A
península Itálica, onde se localiza Roma, já era ocupada desde o primeiro
milênio antes de Cristo por vários povos. Atraídas pelo solo fértil e pelo
clima ameno, tribos úmbrias, latinas e sabinas, entre outras, fundaram aldeias
agrícolas e pastoris na região.
Localização da Península Itálica. |
Possivelmente, a
cidade de Roma surgiu da união de sete aldeias sabinas e latinas, estabelecidas
às margens do rio Tibre. Essas aldeias mantiveram contato estreito com os
gregos, que haviam fundado colônias ao sul da península, e com os etruscos,
fixados ao norte.
A Monarquia foi a
primeira forma de governo dos romanos. O rei era escolhido pelo Senado –
composto de um conselho de anciãos de origem nobre e chefes de famílias
aristocráticas. O rei desempenhava funções legislativas, judiciárias,
administrativas, militares e religiosas, e, para tomar decisões importantes,
consultava o Senado.
De acordo com
estudiosos especialistas nesse período histórico, sete reis governaram Roma. Os
quatro primeiros eram latinos e sabinos, e os três últimos eram etruscos. Esses
monarcas foram responsáveis pelo crescimento urbano e pelo fortalecimento de
Roma.
Os patrícios eram os
membros da aristocracia e proprietários de vastas extensões de terras e grandes
rebanhos. Os pequenos proprietários, os artesãos e os comerciantes, chamados
plebeus, eram homens livres e formavam a maioria da população de Roma. Praticavam
agricultura e artesanato e não tinham direitos políticos.
Os clientes, pessoas
livres e pobres, dependiam das famílias patrícias, para as quais prestavam
regularmente favores, serviços e davam apoio político e militar. Em troca,
recebiam ajuda econômica e proteção. Quanto mais clientes um patrício tivesse
sob sua proteção, mais importância política e social ele conquistava.
Camadas sociais de Roma (período da Monarquia) |
Havia também os
escravos, em geral prisioneiros de guerra ou endividados. A população escrava
não era numerosa no período monárquico.
O último monarca
etrusco, Tarquínio, o Soberbo, tentou ampliar seu poder aliando-se aos plebeus
enriquecidos, o que desagradou a aristocracia romana. Por isso, em 510 a. c.,
os patrícios depuseram o rei e expulsaram os etruscos da cidade.
Com o fim da
monarquia, Roma passou a ser controlada pelos patrícios, que adotaram como
forma de governo a República. A partir de então, as responsabilidades do Estado
passaram a ser distribuídas entre três instituições: o Senado, as Magistraturas
e as Assembleias Populares.
O Senado era o
principal órgão republicano. Formado apenas por patrícios, tinha como função
propor leis, administrar as finanças públicas, fiscalizar o trabalho dos
magistrados e cuidar da política externa e da religião. Em tempos de guerra, o
Senado indicava um magistrado para ser o ditador por um período de seis meses. Ele
detinha poderes extraordinários, como o de aumentar os impostos.
Os magistrados eram
eleitos anualmente pelas Assembleias Populares e exerciam diversas funções. Os mais
importantes eram os cônsules, que convocavam o Senado e as Assembleias,
chefiavam o exército e coordenavam a administração pública. Os demais
magistrados eram os pretores, responsáveis por ministrar a justiça; os
questores, que geriam as finanças públicas; os censores, que fiscalizavam a
conduta moral dos cidadãos e faziam o recenseamento da população e de seus
bens; e os edis, responsáveis pelo policiamento, pela coleta de lixo, etc. nos
primeiros séculos da República, apenas os patrícios podiam ser magistrados.
As Assembleias
Populares votavam as leis e as declarações de guerra, elegiam os magistrados e
julgavam as acusações passíveis de pena de morte.
A participação dos
plebeus nos exércitos romanos geralmente não lhes trazia muitos benefícios. Os patrícios
ficavam com a maior parte na divisão do butim da conquista, não restando
praticamente nada para os plebeus. Além disso, as longas ausências nas
campanhas militares prejudicavam o andamento dos negócios ou a prática da
agricultura. Por isso, os plebeus deixavam de pagar impostos e acumulavam
dívidas. Não dispondo de meios de saldá-las, tornavam-se escravos.
Ilustração referente ao Exército Romano. |
Por causa das
dificuldades enfrentadas, os plebeus passaram a pressionar os patrícios pela
ampliação de seus direitos civis e políticos. Essa pressão crescia em tempo de
guerra, quando os soldados ameaçavam não combater se suas reivindicações não
fossem atendidas. Por meio desse artifício, os plebeus conquistaram uma
magistratura própria, o tribunato da plebe, que lhes dava o direito de vetar
leis que os desfavorecessem. Outra conquista importante foi a adoção de leis
escritas, a Lei das Doze Tábuas, que todos podiam consultar, impedindo os
patrícios de aplicar a justiça de maneira arbitrária. Além disso, entre outras
coisas, os plebeus conquistaram o plebiscito, a abolição da escravidão por
dívida e o direito de casar-se com patrícios.
