Esparta
foi fundada pelos dórios, na região da Lacônia, no século IX a. c. As
atividades agrícolas realizadas em Esparta eram o cultivo de cereais, oliveiras
e vinhas. Essa região, bastante montanhosa e repleta de pântano, não favorecia
a navegação.
Os
espartanos se destacaram pela forte tradição militar, motivo pelo qual fizeram
conhecidos em todo o mundo grego na Antiguidade. No século VIII a. c., os
espartanos já haviam conquistado e subjugado os povos da região da Lacônia e da
Messênia. Ao conquistarem esses territórios, dividiram-nos em lotes e
distribuíram a terra entre si.
Os
povos conquistados, denominados hilotas, não eram expulsos ou vendidos como
escravos, e sim aprisionados e obrigados a realizar os trabalhos agrícolas para
sustentar a população espartana. Apesar de serem obrigados a dar aos espartanos
a maior parte de sua produção agrícola, os hilotas não eram considerados
escravos.
Além
dos hilotas, outros povos que foram subjugados por Esparta também integraram a
sociedade espartanos. Eram os chamados periecos, pessoas livres que habitavam
regiões periféricas de Esparta. Eles não tinham direitos políticos e realizavam
atividades ligadas principalmente ao artesanato e ao comércio.
O
militarismo era uma característica marcante de Esparta. Dos 7 aos 60 anos,
todos os homens espartanos eram considerados guerreiros. Essa preocupação com a
questão militar teve origem, principalmente, nas guerras de conquista.
Treinamento militar dos espartanos. |
Durante
esses conflitos, os homoioi – camada guerreira de Esparta – dominaram um grupo
mais numeroso de hilotas e periecos, razão pela qual se sentiam constantemente
ameaçados. Por isso, os homoioi implementaram um rigoroso sistema para a
manutenção da ordem nas terras conquistadas, pois muitas vezes os hilotas se
revoltavam contra os espartanos.
A
partir dos 7 anos, as crianças espartanas passavam por um rigoroso treinamento
físico. Os meninos eram treinados para se tornarem excelentes guerreiros; as
meninas, por sua vez, eram preparadas para serem mães de filhos fortes e
saudáveis.
O
treinamento militar dos meninos incluía exercícios físicos, técnicas de
sobrevivência e de combate. Deveriam respeitar as ordens, falar pouco e
objetivamente. Quando ficavam jovens, muitos deles aprendiam a ler e a
escrever.
As
meninas eram incentivadas a praticar atividades físicas, pois os espartanos
acreditavam que as mulheres deveriam ser bem preparadas para dar à luz filhos
saudáveis, que formariam o exército espartano. Além disso, a elas ficavam
reservados os afazeres domésticos e o cuidado com os negócios familiares.
Atenas
foi fundada na região da Ática no século X a. c. pelos jônios, e tornou-se um
importante centro de comércio marítimo. Por isso, seus habitantes mantinham um
intenso contato comercial com várias cidades gregas e também com outros povos,
como egípcios, fenícios e babilônios.
Em
razão desse dinamismo comercial, Atenas atraía pessoas dos mais diversos
lugares, o que gerava um constante intercâmbio de ideias.
Inicialmente,
a sociedade ateniense era governada pelos aristocratas, também conhecidos como
eupátridas, que eram grandes proprietários de terras. Eles se consideravam descendentes
de bravos guerreiros que haviam fundado a cidade, e acreditavam que eram os “melhores”.
Além de controlarem as terras mais férteis, os aristocratas detinham o poder
político e militar de Atenas.
Grande
parte da população ateniense era formada por pequenos proprietários de terras. Suas
terras geralmente eram poucos férteis e eles viviam em condições difíceis. Nos anos
em que as colheitas eram ruins, eles precisavam pedir empréstimos aos
aristocratas, dando suas terras como garantia de pagamento.
Os
pequenos proprietários não podiam participar das decisões políticas. Além disso,
quando não conseguiam pagar suas dívidas, eles eram obrigados a entregar suas
terras, ou tornavam-se escravos dos aristocratas.
Outro
grupo social era formado pelos comerciantes e pelos artesãos. Como ceramistas,
ferreiros e tecelões. Apesar de sua importância econômica, esse grupo também
não tinha participação política na sociedade ateniense.
Havia,
ainda, uma grande parcela da população formada por escravos. Eles podia, ser
prisioneiros de guerra ou pessoas que não conseguiam saldar suas dívidas. Muitos
escravos trabalhavam no espaço urbano, principalmente nos serviços domésticos e
nas oficinas. Os que trabalhavam no espaço rural ocupavam-se, entre outras
tarefas, com a agricultura e a mineração.
