Alemanha expandiu-se em direção à Europa Ocidental. A Itália, por sua vez, invadiu a Etiópia, e o Japão conquistou territórios na Ásia. O avanço do nazifascismo foi refirmado em novembro de 1936 pela assinatura do Pacto Antikomintern entre a Alemanha e o Japão. O acordo era dirigido diretamente contra a União Soviética. No ano seguinte, Mussolini aderiu ao pacto, selando o compromisso bélico dos três países no chamado Eixo Berlim-Tóquio-Roma.
           Em 1938, os alemães invadiram e anexaram o território da Áustria, sem nenhuma resistência armada. Conhecida como Anschluss, a anexação teve como justificativa a unidade dos povos germânicos. A Liga das Nações não se manifestou diante do ocorrido.
        A anexação da Áustria acirrou o nacionalismo das populações de ascendência germânica dos Sudetos (antes pertencentes ao Império Alemão), na Tchecoslováquia, que reivindicavam o direito de voltar a integrar o Estado alemão. Mas o governo tcheco não aceitava a autonomia dos Sudetos e sua incorporação pela Alemanha.
        Em nome da Liga das Nações, as potências aliadas iniciaram negociações diplomáticas com a Tchecoslováquia e a Alemanha, pretendendo, assim, evitar uma guerra na região. No dia 29 de setembro de 1938, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain e o primeiro-ministro francês Édouard Daladier reuniram-se em Munique com Hitler e Mussolini. A presença de um representante da Tchecoslováquia foi considerada desnecessária. No encontro denominado Conferência de Munique, a Alemanha conseguiu um acordo que permitiu a anexação de algumas regiões da Tchecoslováquia, e Hitler comprometeu-se, a partir daquela data, a resolver todas as questões de interesse internacional mediante consulta.
A situação de relativa paz, contudo, durou pouco. O governo alemão começou a pressionar a Polônia, exigindo a construção de uma estrada e uma ferrovia extraterritorialidade por meio do chamado corredor polonês. Exigia também a devolução de Dantzig importante cidade portuária que passou a ter um governo autônomo após a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. Além disso, em março de 1939, Hitler invadiu o que havia sobrado da Tchecoslováquia, o desrespeito alemão ao acordo de Munique levou os governos britânico e francês a selarem um aliança com a Polônia, comprometendo-se a protege-la de uma eventual agressão alemã. Tal compromisso incluía a Romênia e a Grécia.
As garantias dadas à Polônia deixaram a União Soviética numa posição delicada. A princípio, Stalin chegou a acreditar que essa atitude poderia significar um trampolim para uma possível invasão anglo-francesa à União Soviética. Em agosto de 1939, alemães e soviéticos assinaram um acordo, conhecido como Pacto Germânico-Soviético de Não Agressão. O pacto estabelecia que, se a Grã-Bretanha e a França decretassem guerra à Alemanha após um eventual ataque alemão à Polônia, os soviéticos manteriam-se afastados do conflito. Outra cláusula dividia a Polônia em duas zonas de influência, a alemã e a soviética. O acordo evitava que a Alemanha tivesse de lutar em duas frentes, como aconteceu em 1914.
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Charge ironizando a aliança estabelecida entre Hitler e Stalin
No dia 1º de setembro de 1939, Hitler divulgou que as operações militares para a invasão da Polônia haviam se iniciado. Como retaliação, dois das depois Grã-Bretanha e França declararam guerra ao Terceiro Reich. Em poucas semanas, a resistência polonesa foi arrasada e o Exército alemão tomou o país, empregando um estilo de ofensiva que ficou conhecido como Blitzkrieg, ou guerra-relâmpago.
Após a conquista da Polônia, os alemães invadiram e conquistaram a Noruega e a Dinamarca, em abril de 1940, garantindo à Alemanha o abastecimento de aço pelos mares bálticos e do Norte. Em seguida, dominaram os territórios belga e holandês, facilitando a penetração alemã na França a partir da Bélgica.
Em junho de 1940, os nazistas chegaram a Paris e obrigaram o governo francês a assinar o armistício com a Alemanha. Boa parte do território francês, incluindo a capital, permaneceu sob ocupação alemã, e no restante foi estabelecido um governo colaboracionista administrado pelo general Henry Pétain, que ficou conhecido como República de Vichy.
Enquanto os alemães investiram na França, os italianos entrevam na guerra ao lado dos nazistas, voltando-se para o norte da África. As tropas italianas, porém, sofreram algumas derrotas na região e acabaram recebendo ajuda dos alemães. Os nazifascistas conseguiram manter o domínio sobre a Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e algumas áreas egípcias.
Em junho de 1941, depois de conquistar os territórios da Europa Oriental, como Albânia, Bulgária, Iuguslávia, Grécia, Romênia e Hungria, Hitler iniciou a operação Barbarossa. Tal operação visava derrotar o comunismo e apoderar-se de recursos naturais vitais, como o petróleo, para a continuidade da guerra. Num primeiro momento, os alemães obtiveram algumas vitórias importantes: chegaram a sitiar Leningrado, parando às portas de Moscou em outubro. No final do ano, a campanha nazista na União Soviética começou a mudar, com uma reação decisiva do Exército Vermelho soviético, que forçou os alemães a recuarem.
