quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A volta de Getúlio Vargas ao poder


        Getúlio Vargas voltou a concorrer à presidência nas eleições de outubro de 950. Sua candidatura contava com o apoio de seu partido, o PTB e de Adhemar de Barros, do Partido Social Progressista (PSP), que tinha muitos eleitores paulistas.
        Durante a campanha, vários setores do PSD, partido de oposição, também passaram a apoiar Vargas, abandonando o próprio candidato do partido, Cristiano Machado, que recebia apoio de Dutra. Vargas venceu a corrida presidencial, obtendo 48, 7% dos votos, contra 29, 7% do brigadeiro Eduardo Gomes, candidato da UDN, e 21, 5% de Cristiano Machado. Como a Constituição de 1946 não previa segundo turno, o candidato que obtivesse a maioria simples venceria as eleições.
        Assim, Vargas retornou ao poder, mas, dessa vez por meio de voto direto. Desse modo, confirmou o imenso prestígio que havia acumulado durante os quinze anos de seu primeiro governo.
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        Em seu novo governo, Vargas deu prioridade à industrialização do país e criou mecanismos nacional-desenvolvimentista procurava conciliar o desenvolvimento do país com a independência nacional frente ao capital externo.
        Com esse objetivo, foi criado um órgão técnico permanente de estudos e planejamento, chamado Assessoria Econômica da Presidência da República, que tinha como objetivo estudar e formular projetos para atender as principais necessidades econômicas nacionais. O órgão trabalhava em conjunto com outras instituições governamentais, como o Ministério da Fazenda e a Comissão Mista Brasil-Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico.
        Com a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), em junho de 1952, Vargas buscou oferecer crédito para o desenvolvimento de novos projetos, voltados para melhorias de portos e ferrovias e para a ampliação do setor elétrico.
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Getúlio Vargas e a campanha "O Petróleo é nosso!"
        A nacionalização do petróleo era uma antiga reivindicação de muitos brasileiros. Em 1948, um grupo de intelectuais, militares e políticos brasileiros fundou o Centro de Estudos e Defesa do Petróleo, no Rio de Janeiro. O objetivo era limitar a atuação de empresas estrangeiras na exploração do petróleo e assegurar a exclusividade de empreendimentos nacionais. A campanha, cujo lema era: O petróleo é nosso!”, recebeu apoio de diferente setores do país.
        Em outubro de 1953, Vargas sancionou a lei que permitiu a maior transformação que Brasil já tinha vivido no setor energético. Nascia, assim, a Petróleo Brasileiro S. A., a Petrobras, empresa controlada pelo Estado brasileiro, que assumiu o monopólio da exploração do petróleo em território nacional.
        A política de valorização do café praticada pelo governo enfrentou forte oposição dos Estados Unidos. Compradores norte-americanos iniciaram uma campanha de boicote ao café brasileiro, que levou à queda internacional do preço do produto e, consequentemente, à redução das exportações. Além disso, a inflação continuava, o déficit da balança comercial crescia, a imprensa denunciava casos de corrupção e a UDN, principal partido de oposição, reagia às medidas nacionalistas na economia.
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João Goulart
        O prestigio de Getúlio Vargas nos setores sindicais ligados ao PTB ainda era grande, mas ele passou a enfrentar inúmeras greves operárias, protestos populares e reivindicações de aumento salarial. Em uma tentativa de reconquistar o apoio dos trabalhadores, em junho de 1953, Vargas nomeou João Goulart, principal liderança do PTB, para o ministério do Trabalho.
        Em fevereiro de 1954, “jango”, como João Goulart era conhecido, propôs dobrar o valor do salário mínimo. As reações contra a proposta foram tão fortes que, no final do mesmo mês, jango foi demitido pelo presidente. Em seu discurso do Dia do Trabalho, Vargas anunciou a mesma proposta de aumento do salário mínimo. A notícia foi muito mal recebida pelo empresariado e pela oposição.
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Carlos Lacerda após o atentado.
        A crise intensificou-se quando o principal líder da UDN, Carlos Lacerda, sofreu um atentado em frente à sua casa no dia 5 de agosto de 1954. Um dos principais opositores de Vargas, Lacerda utilizava seu jornal, Tribuna da Imprensa, para criticar as medidas do governo e as forças políticas vinculadas a Getúlio.
        Lacerda foi ferido com um tiro no pé, mas seu guarda-costas, o major da aeronáutica Rubens Florentino Vaz, morreu. O governo foi imediatamente acusado de ter planejado a morte do adversário político, e a situação agravou-se quando chefe da guarda presidencial, Gregório Fortunato, foi identificado como mandante do crime. Assim, militares e civis ligados à oposição lançaram um manifesto pedindo a renúncia de Vargas.
        Acuado em meio à crise, Vargas suicidou-se com um tiro no coração em 24 de agosto no Palácio do Catete, sede da presidência da república. Ele deixou uma carta-testamento em que acusava seus adversários de querer prejudicar o país e afirmava ter dado a vida pelo povo brasileiro.


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