Quando as Grandes Navegações se iniciaram, no século XV, em
algumas regiões da Europa tinha ocorrido um processo de centralização do poder
político nas mãos do rei em outras, esse processo estava andamento. Em alguns
países, o fortalecimento do poder real originou as monarquias absolutistas.
No regime absolutista, o rei ou a rainha tinha o poder de
fazer as leis, de praticar a justiça, de cobrar impostos, de organizar o
exército e de administrar o Estado. Isso significa que o soberano exercia os
poderes Legislativo, Judiciário e Executivo quase sem limites.
As principais monarquias absolutistas europeias da Idade
Moderna foram as da França, da Espanha, da Áustria e de Portugal.
Thomas Hobbes |
Ao longo dos séculos XVI e XVII, diversos pensadores
produziram obras que procuravam justificar a concentração do poder nas mãos dos
reis. Um deles foi Thomas Hobbes (1588-1679). Em uma de suas obras, ele
argumentou que os homens, em seu estado de natureza, viviam em permanente
conflito entre si. Para manter a paz, a humanidade teria se organizado em
sociedades governadas por uma autoridade extrema. Segundo Hobbes, para garantir
a paz e a vida em sociedade, os indivíduos por meio de um pacto, renunciavam à
sua liberdade e se submetiam ao poder de um governante.
Na França, o teólogo Jacques Bossuet (1627-1704) estabeleceu
uma relação direta entre o poder dos reis é a vontade de Deus. Para ele, o
poder dos reis era praticamente ilimitado e incontestável, pois havia sido
concedido por Deus. Essa doutrina ficou conhecida como Direito Divino dos Reis.
Jacques Bossuet |
As monarquias nacionais procuravam fortalecer seu poder
adotando medidas econômicas para aumentar a riqueza do reino. O conjunto dessas
medidas é conhecido como mercantilismo.
Suas principais características foram:
· Metalismo:
princípio que definia a riqueza de um Estado pela quantidade de ouro e prata
acumulada nos cofres públicos.
· Balança
Comercial Favorável: prática em que as exportações (venda ao
exterior) deveriam ser maiores do que as importações (compras do exterior),
evitando a saída de metais preciosos.
· Colonialismo:
Exploração de territórios fora da Europa, onde as Coroas poderiam obter
produtos de alto valor no mercado europeu, como metais preciosos e especiarias
(diversos tipos de temperos).
· Protecionismo
alfandegário: Cobrança de pesadas taxas sobre os produtos
importados, para proteger os similares produzidos no reino ou trazidos das
colônias.
As práticas
mercantilistas garantiram o enriquecimento de vários Estados europeus entre os
séculos XV e XVIII. Elas também estimularam uma grande competição entre os
países. Interessadas em descobrir novas terras e explorar suas riquezas, as
potências europeias aperfeiçoaram tecnologias náuticas para se fortalecer na
disputa pelos mares.
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