Representação do Tribuno da Plebe. |
Com a expansão
romana, os patrícios aumentaram sua fortuna com a apropriação das terras
conquistadas e o aumento do número de escravos prisioneiros de guerra. Alguns plebeus
enriqueceram com a ampliação do comércio e com a cobrança de impostos. Esse grupo,
conhecido como cavaleiros ou homens novos, ascendeu socialmente, constituindo
um novo segmento social em Roma.
A maioria da
população, no entanto, empobreceu. Os escravos passaram a executar grande parte
das tarefas no campo, e os trabalhadores urbanos não conseguiam competir com os
produtos trazidos das províncias do Império, que eram vendidos a preços mais
baixos.
No século II a. c.,
os problemas sociais em Roma não paravam de crescer. Preocupado com a situação,
Tibério Graco, um patrício eleito tribuno da plebe, lutou para reabilitar uma
antiga lei que limitava a apropriação de terras públicas por indivíduo em 125
hectares e determinava que o excedente fosse repartido entre os cidadãos
pobres.
As propostas de
Tibério foram mal recebidas pelos grandes proprietários, e ele foi assassinado.
Dez anos depois, seu irmão Caio Graco retomou a luta pela reforma agrária, mas
também não obteve sucesso.
Tibério e Caio Graco. |
O número de
marginalizados nas cidades aumentava rapidamente. Os governantes romanos,
temerosos de que o descontentamento dos mais pobres levasse à eclosão de uma
grande revolta, implantaram a política do pão e circo. Passaram a distribuir
trigo aos pobres, para que fizessem pão, e organizaram grandes espetáculos,
normalmente violentos e sangrentos, como lutas entre feras e escravos ou
pessoas perseguidas por motivos religiosos.
Coliseu romano, onde as lutas entre os gladiadores aconteciam. |
A militarização
crescente de Roma ampliou a importância política dos generais, pois suas
vitórias facilitavam a eleição para as magistraturas. Além disso, tinham o
poder de mobilizar grande número de soldados, impondo-se muitas vezes pela
força.
Por causa disso,
cresceu a disputa pelo poder entre os generais, provocando constante
instabilidade política e guerras civis. Esse cenário de disputa levou à
formação do Primeiro Triunvirato, em 60 a. c., que resultou da aliança política
entre um dos homens mais ricos de Roma, Crasso, e os generais Júlio César e
Pompeu.
Crasso morreu logo
após a formação do Triunvirato, o que acirrou a disputa pelo poder entre César
e Pompeu. César venceu o rival e se tornou um governante muito poderoso. Isso assustou
alguns senadores, que, temendo ver seus poderes reduzidos, promoveram o
assassinato de César em 44 a. c.
Estátua de Júlio César. |
Durante o governo de
Otávio e de seus sucessores, a expansão territorial de Roma continuou. No século
II, durante o reinado do imperador Trajano, o Império alcançou a máxima
extensão. Nas zonas fronteiriças, os exércitos estabeleceram acampamentos
permanentes. E, para garantir a chegada das tropas até as regiões mais
distantes do Império, os romanos construíram milhares de quilômetros de
estradas, as vias romanas.
Roma, tanto durante a
República quanto durante o Império, explorava as riquezas dos territórios
conquistados. Os bens mais valiosos eram os metais preciosos e os cereais, mas
também havia tecidos, obras de arte e perfumes.
Na região do Mediterrâneo,
o intenso comercio impulsionou a fabricação de barcos e foi favorecido por um
sistema de moeda única. Em todo o Império circulava a moeda romana, que
facilitava muitos intercâmbios.
O território habitado
pelos hebreus, na costa oriental do Mediterrâneo, também foi conquistado pelos
romanos e incorporado ao Império como uma província. Os habitantes dessas
terras, os judeus, eram monoteístas e acreditavam que seu deus, Javé, enviaria
um messias (salvador) para pacificar a humanidade e reconstruir o reino de
Israel.
Naquela região,
durante o reinado do imperador Tibério, por volta do ano 30, um profeta chamado
Jesus, segundo os evangelhos, começou a professar uma doutrina que se opunha às
tradições judaicas. Jesus foi considerado por muitos judeus o Messias enviado
para salvar seu povo. As autoridades judaicas se sentiram ameaçadas e pediram
ajuda aos governantes romanos para condenar e executar aquele que consideravam
um rebelde.
Após a morte de
Jesus, seus seguidores, aos poucos, começaram a difundir seus ensinamentos.
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