O jornal francês Le Monde disse
na edição de terça, 22, que se a primeira viagem de Bolsonaro prometia ser um
sucesso, as suspeitas de corrupção sobre seu filho mais velho, o senador
Flávio Bolsonaro, parecem assombrar o quadro. A
publicação observa que Jair Bolsonaro ficará quatro dias em Davos, com cinco
ministros, quando seus predecessores ficavam no máximo por dois dias.
Enquanto isso, afirma, o jovem eleito, que toma posse dia primeiro de
fevereiro, diz que não tem nada a esconder e se diz “vítima de
perseguição”.
O jornal relata também que Flávio conseguiu do Supremo Tribunal
Federal a suspensão temporária da investigação judicial que tem por alvo
Fabricio Queiroz, um de seus ex-assessores parlamentares quando era deputado
estadual do Rio de Janeiro, “um homem conhecido sobretudo por ser seu
guarda-costas e amigo de longa data do clã Bolsonaro”.
A investigação visa Flávio Bolsonaro e outros 26 deputados, assim
como 75 assessores parlamentares. Diz também que nem Fabrício nem seus
próximos se apresentaram às convocações judiciais em dezembro e janeiro.
“Se ele não respondeu à justiça, Queiroz falou ao canal de televisão
SBT, no dia 28 de dezembro de 2018, onde se apresentou como policial militar e
‘homem de negócios’: ‘compro e revendo carros’”, diz a publicação.
Sobre o
hospital onde Queiroz estaria internado em função de um câncer, o Le Monde
destaca o comentário de jornalistas de que se trata de um “estabelecimento
pouco compatível com sua renda”.
O Le Monde observa que, enquanto a mídia procura principalmente Sergio
Moro, “o filho mais velho de Bolsonaro se volta para o STF, valendo-se de sua
‘imunidade parlamentar’.
Uma
defesa que não convence alguns de seus admiradores, que publicaram nas redes
sociais um vídeo do presidente em campanha, ao lado de seu filho, criticando
‘os políticos que se escondem sob sua imunidade para preservar sua
impunidade’”.
Le Monde
conta que, na sexta-feira, “no canal evangélico de televisão Record”, Flávio
Bolsonaro se disse perseguido. No dia seguinte, explica, na véspera da viagem
a Davos, “a rede Globo mostrou outra parte do relatório do COAF sobre as
movimentações da conta bancária do novo senador.
Entre junho e julho de 2017, Flávio Bolsonaro teria recebido 48
depósitos líquidos, de 500 euros (cada)”.
Diz que
é o juiz Marco Aurélio Mello que vai decidir a partir do dia 31 de janeiro se
a investigação continuará. “Ela poderá talvez esclarecer o aumento de
patrimônio dos Bolsonaros: Folha de S. Paulo contou quinze imóveis em
nome deles faz um ano. Na época, o jornal não obteve nenhuma explicação do
candidato Bolsonaro”.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/le-monde-repercute-suspeitas-sobre-o-aumento-de-patrimonio-dos-bolsonaros-quadro-esta-assombrado/
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