Hoplita |
Hoplita
era o nome do mais importante soldado grego, aquele que possuía os melhores
armamentos. Durante todo o período Arcaico, apenas os membros da aristocracia
grega podiam tornar-se hoplitas. Aos poucos, o direito de ser hoplita foi
estendido aos homens comuns, desde que conseguissem juntar a quantia suficiente
para comprar os equipamentos de combate. Esses hoplitas combatiam a pé, lado a
lado nas falanges.
A
participação dos homens comuns nas guerras gerou, aos poucos, um sentimento de
igualdade entre eles. Esse sentimento contribuiu para que aumentasse a oposição
popular ateniense ao domínio político dos aristocratas.
De
acordo com alguns historiadores, a revolução hoplita não foi o único fator que
possibilitou o surgimento da democracia ateniense, mas teve um papel importante
na conquista de direitos iguais entre os cidadãos.
As
grandes desigualdades sociais existentes em Atenas fizeram com que as camadas
mais pobres da sociedade se revoltassem, exigindo mudanças. Os pequenos
proprietários que participaram das guerras adquiriram maior prestígio social e
passaram a reivindicar também participação nos assuntos políticos. Eles receberam
apoio dos artesãos e dos comerciantes, e lutaram por uma distribuição de terras
mais justa e pela abolição de suas dívidas. Os aristocratas, para tentar
controlar as revoltas populares, criaram a figura do legislador, que era encarregado
de registrar as leis da cidade.
Sólon |
O
principal legislador ateniense foi Sólon. Com ele, no início do século VI a.
c., foram iniciadas reformas sociais e políticas, como o fim da escravidão por dívida,
o aumento do número de cidadãos com direitos políticos reconhecidos e a criação
de três instituições: o Conselho dos quinhentos, a Eclésia (assembleia popular)
e o Tribunal de Justiça. Sólon também estabeleceu critérios censitários, ou
seja, de renda, para o exercício de cargos públicos. Dessa maneira, somente os
mais ricos tinham acesso aos cargos mais importantes.
No
campo econômico, Sólon incentivou o comercio e o artesanato, a padronização
monetária e a adoção de um sistema único de pesos e medidas. A desigualdade na
distribuição de terras, porém, não foi alterada, desagradando os camponeses.
As
reformas de Sólon, no entanto, não foram suficientes para conter a insatisfação
popular. Nesse ambiente de conflitos, ganharam espaço os chamados tiranos,
indivíduos que, contando com o apoio das camadas populares, assumiam o governo
por meio da força.
Clístenes |
Por
volta de 510 a. c., o aristocrata Clístenes assumiu o governo de Atenas. No entanto,
ao contrário dos outros aristocratas, ele contava com o apoio popular e
promoveu importantes mudanças no sistema político ateniense. Clístenes
implantou a primeira forma de governo em que todos os cidadãos participavam dos
assuntos da cidade: a democracia.
Durante
o seu governo, foi criada também a lei do ostracismo. De acordo com essa lei,
qualquer pessoa que representasse perigo à ordem democrática deveria ser
expulsa da cidade, ficando exilada por dez anos. A expulsão dessas pessoas era
decidida por meio de uma votação.
Com
as reformas de Clístenes todos os cidadãos atenienses puderam participar das
decisões políticas, nas assembleias e nos Tribunais. Os cidadãos mais pobres,
no entanto, não podiam deixar de trabalhar e, por isso, tinham dificuldade de
exercer seus direitos políticos. A participação política efetiva dos cidadãos
mais pobres só passou a ocorrer durante o governo de Péricles, que permaneceu à
frente do Estado por mais de 30 anos. Foi ele que introduziu a mistoforia, isto
é, uma remuneração pelo tempo dedicado aos assuntos públicos. Dessa forma, os
cidadãos das camadas mais baixas, antes excluídos, puderam participar das
decisões políticas.
Entre
490 e 479 a. c., os gregos se envolveram em uma série de conflitos contra o
império Persa, um dos maiores da Antiguidade. Comandados pelo imperador Dário,
os persas invadiram e dominaram várias cidades gregas, passando a cobrar
impostos dos seus habitantes.
No
entanto, em Mileto, cidade localizada na Ásia Menos, a população se recusou a
pagar os impostos. Em represália, os persas invadiram novamente a cidade,
destruíram suas muralhas, mataram os habitantes que ofereceram resistência e
escravizaram os sobreviventes.
Diante
dessa ameaça, os habitantes de outras cidades gregas também se rebelaram. O rei
Dario enviou então cerca de 50 mil soldados para combatê-los. Mesmo contra esse
expressivo exército, os gregos foram vitoriosos.
Mais
tarde, sob o comando do rei Xerxes, filho e sucessor de Dario, os persas
empreenderam uma nova ofensiva enviando um exército ainda mais poderoso. Os gregos
decidiram resistir e se uniram para defender seus territórios. Após importantes
vitórias, como na batalha naval em Salamina (480 a. c.), e no campo de Plateia
(479 a. c.), os gregos afastaram a ameaça persa.
oiii
ResponderExcluirtudo bem ?
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