Diante das investidas colonizadoras
dos países ibéricos (Espanha e Portugal) sobre o Brasil, outras nações europeias
iniciaram suas viagens marítimas. Com isso, o poder absoluto que os portugueses
exerciam sobre suas terras começou a ser ameaçado. Nações como França e Holanda
se fizeram presentes, consolidando, por um tempo determinado, sua dominação
sobre o Brasil.
No que diz respeito aos franceses
que, sobremaneira, não respeitavam o Tratado de Tordesilhas (acordo que dividia
a América entre Portugal e Espanha), fizeram suas incursões no Brasil em meados
do século XVI, interessados, principalmente no comércio do pau-brasil. Com isso,
eles conseguiram se estabelecer, sob liderança do almirante Villegaignon, no
território do atual Estado do Rio de Janeiro, participando ativamente de seu
comércio. (Criação da França Antártica).
Além do fator econômico existiam
questões religiosas que fizeram com que os franceses viessem ao Brasil. Os
franceses protestantes (chamados huguenotes), estavam sofrendo perseguição.
Milhares de pessoas foram assassinadas em decorrência da intolerância do rei
francês. Portanto, a vinda dos franceses ao Brasil representava a oportunidade
de fundar uma colônia onde imperaria a liberdade religiosa, além da
possibilidade de se conquistar vantagens financeiras.
Ilustração sobre a Confederação dos Tamoios |
Porém, os jesuítas Manoel da Nóbrega
e José de Anchieta, sempre envolvidos com a administração portuguesa,
promoveram uma negociação de paz com os indígenas em troca da entrega dos
reféns de guerra. Portanto, o chefe tamoio Cunhambebe passou para o lado dos
portugueses, fundando em 1567 a povoação de São Sebastião do Rio de Janeiro. Contudo,
as lutas decisivas somente aconteceram em 1567, em que os portugueses colocaram
fim à França Antártica.
Um
dos fatos marcantes na história da Espanha e de Portugal foi o episódio
conhecido como União Ibérica, (União entre Portugal e Espanha). Com a morte de
Dom Sebastião, não tinha herdeiros diretos para assumir o seu lugar. Contudo,
Filipe II, rei da Espanha e neto de Dom Manuel I de Portugal, uniu as coroas
portuguesa e espanhola. Deve-se ressaltar que após esse episódio todas as colônias
que antes pertenciam aos portugueses passaram para a Espanha. Os tratados
comerciais, envolvendo a produção açucareira, mudaram de sentido e significado.
Os
holandeses tinham boas relações comerciais com o Brasil, porém, com a União
Ibérica, os espanhóis passaram a controlar o comércio do país. Todavia, o rei
espanhol Filipe II proibiu o Brasil de comercializar com os holandeses, pois
eram rivais no continente europeu. Diante disso, os holandeses decidiram
invadir o nordeste do Brasil e estabelecer uma colônia voltada para o comércio
e produção de açúcar (chamado de “ouro branco”).
Maurício de Nassau |
Desde
o início da ocupação, os holandeses fizeram de Olinda sua base para a expansão
militar. Dominaram e exerceram o controle de diversas regiões no nordeste do
Brasil, reformulando suas relações com a população local. No início do século
XVII, a Companhia das Índias Orientais (criada com a finalidade de ocupar
entrepostos comerciais na África, na Ásia e na América). Com isso, a Companhia
enviou o conde José Maurício de Nassau ao Brasil que, sobremaneira, aumentou a
ampliação do território brasileiro.
Deve-se
ressaltar que Nassau incentivou a vinda de engenheiros, naturalistas e artistas
que investigaram a fauna e flora brasileira, que contribuiu para a urbanização
de Recife. Sua administração fez com que a cidade se tornasse uma das mais importantes
da América, com modernas pontes, jardins e palacetes. Além disso, sob o seu
comando, ele incentivou os colonos a retomarem o trabalho nos canaviais,
concedeu empréstimos aos proprietários e leiloou os engenhos abandonados.
Ilustração referente à guerra no Monte Guararapes |
Porém,
houve uma queda do preço do açúcar no Brasil, que provocou uma séria crise na
economia. Além disso, os senhores de engenho pretendiam se livrar dos
holandeses que exigiam o pagamento das dívidas e, sobretudo, os proprietários
de engenho que se refugiaram na Bahia buscavam reaver suas propriedades. Portanto,
em 1645, os colonos se insurgiram contra a presença dos holandeses no Brasil. Os
mais relevantes combates aconteceram nos montes Guararapes, que terminou com a
vitória dos luso-brasileiros, colocando um ponto final no governo holandês no
Brasil.
No
que concerne à colonização portuguesa no Brasil, a descoberto do ouro aumentou
o controle por parte das autoridades lusas. Uma das práticas de contrabando
comum entre os mineradores era a utilização das santas do pau oco (santas que
eram ocas por dentro onde os escravos e mineradores roubavam o ouro das
autoridades portuguesas). Com o objetivo de evitar o contrabando, os
portugueses criaram as chamadas Casas de Fundição, locais para onde o ouro era
levado para ser transformado em barras, que recebia o símbolo da coroa
portuguesa.
Vários
impostos foram criados para aumentar a arrecadação. Um deles era chamado de
quinto, ou seja, a quinta parte do ouro arrecadado deveria ser entregue na
forma de imposto. Outro importante imposto ficou conhecido como capitação, em
que todos os donos de minas deveriam pagar por escravos trabalhando, (mais ou
menos 17 gramas de ouro por escravo).
Diante
da descoberta de ouro, houve o que ficou conhecido como “febre do ouro”, ou
seja, várias pessoas vieram para Minas Gerais em busca de riqueza fácil. Os
paulistas afirmavam que eles tinham o direito de explorar sozinhos o ouro
encontrado. Várias pessoas, de locais diferentes, foram à região. Tais pessoas
eram chamadas de Emboabas. Com isso, houve uma guerra entre os paulistas e os
emboabas (guerra dos emboabas). Os paulistas saíram derrotados do conflitos.
Algumas
revoltas surgiram com a finalidade de romper com o domínio exercido sobre os
portugueses no Brasil. Uma dessas revoltas ficou conhecida como a Revolta de
Filipe dos Santos. O movimento exigia o fim das Casas de Fundição e reclamava
da carestia da vida na região. Porém, a revolta foi duramente reprimida, sem
que seus objetivos fossem atingidos. Com isso, Filipe dos Santos foi morto,
esquartejado e teve sua cabeça exposta.
Outro
importante movimento foi a Inconfidência Mineira, cujo líder foi Joaquim José
da Silva Xavier (Tiradentes). O objetivo do movimento era impedir as práticas
abusivas das autoridades lusas no país, principalmente a cobrança excessiva de
impostos. O dia do levante foi marcado para o momento em que a derrama seria
decretada (cobrança forçada dos impostos – autoridades portuguesas invadiam as
casas das pessoas para pegar bens até completar o valor dos impostos
atrasados).
Além
disso, os inconfidentes pretendiam proclamar a república no Brasil, criar
universidades no Brasil e colocar fim nas instituições criadas pelos
portugueses que oprimiam a população. Todavia, Joaquim Silvério dos Reis (não
precisa decorar nomes), em troca do perdão de suas dívidas, delatou o
movimento. Com isso, todos que faziam parte do movimento foram presos e
julgados. A grande maioria foi condenado ao degredo na África e Tiradentes foi
esquartejado e teve sua cabeça exposta em praça pública.
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