"Após
escândalo do clã, Moro deve estar pensando em voltar para casa". A
declaração é do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em entrevista
exclusiva à TV 247 na manhã desta sexta-feira (18). Ele falou sobre o
constrangimento do ministro da Justiça, às voltas com os esquemas escusos e
irregularidades do governo, em especial o escândalo de Fabrício Queiroz,
apontado como caixa do clã Bolsonaro. Dino acredita que, ao solicitar a
paralisação das investigações sobre o esquema Queiroz-Bolsonaro ao STF "Flávio
assume participação nos eventos". O governador do Maranhão foi juiz entre
1994 e 2006, quando deixou a magistratura para concorrer à Câmara dos Deputados
-foi aprovado em primeiro lugar no mesmo concurso do qual participou Sérgio
Moro. "Eu tenho impressão que, nessa madrugada, Moro ficou olhando
para o teto pensando em como voltar para Curitiba. Ele construiu uma imagem de
combatente e inflexível no combate à corrupção ", ironizou.
Com seu olhar de jurista e político, seria
uma aberração se o STF garantisse o foro privilegiado a Flávio Bolsonaro, pois
o insitituto é "prerrogativa de função" e não de pessoas. Como os
fatos investigados ocorreram "antes de Flávio torna-se senador",
observou, a concessão do foro privilegiado seria uma transgressão jurídica.
Segundo afirmou Dino, existem vários
questionamentos jurídicos e políticos sobre os esquemas envolvendo Queiroz.
"A questão ganha um novo patamar a partir do momento que a família
Bolsonaro leva a investigação para dentro de casa. Quem fez o recurso ao
Supremo não foi o Queiroz, foi o Flávio Bolsonaro. Logo, ele reconhece que tem
uma participação nos eventos", avalia.
Ele diz que ainda "ocorrerão
desdobramentos bastante agudos" para o clã Bolsonaro e o ex-assessor
parlamentar.
Politicamente, o governador acredita que
houve uma "fragilização do discurso de combate à corrupção" que foi
um dos motes do bolsonarismo: "Por mais que governo mande ao Congresso
leis de endurecimento de penas, fica difícil sustentar a aprovação desses
projetos na medida em que a prática do núcleo do poder diverge do discurso.
Ocorreu uma trinca neste pilar".
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