O
Imperialismo foi um processo iniciado nas últimas décadas do século XIX, que se
caracterizou pela expansão das potências capitalistas europeias, como França e
Inglaterra, sobre os territórios da África, da Ásia e da Oceania.
Na
origem desse processo, do qual mais tarde também participaram os Estados Unidos
e o Japão, estavam as modificações no mundo capitalista criadas pela Revolução
Industrial, que entrara em outra fase na segunda metade do século XIX. Essa nova
fase da Revolução Industrial foi marcada pela expansão da industrialização,
iniciada na Inglaterra, para outros países europeus, como Bélgica, a França e a
Alemanha.
Nessa
época, a indústria europeia também recebeu melhorias técnicas, como a energia
elétrica, os motores movidos a óleo diesel e a gasolina, o uso do aço e outros
avanços nas áreas da química e da mecânica. Com isso, houve um grande
crescimento da produção industrial, que acabou gerando crises de superprodução
no início da década de 1870, ou seja, os mercados consumidores europeus já não
absorviam o que as suas indústrias produziam.
A
saída para a crise europeia, no entender de muitos políticos e empresários
europeus, era tomar posse de territórios coloniais, pois as colônias poderiam
fornecer matérias-primas para a indústria europeia e ainda adquirir os produtos
industrializados que estavam acumulados na Europeia.
No
início do século XIX, a presença europeia no continente africano se limitava a
algumas regiões litorâneas. Isso acontecia, principalmente, porque os povos
africanos não permitiam o avanço dos estrangeiros no interior de seu
território.
Nessa
época, o tráfico de escravos era uma importante fonte de renda para muitos
Estados africanos. A suspensão desse comércio, ocorrido em meados do século XIX
por pressão dos ingleses, enfraqueceu os Estados africanos mais poderosos,
diminuindo assim sua capacidade de resistência frente à invasão europeia.
Além
disso, no final do século XIX, os europeus se viram em condições de
superioridade militar suficientes para expandir seus domínios para o interior
do continente africano. A princípio, os europeus se limitaram a consolidar
áreas de influência, por meio de alianças e tratados com chefes africanos,
visando à formação de protetorados. Apenas em um segundo momento, eles se
lançaram à conquista militar, principalmente quando seus interesses foram
contrariados por chefes africanos.
Argélia
A
Argélia foi invadida e tomada pelos franceses em 1830, em batalhas que
exterminaram um terço da população local. A despeito da maioria muçulmana entre
os nativos, os colonos franceses converteram a principal mesquita argelina na
Catedral de São Felipe, por volta de 1845.
Com
as crescentes insatisfações com a exploração perpetrada pela França, os
argelinos iniciaram em 1954 uma guerra por sua independência, alcançando seu
objetivo em 1962.
África do Sul
A
Campanha Holandesa das Índias Orientais estabeleceu-se na região do Cabo em
1652, dominando os povos nativos como os Khoikhoi (chamados hotentotes pelos
holandeses).
A
partir de 1806, os ingleses também se estabeleceram no território sul-africano,
disputando-o com os holandeses.
Mesmo
depois da abolição da escravidão, em 1835, os negros sul-africanos sofriam
discriminação, inclusive com a política de segregação institucionalizada,
chamada apartheid. O país só tornou-se independente em 1961, e o Apartheid só
teve fim em 1994.
Egito
No
século XIX, o Egito era atrativo aos ingleses por dois motivos: é onde se
localiza o Canal de Suez (que permite ligar a Europa à Ásia sem contornar o
continente africano), e era o maior produtor de algodão do mundo, matéria-prima
fundamental para a moderna industrial têxtil inglesa.
A
Inglaterra estabeleceu seu domínio em 1822, e o dinamismo comercial que ocorreu
no Egito causou a migração de vários povos vizinhos para a região, até então,
majoritariamente de origem árabe. Embora vivenciasse uma fase de modernização,
nesse período o Egito contraiu muitas dívidas com países europeus, o que quase
levou à falência.
O
Egito foi um protetorado inglês até 1936, quando foi instituída uma monarquia,
porém o Canal de Suez manteve-se sob domínio inglês, e os monarcas egípcios
colaboravam com os interesses britânicos. A continuidade da interferência
inglesa no Egito gerou a Revolução de 1952, que culminou na proclamação da
República do Egito.
Após
o estabelecimento das regras para a possessão de territórios na África,
ocorrido durante a Conferência de Berlim, o continente africano foi dividido
entre as poderosas potências europeias. Essa divisão ficou conhecida como
partilha da África.
Apesar
do tempo de domínio colonial ter sido relativamente curto (cerca de 70 anos),
as transformações ocorridas na África foram marcantes. As populações africanas
tiveram que se submeter à língua, à religião e ao sistema econômico dos
invasores. Além disso, tiveram que reconstruir suas identidades com base nas
novas fronteiras territoriais arbitrariamente criadas pelos colonizadores.
Em
algumas regiões, os homens eram afastados de suas aldeias e obrigados a
trabalhar nos empreendimentos coloniais em troca de baixíssimos salários. As mulheres
e o restante da família permaneciam nas aldeias e, para sobreviver, praticavam
a agricultura. Essa separação dos membros de uma mesma família acabou desagregando
as antigas estruturas sociais africanas, baseadas, principalmente, nas relações
familiares.
Em
outras regiões do continente, foi imposto o sistema de plantations. Isso acarretou
o desgaste dos solos, que não eram mais deixados periodicamente em repouso para
recuperação de sua fertilidade.
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