Após a desintegração do Império Carolíngio, reis e senhores
continuaram a utilizar a vassalagem para obter ajuda administrativa e militar. A
aliança firmada entre dois senhores se estabelecia em uma cerimônia conhecida
como HOMENAGEM. Nessa cerimônia, ocorria um juramento de fidelidade entre o
vassalo, que recebia o benefício, e o suserano, que fazia doação. O benefício
poderia ser cavalos, armas, joias, o direito de cobrar taxas e, principalmente,
terras. A partir do século XI, o benefício passou a se chamar FEUDO, que
significa “bem doado em troca de algo”, daí a origem do termo FEUDALISMO.
O suserano
tinha a obrigação de proteger o vassalo, que, em troca, o aconselhava sobre
diversos assuntos e lhe prestava auxílio econômico e militar. Os vassalos que
recebiam os feudos se tornavam SENHORES FEUDAIS. Com o tempo, os próprios
vassalos passaram a doar benefícios a outros aristocratas e se tornaram
senhores de seus vassalos.
Imagem dos Senhores Feudais. |
Os senhores
dos feudos territoriais passaram a exercer funções que até aquele momento
cabiam ao rei: em seus domínios, impunham taxas e obrigações aos camponeses,
elaboravam leis, julgavam os crimes, cunhavam moedas e mobilizavam exércitos
para defender seus territórios. Assim, o poder político, antes centralizado nas
mãos do rei, ficou fragmentado em vários feudos.
Cerimônia de juramento dos vassalos |
Em
caso de falecimento do suserano ou do vassalo, o juramento de fidelidade era
renovado entre os primogênitos do sexo masculino das famílias envolvidas. Caso
não houvesse descendentes do sexo masculino, o benefício retornava ao suserano.
Se a mulher de um vassalo ficasse viúva, o suserano escolhia um marido para ela
e o tornava tutor dos bens da família.
A sociedade
estava dividida em três ordens, ou seja, em três grupos sociais com diferentes
funções, estabelecidas pela vontade de Deus. Os integrantes do CLERO, por meio
de suas orações, seriam responsáveis pela salvação dos homens. Os ARISTOCRATAS
ou senhores deveriam proteger a população com armas, e os TRABALHADORES eram
encarregados de garantir o sustento de toda a sociedade.
O CLERO
era formado por dois grupos: o clero secular e o clero regular. O primeiro
vivia em contato com os fiéis, ensinava o Evangelho e cuidava dos bens da
Igreja. Na base da hierarquia do clero secular estava o pároco; no topo, estava
o papa. Os integrantes do clero regular viviam em mosteiros, isolados do mundo,
e seguiam uma vida regrada pela oração e pela penitência. Eram os monges, que
também, que também se dedicavam a copiar e estudar obras da Antiguidade pagã e
cristã.
Os ARISTOCRATAS
eram os senhores feudais. Entre eles também havia uma hierarquia: no topo
estava o rei; abaixo, vinham os duques, os condes e os marqueses. Eles formavam
a verdadeira nobreza feudal, que em geral descendia dos antigos servidores de
Carlos Magno. Abaixo deles estavam os viscondes e os barões. Os aristocratas se
mantinham com as taxas cobradas dos camponeses pelo uso das terras. Viviam em
castelos fortificados, protegidos por cavaleiros. Em seus domínios, os senhores
tinham poder para criar leis e garantir sua aplicação.
Pirâmide social do período do Feudalismo. |
No campo, onde residia a maior parte da população, havia três tipos de trabalhadores: os servos, os vilões e os escravos.
Os SERVOS
eram camponeses ligados à terra, o que significa que eles não podiam abandonar
a propriedade em que viviam nem podiam ser expulsos dela. Os servos deviam
pagar taxas ao senhor pelo uso da terra e pela proteção recebida. As taxas eram
pagas em trabalho ou em produtos.
Uma
dessas taxas era a CORVEIA, paga em forma de trabalho não remunerado no terreno
exclusivo do senhor. Outra era a TALHA, pela qual o servo era obrigado a
entregar ao senhor parte do que era produzido nas terras servis. Além disso,
para usar os moinhos, fornos e celeiros, os servos tinham que pagar as
BANALIDADES, entregando parte do que produziam ao senhor.
Os VILÕES
eram camponeses livres, às vezes proprietários de pequenos lotes de terra, de
onde tiravam seu sustento. Com o tempo, as pressões dos grandes senhores e a
insegurança causada pelas invasões externas levaram os vilões a se colocarem
sob a proteção dos senhores.
Os ESCRAVOS
pertenciam ao senhor, ao contrário dos servos. A escravidão era uma herança
romana que aos poucos perdeu espaço para a servidão. Os escravos que
permaneceram trabalhavam nos domínios do senhor, executando tarefas domésticas.
Para
garantir o domínio sobre suas terras e sobre os camponeses, os senhores
utilizavam a força militar. Os camponeses, porém, resistiam fugindo para as
cidades, promovendo revoltas ou apelando à justiça contra medidas senhoriais
abusivas e serviços exigidos pelo senhor.
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