domingo, 19 de agosto de 2018

Revolução dos Cravos e independências


        Portugal foi o país europeu que mais se empenhou em manter seus domínios coloniais na África. O regime autoritário de Salazar, no poder desde 1933, recusava-se a negociar com lideranças africanas que reivindicavam a emancipação das colônias. O governo português negligenciava, inclusive, a Organização das Nações Unidas (ONU) e a comunidade internacional, que condenavam a manutenção do domínio colonial.
        Na colônia de Guiné-Bissau, destacou-se a liderança do político e intelectual Amílcar Cabral, fundador do Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). No início dos anos 1960, valendo-se da tática de guerrilhas, o partido iniciou uma guerra contra as forças colonialistas. Em 1973, com mais de dois terços do território controlados pelos rebeldes, Amílcar Cabral foi assassinado. No mesmo ano, o PAIGC proclamou a independência de Guiné-Bissau.
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        Em Angola a luta armada contra o colonialismo começou em 1961, dirigida por três forças políticas: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), ligado aos países do bloco soviético; a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), ligada aos EUA; e a União Nacional pela Independência Total de Angola (Unita), inicialmente vinculada à China e depois à África do Sul. Em Moçambique a luta armada pela independência começou em 1964, comandada pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), de orientação comunista.
        No início da década de 1970, a luta armada pela independência se fortaleceu nas colônias, enquanto o regime salazarista respondia aumentando o controle sobre os territórios e reprimindo com violência manifestações contra o regime em Portugal. Em 25 de abril de 1974, no episódio conhecido como Revolução dos Cravos, um grupo de jovens militares derrubou o regime ditatorial em Portugal. Cravos, um grupo de jovens militares derrubou o regime ditatorial em Portugal. O novo regime iniciou negociações com as principais lideranças das colônias que resultaram na independência dos últimos domínios coloniais europeus na África.
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Um dos momentos marcantes da Revolução dos Cravos.
        Em Moçambique e em Angola, contudo, a emancipação não pôs fim aos conflitos. Uma guerra civil envolvendo as principais facções políticas se alastrou pelos dois países. O conflito expressava, além de diferenças internas, o jogo de interesses que marcaram a Guerra Fria, estando as facções combatentes ligadas ao bloco capitalista ou socialista. As guerras terminaram em 1992 (Moçambique) e 2002 (Angola), deixando um rastro de destruição e mais de 1 milhão de mortos.

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