quinta-feira, 23 de agosto de 2018

A China Antiga

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Imagem do rio amarelo

         O rio Amarelo, chamada Huang-Ho pelos chineses, teve grande importância na formação das primeiras aldeias chinesas. Os agricultores que se fixaram às margens desse rio, por volta de 5.000 a. c., plantavam painço, hortaliças, frutas e nozes e criavam porcos, bois e cabritos. Também produziam objetos de cerâmica, que eram utilizados tanto no dia a dia quanto em ocasiões especiais, como cerimônias religiosas e festas.
         As variações climáticas alternavam períodos de seca e de cheia, que causavam muitos prejuízos para a região, provocando a morte de pessoas e a destruição de casas e plantações. Por essa razão, os chineses desenvolveram técnicas de controle das águas do rio, construindo reservatórios para armazenar a água, nas épocas de cheia, e utilizá-la na irrigação dos campos, nos períodos de seca.
         Por volta de 221 a. c., a região onde se formaria a China era composta por Estados independentes e rivais que combatiam entre si pelo controle do território. Para aumentar suas chances de vitória, o governante do Estado de Qin promoveu uma reforma em seu exército e modificou as táticas de guerra.

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Estátua do imperador Qin

         Ao vencer os conflitos, o governante Qin unificou os Estados independentes e proclamou-se imperador da China. Seu nome, Qin Huang Di, era a junção de três palavras chinesas: Qin (primeiro), huang (soberano), di (governante divino).
         Durante o período Qin, foi estabelecido um novo código de leis que regulamentava a ação de todos os habitantes do império. Também foi feita a padronização dos pesos e medidas, da escrita e das moedas.
         Além disso, o imperador Huang Di financiou a construção de estradas, pontes e canais, intensificando a comunicação e o deslocamento das pessoas por todo o território unificado. Por essa razão, as trocas comerciais aumentaram bastante durante o período Qin.
         As mudanças introduzidas por Huang Di transformaram o dia a dia dos chineses. O novo sistema de irrigação, por exemplo, possibilitou o aumento da produção agrícola; a melhoria das estradas facilitou as trocas comerciais e culturais entre as regiões distantes; a unificação das moedas incentivou a comercialização de produtos.
         Apesar das importantes reformas no campo econômico e administrativo realizadas por Huang Di, no campo político e social houve grande violência e intolerância. Durante seu governo, o imperador perseguiu duramente as pessoas contrárias às suas decisões. De acordo com relatos da época, ele ordenou a destruição de todos os livros que questionassem as novas leis do império. Obras de história, filosofia e biografias foram proibidas e queimadas. Foram poupadas apenas algumas obras com utilidades práticas, como manuais agrícolas e livros de medicina.
         Por volta de 220 a. c., o imperador Qin ordenou a construção de uma grandiosa muralha, cujo principal objetivo era defender o território chinês contra ataques inimigos. Naquela época, a obra chegou a ter cerca de 3 mil quilômetros de extensão. A muralha só foi construída no século XVI. Atualmente, sua extensão é de aproximadamente 7 mil quilômetros.
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Imagem da muralha da China
         Após a morte do imperador Qin, em 210 a. c., os chineses viveram um período de turbulência, marcado por disputas pelo poder e revoltas populares. Liu Bang, funcionário imperial de origem camponesa, liderou uma rebelião contra o poder imperial e, em 206 a. c., assumiu o trono chinês. Esse fato marca o início do período Han. Nos primeiros anos da época Han, Changan era a capital do império e possuía cerca de 500 mil habitantes.
         No período Han, duas correntes religiosas passaram a fazer parte do dia a dia da população: o budismo e o taoísmo.
         Os imperadores do período Han foram muito influenciados pelo confucionismo. As propostas dos confucionistas valorizavam a educação para todos e não apenas para a elite. Em parte, essa educação era voltada para o suprimento de cargos públicos, que passaram a ser preenchidos por meio de concursos. Dessa maneira, o conhecimento do candidato era avaliado independentemente de sua posição social. Contudo, as mulheres não podiam participar desses concursos.
         Os imperadores da dinastia Han, preocupados em assegurar a proteção das fronteiras chinesas, enviaram embaixadores para reinos distantes, a fim de trocarem presentes e estabelecerem relações diplomáticas. Ao retornarem, esses embaixadores trouxeram informações sobre dois grandes impérios a oeste: o persa e o romano.
         As notícias sobre a riqueza desses impérios estimularam a abertura de rotas comerciais terrestres, que se estenderam até o Império Romano, passando, também, pelos territórios da Pérsia, Mesopotâmia e Arábia.
         As caravanas atravessaram a Rota da Seda transportando mercadorias e conectando lugares muito distantes. Os mercadores chineses levavam, além da seda, cereais e especiarias como canela, cravo, canela e gengibre. Também comercializavam ferro, bronze, madeira, cerâmica, porcelanas e obras de arte.
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         Os povos que habitavam a Ásia Central, como persas e indianos, compravam produtos chineses e forneciam, em troca, cavalos, metais preciosos, vinho, lã, linho, marfim e outras mercadorias, além de escravos. Esses bens passavam por várias caravanas de mercadores e, em algumas regiões, o transporte também era feito por via marítima.
         A troca de mercadorias, a Rota da Seda possibilitou o intercâmbio cultural entre os povos que a utilizavam. Entre os aspectos que transformaram o modo de vida das populações do Oriente e do Ocidente, estão a descoberta de novos animais e vegetais. Outro aspecto importante foi o contato com diferentes estilos artísticos e modos de vida e a difusão de doutrinas religiosas diversas, como o budismo e o cristianismo.
         Com as caravanas comerciais, se deslocavam exércitos, sacerdotes, embaixadores e artistas das mais diversas regiões. Foi essa diversidade de pessoas de culturas diferentes que permitiu a troca de ideias, crenças religiosas, estilos artísticos e formas de pensamento.

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