Os Astecas
Muita
coisa havia mudado na Mesoamérica quando, pouco mais de 500 anos atrás, os
espanhóis chegaram às terras do Vale de Anahuac (no atual México). Havia ali um
grande império, dominado pelos mexicas, grupo pertencente à etnia asteca. Em razão
disso, chamamos o amplo território que eles dominavam de Império Asteca.
É
provável que os mexicas tenham vindo do norte onde, de acordo com suas
crônicas, situava-se o Reino de Aztlán, e chegado à região do Lago Texcoco no
século XII. Guerreiros e conquistadores, eles dominaram os vários grupos e
etnias indígenas que viviam na região e ocuparam suas terras. No início do
século XIV, os mexicas construíram no local um templo em honra a
Huitzilopochtli, deus da guerra e do sol, principal divindade asteca. em torno
do templo, cresceu a cidade de Tenochtitlán, futura capital do império.
Cidade de Tenochtitlán |
A
expansão dos mexicas não parou por aí. Promovendo ações militares de conquista,
eles ampliaram seus domínios e formaram um império com mais de 6 milhões de
pessoas. Estima-se que, quando os espanhóis ali chegaram, em 1519, a capital,
Tenochtitlán, abrigava aproximadamente.
Uma
das principais fontes para o estudo dos astecas e de outros povos que habitavam
a região do México são os códices, espécie de livros com imagens e símbolos
desenhados em papéis feitos de fibras de árvores ou peles de animais. Os espanhóis
destruíram muitos desses códices. Entre os que chegaram até nós, um dos mais
importantes é o códice Mendoza, feito pelos astecas cerca de vinte anos após a
conquista espanhola. Por meio dos códices foi possível conhecer aspectos da
vida cotidiana dos astecas, como a educação, a vida familiar e as técnicas de
cultivo.
Sabemos,
por exemplo, que os camponeses cultivavam tomate, milho, algodão, cacau, batata
e vários tipos de pimenta. O cacau servia de alimento e bebida e sua semente
era utilizada como moeda.
Os
astecas desenvolveram técnicas para superar as limitações impostas pela
natureza e aumentar a produção agrícola. Construíram canais de irrigação para
transportar a água dos rios e lagos para regiões mais distantes e criaram as
chinampas, um tipo de canteiro flutuante.
Os
povos submetidos ao Império Asteca produziam para o seu consumo e, principalmente,
para pagar os pesados impostos cobrados pelos mexicas. Esses tributos garantiam
a expansão do império e permitiam investir na ampliação e no embelezamento de
Tenochtitlán.
Ao
se fixar no Vale do México, por volta do século XII, os mexicas tinham uma
organização social igualitária. Com o tempo, porém, surgiu uma diferenciação
social entre eles e um distanciamento do povo em relação às camadas da elite.
Os Incas
Na
América do Sul, as terras altas da Zona Andina Central atraíram a ocupação
humana principalmente em virtude de seus vales, com bosques, rios e pastos
cercados de montanhas. Foi num desses vales, o de Cuzco, no sul do atual Peru,
que os incas construíram um grande império.
Localização geográfica do Império Inca |
Antes
dele, floresceram na região diversas culturas, como as de Caral, Tiahuanaco,
Mochica e Huari. A cultura Chavín, um das mais antigas dos Andes peruanos, é
considerada a primeira a unificar a região em torno de costumes e práticas
comuns. Monumentos, estatuetas, peças de cerâmica, ornamentos feitos de metais e
móveis são alguns dos vestígios dessas antigas civilizações andinas.
Os
incas são originários do povo quéchua e chegaram à região de Cuzco provavelmente
no século XIII. Inicialmente, conviveram com outras etnias da região. Aos poucos,
porém, os incas submeteram os demais povos. Na primeira metade do século XV, o
império inca expandiu-se por uma vasta região.
O
chefe supremo do império era o Sapa Inca, que exercia controle total sobre os
povos que viviam em seus domínios. Considerado filho do sol, ele decidia quando
as pessoas podiam se casar ou viajar e forçava a migração para áreas menos
ocupadas do império, com o objetivo de defender terras desprotegidas.
Havia
uma série de procedimentos que deviam ser respeitados na presença do Sapa Inca.
Por exemplo, ao se deslocar de um lugar a outro, o chefe supremo ia coberto por
um manto, dentro de uma luxuosa liteira carregada por vários homens. À frente,
uma coluna de servidores ia varrendo o caminho, e o povo se curvava com a face
na terra enquanto ele passava. Até os altos funcionários só se dirigiam a ele
de joelhos, em sinal de obediência.
Representação do Sapa Inca |
A
base econômica do Império Inca era a agricultura, praticada em aldeias. Cada aldeia
era habitada por um conjunto de famílias unidas por laços de parentesco. Essa comunidade
era chamada de ayllu. Cada ayllu tinha um chefe, o Kuraka, que dividia as
terras entre as famílias e organizava a produção coletiva.
Os
camponeses do ayllu plantavam milho, batata, quinoa, algodão, batata-doce,
amendoim, abacate, pimenta, entre outros produtos. Também criavam animais
próprios dos Andes, como alpacas e lhamas. Os animais forneciam lã, leite,
carne, além de servirem de meio de transporte.
As
famílias do ayllu deviam pagar ao kuraka e ao império um imposto que se chamava
mita. Durante alguns meses do ano, elas deviam cultivar terras do kuraka e do
império, ou ajudar na construção de estradas, canais de irrigação, edifícios
públicos e moradias.
As
camadas mais altas também tinham obrigações. Em períodos de colheitas ruins, o
kuraka devia distribuir os alimentos que havia acumulado com o recolhimento dos
tributos e alimentar as famílias do ayllu.
A
irrigação das terras do império, em parte desérticas, era uma preocupação dos
incas. Para resolver o problema, eles construíram canais que recolhiam a água
que descia das montanhas e a levavam para as áreas de cultivo.
Os
incas também foram grandes construtores de cidades. Além de Cuzco, sua capital,
ergueram Machu Picchu deve ter sido local de cultos e sepultamentos. Construída
integralmente com pedras encaixadas, Machu Picchu foi encontrada integralmente
por uma expedição arqueológica em 1911.
Ruínas da cidade de Cuzco (Peru) |
Extensas
estradas foram abertas pelos incas. Elas eram utilizadas para controlar as
áreas do império e permitir a comunicação entre os vales, além de garantir a
circulação de produtos e de um sistema de correio. Acredita-se que as estradas
incas tenham possibilitado um grau de integração entre as áreas do império que
os demais povos pré-colombianos não conheceram.
Acompanhe nosso trabalho pelo YouTube: Sem Censura - Moisés Rodrigues
https://www.youtube.com/watch?v=w8Yzl-fWDdU
Nenhum comentário:
Postar um comentário