O
editorial do Jornal O Globo publicou no último domingo (1° de julho) as novas
normas e diretrizes que os seus funcionários devem seguir no que se refere à utilização
das redes sociais. Reeditando os dispositivos constitucionais previstos pelo
AI-5, outorgado durante a Ditadura Militar (1964-1985), os jornalistas estão
proibidos de se expressar nas redes sociais. Tal proibição enfatiza desde
aspectos político-ideológicos, até reclamações referentes à prestação de
serviços de empresas específicas.
O argumento defendido por Ali
Kamel consiste no fato de que os jornalistas devem se manter isentos e,
mormente, não devem se expressar empregando os mais diversos meios de
comunicação que a sociedade moderna oferece. Segundo o editor geral de
jornalismo da empresa, até mesmo uma conversa em grupos de amigos do whatsapp
que se tornar pública, pode “comprometer” a credibilidade dos profissionais da
emissora.
Não sabemos as razões pelas
quais esse posicionamento da corporação causou tanto impacto. O que esperamos
de uma emissora que corroborou as arbitrariedades orquestradas durante o período
militar? Que ocultou as práticas de torturas e que foi conivente com o
autoritarismo dos milicos. Que estabeleceu acordos ilícitos com os militares em
troca de favores inescrupulosos.
O que devemos esperar de uma
empresa de comunicação que seleciona as notícias que chegarão à população? Que
se recusou a transmitir os comícios que reunião mais de 100 mil pessoas
exigindo as “diretas já”. Que desde 1989 persegue um cidadão chamado Luiz Inácio
Lula da Silva, representante máximo dos ideais populares. Uma emissora que é
contrária aos movimentos sociais e às políticas de distribuição de renda.
Deve-se frisar que nos
bastidores essas normas receberam o nome de “Lei Chico Pinheiro”. O jornalista
(âncora do jornal Bom dia Brasil), gravou um áudio em que emitia sua simpatia e
solidariedade ao ex-presidente Lula no dia de sua arbitrária prisão. Além disso,
ele criticava os partidos de direita e o juiz Sergio Moro que comanda as
insanas caçadas judiciais ao militantes do Partido dos Trabalhadores (PT). Depois
do vazamento do áudio, a família “Marinho” recrudesceu suas posições de
controle concernente às posturas assumidas pelos seus funcionários.
A Globo parece negligenciar
o parágrafo 5º da Constituição (que é uma cláusula pétrea) e que garante,
sobretudo, a liberdade de expressão de todo indivíduo. Mesmo sob a égide do
sistema democrático de direito, a emissora revive todo o autoritarismo do
período militar, onde os seres humanos tinham seus direitos básicos violados de
uma forma arbitrária. Ao reeditar tais normas, a empresa demonstrou claramente
a sua incapacidade de conviver com os princípios elementares da democracia.
Será que os jornalistas da “Globo
News”, como o “Merdal” Pereira (Merval Pereira), a Miriam Leitão, a Eliane
Cantanhêde, o Gerson Camarotti, dentre outros serviçais da “casa-grande”,
pararão de expor suas ideias de repulsa ao Partido dos Trabalhadores e ao
ex-presidente Lula? Será que esses pseudojornalistas, que estão a serviço do
grande capital internacional, pararão com suas campanhas contrárias aos
movimentos sociais? Será que essas normas terão mesmo a finalidade de
estabelecer um jornalismo imparcial?
Por
fim, acredito que os companheiros já sabem as respostas para as perguntas que
foram expostas acima. O receio da “família Marinho” é de que os seus
jornalistas se tornem independentes e que, sobretudo, suas opiniões não estejam
em consonância com a linha editorial adotada pela emissora. Lamentável também é
a negligência da ABI (Agência Brasileira de Imprensa) diante do acontecimento,
demonstrando sua inclinação ao apoio de medidas autoritárias adotadas pela
empresa contra os profissionais da imprensa.
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fontes:
https://www.brasil247.com/pt/blog/alex_solnik/360356/O-AI-5-da-Globo.htm
https://www.sul21.com.br/ta-na-rede/2018/07/globo-impoe-censura-nas-redes-sociais-a-seus-jornalistas/
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/apos-caso-chico-pinheiro-globo-proibe-jornalistas-de-se-manifestar-nas-redes-sociais/
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