quinta-feira, 21 de julho de 2016

A ascensão e queda de Napoleão Bonaparte

Napoleão Bonaparte

  Nascido na Ilha Mediterrânea da Córsega, a oeste da península Itálica,  Napoleão Bonaparte fez carreira brilhante como general do exército francês nas guerras contra prussianos e austríacos. Isso o credenciou a integrar o novo governo instaurado com o famoso golpe de 18 Brumário.
  O novo regime político tinha o nome de Consulado. Napoleão não governava sozinho, embora fosse o primeiro cônsul. Porém, o poder de Bonaparte logo atropelou o dos colegas e ele se tornou em 1802, cônsul vitalício da França, por meio de um plebiscito. Já em 1804, Napoleão convocou plebiscito para consultar sobre a implantação de um império. Obteve 60% de votos favoráveis ao regime monárquico e, em 2 de dezembro do mesmo ano, foi coroado Imperador da França. No auge da cerimônia, tomou a coroa das mãos do papa Pio VII, que tinha ido a Paris especialmente para coroá-lo, e a pôs na própria cabeça.
                Amparado na força do exército, onde gozava de imensa popularidade, consolidou  diversas conquistas da Revolução Francesa. Negociou com o papa Pio VII o direito de o Estado escolher os bispos da França e confirmou o confisco dos bens do clero. Em troca, reconheceu o catolicismo como religião majoritária e se comprometeu a sustentar o clero no país.
                Fez aprovar o chamado Código Napoleônico, consagrando o direito à propriedade privada, instituindo o casamento civil, a igualdade de todos perante a lei e o direito à liberdade individual. Além disso, fez concessões aos camponeses, facilitando o acesso à propriedade da terra. Estimulou o desenvolvimento da indústria por meio da criação do Banco da França e adotou uma política protecionista, estabelecendo altos impostos sobre produtos importados. A chamada Era Napoleônica significou, internamente, a consolidação das conquistas da burguesia e do  campesinato no processo revolucionário.
                Napoleão pretendia espalhar a revolução pelo mundo. Ambicionava derrubar príncipes e reis em toda a Europa, enterrando de vez o Absolutismo. Pretendia submeter a Europa continental à sua influência e impor a preponderância francesa nos mercados do continente. O resultado foi uma sucessão de guerras. Seus exércitos invadiram a Prússia, a Áustria, a Holanda, a Bélgica, a Suíça. Napoleão destronou reis e nomeou seus parentes para governar diversos principados ou reinos.
                A Inglaterra, rival dos franceses desde o século XVIII, estava disposta a impedir a hegemonia da França no continente europeu. Mas os ingleses só tiveram êxito na guerra marítima, vencendo a Batalha de Trafalgar, na costa espanhola, em 1805. No mesmo ano, Napoleão impôs o Bloqueio Continental à Inglaterra, proibindo que todos os países europeus continentais, aliados ou não, comercializassem com os ingleses. Até o czar da Rússia, Alexandre I, aderiu ao bloqueio por meio do Tratado de Tilsit, em 1807.
                No continente, a coligação de exércitos prussianos, austríacos e russos não resistiu ao furacão napoleônico. Na Batalha de Austerlitz, em 1805, Napoleão usou seu gênio estratégico para massacrar os exércitos inimigos. Na Espanha ocupada, Napoleão deu a coroa ao irmão José Bonaparte, forçando a abdicação de Carlos IV. Pelo Tratado de Fontainebleau, assinado entre a França e Espanha em 1807, ficou ainda estabelecida a anexação de Portugal, que foi invadido em 1808, após seu governo se recusar a aderir ao Bloqueio Continental. A Família Real fugiu para o Brasil no dia 29 de novembro, um dia antes do exército francês tomar Lisboa.
                Deve-se frisar que Napoleão chegou a tomar Moscou (capital da Rússia). Venceu, mas não levou: a falta de suprimentos, agravada pelo intenso frio do inverno russo, arrasou o exército francês. Em dezembro, sob uma temperatura de quase 40 graus negativos, o exército napoleônico bateu em retirada, reduzido a pouco mais de 100 mil homens, dentre os mais de 600 mil que começaram a campanha.
                De volta a Paris, Napoleão desbaratou uma conspiração militar para derrubá-lo. Seu poder minguava. O Exército, enfraquecido, era incapaz de deter a nova coligação de exércitos inimigos. Tinha perdido a Batalha de Leipzig, antes mesmo de retornar a Paris, em 1813, e no mesmo ano seus exércitos foram derrotados na Espanha. Os franceses foram expulsos de cada uma das “províncias” conquistadas, como Bélgica, Holanda, Suíça, Espanha.
Ilustração da morte de Napoleão Bonaparte 
                Em 1814, Paris foi invadida pelos inimigos e Napoleão, obrigado a abdicar. Em maio, foi exilado na Ilha de Elba, com 800 homens, e a dinastia dos Bourbon, restaurada: a  coroa passou a Luís XVIII, irmão do guilhotinado Luís XVI. Porém, contando com o apoio de boa parte dos oficiais, Napoleão fugiu da Ilha de Elba e regressou à França, em março de 1815. Reassumiu o poder, expulsando Luís XVIII, e iniciou o chamado “governo dos Cem Dias”. Foi derrotado definitivamente na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em Junho de 1815.

                Luís XVIII recuperou a coroa francesa e reinou até sua morte, em 1824, embora com poderes limitados. Napoleão morreu pouco antes, em 1821, prisioneiro dos ingleses na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul.

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