As tentativas dos EUA de impedir as constantes investidas japonesas na China e na Indochina, importantes regiões estratégicas para o país, motivaram o Japão a tentar remover a presença norte-americana na Ásia. Assim, no dia 7 de dezembro de 1941, o governo japonês lançou um ataque aéreo à base militar norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí. Boa parte da frota dos EUA no Pacífico afundou ou foi colocada fora de combate.
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Ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbor
Um dia após o ataque japonês a Pearl Harbor, o então presidente Franklin Delano Roosevelt entregou ao Congresso dos EUA uma mensagem anunciando sua intenção de declarar guerra ao Japão, que foi prontamente aceita.
Com a sua indústria funcionando em ritmo acelerado, contando com armas e equipamentos modernos, além de soldados bem treinados, os EUA juntaram –se aos Aliados no combate aos países do Eixo.
O Brasil, sob o comando de Getúlio Vargas, manteve-se neutro no início da Segunda Guerra, apesar da simpatia de muitos integrantes do governo pelos países do Eixo. No entanto, o ataque japonês a Pearl Harbor alterou os rumos do conflito e a posição de neutralidade brasileira. Pressionado pelos Estados Unidos, que forneciam importante auxílio econômico ao país, o Brasil rompeu relações diplomáticas e comerciais com a Alemanha, a Itália e o Japão.
Como retaliação, em janeiro de 1942, submarinos alemães afundaram navios mercantes brasileiros. Esse incidente determinou a entrada do Brasil no conflito mundial, ao lado dos Aliados.
A contribuição do Brasil na guerra se deu de diferentes formas. O governo brasileiro concedeu bases militares às forças aliadas em algumas regiões estratégicas, como Belém, Natal e Recife, forneceu-lhes matérias-primas, como borracha e minério de ferro e enviou pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e da Força Aérea Brasileira (FAB) para lutar contra os alemães na Itália e nos céus da Holanda. Em contrapartida, o governo Vargas recebeu créditos para a recuperação das jazidas de ferro de Minas, para a implementação da Companhia Vale do Rio Doce e para a construção da usina siderúrgica de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
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Os pracinhas que lutaram ao lado dos Aliados na Segunda Guerra Mundial
A entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados também gerou consequências para os inimigos alemães, japoneses, italianos e seus descendentes que viviam no país. Muitos perderam seus empregos, foram presos, tiveram suas residências invadidas, foram proibidos de ensinar suas línguas nativas e publicar materiais em seus idiomas.
A entrada da União Soviética e dos Estados Unidos na guerra deu novos rumos ao conflito. Desse modo, as guerras na Europa e na Ásia fundiram-se em um só conflito em escala mundial, que opunha os Aliados (Grã-Bretanha, União Soviética, Estados Unidos) aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
Em 1942 a guerra começou a tornar-se favoráveis aos Aliados: no mar, os norte-americanos impuseram derrotas aos japoneses; em terras, os soviéticos resistiram ao avanço alemão em Stalingrado. No norte da África, em 1943, os alemães foram vencidos por tropas anglo-americanas, que em julho do mesmo na ocuparam a Sicília e desembarcaram na Península Itálica, onde derrubaram o governo de Mussolini. Na frente oriental, depois da vitória em Stalingrado, os soviéticos esmagaram os alemães na Batalha de Kursk (1943).
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Imagem do episódio conhecido como DIA D.
A operação decisiva na frente ocidental, que ficou conhecida como Dia D, ocorreu em 6 de junho de 1944. Nesse dia, as forças aliadas comandadas pelo general norte-americano Dwight D. Eisenhower, desembargaram na província francesa da Normandia. A ação envolveu cerca de 150 mil soldados, além de navios de guerra e aviões. Os Aliados iniciaram seu avanço em direção à Alemanha, libertando Paris e o norte da França do jugo nazista. Enquanto isso, o Exército soviético, no extremo oposto da Europa, libertava a Romênia, a Bulgária e a Polônia do domínio alemão.
O ano de 1945 assistiu à “corrida” para Berlim, disputada por exércitos soviéticos, a partir do leste, e por norte-americanos e britânicos, pelo oeste. As forças alemães tiveram sucessivas derrotas. Sem perspectivas de vitória, no final de abril, Hitler e sua companheira Eva Braun suicidaram-se. Diante disso, em maio daquele ano, a Alemanha assinou sua rendição.
No Pacífico, porém, a guerra ainda se estendeu por mais quatro meses. Em fevereiro de 1945, os norte-americanos conquistaram a ilha japonesa de Iwo Jima, importante ponto estratégico que abriu caminho para os ataques contra o Japão.

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Sem Censura - Moisés Rodrigues

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