No
período da Guerra Fria, tanto nos Estados Unidos quanto na União Soviética, as
pessoas suspeitas de simpatizar com o modo de vida do rival passaram a ser
vítimas de uma perseguição feroz.
Joseph McCarthy |
Nos
Estados Unidos, a política de “caça aos comunistas” foi liderada pelo senador
Joseph McCarthy. Visando impressionar a opinião pública e conseguir votos ara
reeleger-se ao Senado, em fevereiro de 1950, McCarthy blefou publicamente:
disse que havia mais de 200 comunistas trabalhando no Departamento de Estado
estadunidense. A denúncia, ampliada e divulgada pelos jornais, inaugurou uma
verdadeira cruzada anticomunista nos Estados Unidos.
Charles Chaplin |
Instalado
no poder, o macarthismo agiu sem o menor escrúpulo: o minúsculo Partido
Comunista Americano foi colocado na ilegalidade; os jornais, a televisão e o
cinema sofreram uma devassa; e centenas de pessoas que trabalhavam nesses meios
de comunicação foram presas sob a acusação de serem comunistas e tiveram suas
carreiras destruídas. Até mesmo Charles Chaplin, o criador do personagem
Carlitos, foi denunciado e perseguido pelo macarthismo, tendo sido obrigado a
se exilar.
Na
União Soviética, a perseguição ao americanismo e aos acusados de “desvio
ideológico” era liderada pelo próprio Josef Stalin, chefe de Estado e maior
inimigo do “imperialismo ianque”. Os crimes praticados por Stalin foram muitos:
prendeu jornalistas; mandou internar adversários em hospitais psiquiátricos;
comandou execuções em massa; escravizou centenas de milhares de pessoas em
campos de trabalho forçado na Sibéria; e deu apoio à prática do antissemitismo.
Estimativas recentes, como a do estudioso Simon S. Montefiore, falam em milhões
de pessoas eliminadas pelo stalinismo.
A
Guerra Fria inaugurou uma “era do medo”. O medo que os EUA e a URSS tinham um
do outro, a desconfiança mútua e a alta lucratividade da indústria bélica
contribuíram para desencadear uma corrida armamentista envolvendo investimentos
maciços na fabricação de armas nucleares.
Em
novembro de 1952, os Estados Unidos testaram no Pacífico a primeira bomba de
hidrogênio, muito mais poderosa que as bombas atômicas lançadas anteriormente
sobre o Japão. Três anos depois, era a vez de a URSS testar a sua. Essa corrida
exigia investimentos crescentes e enriquecia os fabricantes de armas e
equipamentos, mas, ao mesmo tempo, forçava os Estados envolvidos a aumentarem
os impostos, que eram pagos por todos os cidadãos.
A
corrida armamentista desdobrou-se também em corrida espacial. A URSS saiu na
frente e, em 1957, lançou dois satélites artificiais, o Sputnik 1 e o Sputnik
2, este último levando a bordo uma cadela da raça Laika. Quatro anos depois, em
abril de 1961, a URSS realizou outro feito notável: o lançamento da primeira
nave pilotada por um ser humano, o jovem cosmonauta Yuri Gagarin. A população
soviética saiu ás ruas para comemorar, e Gagarin foi transformado em herói
nacional.
Yuri Gagarin |
Os
estadunidenses redobraram, então, seus investimentos em pesquisa espacial para
chegar à Lua e, assim, provar que o sistema estadunidense era o melhor. Em 20
de julho de 1969, viajando a bordo da nave Apolo 11, o astronauta estadunidense
Neil Armstrong foi o primeiro ser humano a pisar o solo lunar, onde fincou
também a bandeira dos Estados Unidos. A Guerra Fria estendia-se ao espaço.
Durante
a corrida espacial, o então governante soviético Nikita Kruschev (1953-1964)
desenvolveu uma política externa conhecida como coexistência pacífica,
estabelecendo com o presidente John F. Kennedy, dos EUA, negociações para
assegurar a paz mundial.
Nikita Kruschev Conheça nosso trabalho pelo YouTube: Moisés Rodrigues https://www.youtube.com/watch?v=jJuP41qqhPc |
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