A
antiga civilização fenícia desenvolveu-se onde hoje estão situados o Líbano e
pequenos trechos da Síria e de Israel. Acredita-se que esse povo tenha se
estabelecido no local por volta de 2.000 a.c., mas foi a partir do século XVIII
a. c., que as cidades fenícias cresceram e prosperaram. O território no qual se
fixaram, situado entre o Mar Mediterrâneo (a oeste) e as montanhas (a leste),
era estreito e árido, condições geográficas que dificultavam a comunicação com
o interior. Seu litoral era formado por numerosas ilhas e portos, localizados
no cruzamento de importantes rotas comerciais marítimas da Antiguidade.
Nas
poucas faixas de terra fértil, os fenícios cultivavam azeitona e trigo. Ao
longo de toda a sua história, no entanto, as cidades fenícias dependeram de
produtos agrícolas trazidos de outras regiões.
A
proximidade do mar e a escassez de terras férteis impulsionaram os fenícios ao
comércio marítimo. A inclinação desse povo para a navegação foi facilitada,
também, pela existência de extensas florestas de cedro em seu território. Essa
árvore fornecia um tipo de madeira leve e resistente, apropriada para construir
embarcações. Especialistas em viagens marítimas, os fenícios realizaram
importantes inovações nos barcos a vela e incrementaram as técnicas de
navegação.
ROTA COMERCIAL DOS FENÍCIOS |
Além
de excelentes navegadores, os fenícios eram artesãos e comerciantes. Produziam
cerâmica, vidro, tecidos, joias, perfumes, armas e comercializavam esses
produtos por todo o litoral do Mar Mediterrâneo. Também desenvolveram a
agricultura, a metalurgia, a tecelagem e a tinturaria.
Um
dos principais produtos comercializados por esse povo era a tinta púrpura,
extraída do molusco múrice. O múrice é uma espécie de caracol que contém em uma
das suas extremidades um líquido avermelhado chamado púrpura. O múrice fenício
era de um vermelho-violeta muito apreciado, conhecido como púrpura real, e era
utilizado no tingimento de tecidos.
Na
antiga Fenícia não se formou um Estado centralizado, como no Egito, mas
coexistiam várias cidades-estados independentes. S principais eram Tiro, Biblo
e Sídon.
Cada
cidade-estado tinha seu próprio rei. Nela, um conselho de comerciantes e
armadores limitava o poder político do monarca. Dois grupos faziam parte das
cidades-estados: o grupo dominante, formado por comerciantes ricos,
proprietários de terras, armadores e sacerdotes; e o grupo menos privilegiados,
constituído por artesãos, camponeses e escravos.
Os
fenícios dominaram portos de importância estratégica e comercial no norte da
África, na Península Itálica e em várias ilhas do Mar Mediterrâneo. Entre os
séculos IX a. c., a avançada navegação fenícia permitiu-lhes fundar várias
colônias, que serviram de base para a troca de muitos produtos. A mais
importante dessas colônias foi Cartago, situada no norte da África.
Por
terra e por mar, os fenícios se espalharam por todo o mundo antigo, vendendo
produtos trazidos de outras regiões ou que eles mesmos fabricavam. Com seus
barcos e camelos, montaram uma rede de caravanas que ligava o Mar Cáspio e o
Golfo Pérsico com o Mar Mediterrâneo, por onde transportavam produtos vindos da
África, da Europa e da Ásia. As redes de comércio estabelecidas pelos fenícios
permitiram que eles realizassem trocas culturais com diversos povos da
Antiguidade.
O
comércio de escravos foi também uma importante fonte de riqueza para os
fenícios. A maior parte dos escravos era constituída de prisioneiros de guerra
obtidos na Etiópia (África), na Grécia (Europa) e no Cáucaso, região situada
entre a Europa e a Ásia.
Os
fenícios também eram hábeis artesãos. Produziam esculturas, cerâmica, vidro,
tecidos, joias e perfumes. Seu artesanato mais valorizado eram as peças feitas
de vidro e os tecidos tingidos de vermelho-púrpura.
O
pouco que se sabe da religião fenícia tem como fonte principal a Bíblia. Os
fenícios eram politeístas e cada cidade-estado tinha seu próprio deus, que se
chamava Baal. Eles também adoravam uma divindade feminina chamada Baalit ou
Astarte.
O
Baal representava, em geral, o Sol, dono do Céu e da Terra. Segundo a Bíblia,
Baal era cruel, acostumado a exigir terríveis sacrifícios dos fiéis, como a
imolação de crianças. Astarte representava a Lua, a deusa do amor e da
primavera; a ela cabia presidir os rituais de desaparecimento e renascimento,
como ciclo da Agricultura.
Os
fenícios levaram seus deuses para toda a região do Mar Mediterrâneo,
influenciando outros povos e recebendo influência deles. Acredita-se, por
exemplo, que Astarte fosse a versão fenícia de Afrodite, deusa dos gregos,
assim como Melkart, o Baal da cidade de Tiro, representasse Hércules.
Atualmente,
muitas pessoas utilizavam seus celulares ou aplicativos em tablets e
computadores para conversar com amigos e familiares. Esse tipo de comunicação
exige uma linguagem própria, diferente da fala e da escrita formal.
Os
internautas usam frases curtas, palavras abreviadas e substituem os acentos por
outras letras para tornar a digitação mais rápida. Por exemplo: a maioria das
pessoas escreve vc (você), eh (é), qdo (quando) etc. em um bate-papo virtual escrito,
é importante escrever rapidamente para dar mais velocidade ao diálogo.
Os
fenícios também sentiram necessidade de um tipo de linguagem mais eficiente
para se comunicar com outros povos do mediterrâneo. Essa necessidade
provavelmente contribui para se desenvolvesse, por volta de 1700 a. c., um novo
sistema de comunicação escrita, visando facilitar e organizar as atividades
comerciais: o alfabeto.
O
alfabeto fenício tinha 22 letras, mas nenhuma vogal. As vogais foram
acrescentadas posteriormente pelos gregos. Esse alfabeto foi muito importante
para o desenvolvimento e a expansão do comércio e o intercâmbio entre os mais
diversos povos. Ele constitui a base da escrita usada pela maioria dos povos do
mundo moderno.
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