A Revolução Chinesa
Mao Tsé-tung e a revolução cultural |
No
início do século XX, a China era um país monarquista e industrialmente
atrasado. Nessa época, crescia cada vez mais o descontentamento da população por
causa da conivência do monarca com a exploração imperialista que os britânicos
praticavam na China. Liderados por Sun Yat-sen, os nacionalistas derrubaram a
Monarquia e instauraram a República no país, em 1911. No ano seguinte, eles
fundaram o Kuomintang (Partido Nacionalista do Povo).
Em 1921, foi fundado o Partido Comunista da
China (PCC), liderado por Mao Tsé-tung. Em um primeiro momento, o PCC e o
Koumintang se uniram para impedir a volta da monarquia no país. Porém, a partir
de 1925, os dois partidos passaram a lutar por projetos diferentes. Os nacionalistas
do Kuomintang se aliaram aos conservadores. Os comunistas, por sua vez,
alinharam-se à URSS, que mantinha sua política de expansão de áreas de influência.
As disputas entre os nacionalistas e os comunistas acabaram provocando uma
guerra civil. A atuação do PCC foi considerada ilegal e os comunistas passaram
a ser perseguidos pelos agentes do governo chinês.
Liderados
por Mao Tsé-tung, os comunistas iniciaram a chamada Longa Marcha para o Norte
do país e começaram a se organizar. Adotando uma nova estratégia, os comunistas
buscaram o apoio dos camponeses, que eram a maioria da população, e organizaram
o Exército Vermelho que, além de ações militares, fazia propaganda dos ideais
socialistas por todo país. Em 1946, os comunistas e nacionalistas entraram
novamente em conflito, retomando a guerra civil. Em 1949, o Exército Vermelho venceu
as forças governamentais e conquistou Pequim, a capital. Mao Tsé-tung proclamou
então a República Popular da China, assumiu o governo e implantou um regime
socialista na China.
Para
evitar o enfraquecimento da revolução, em 1966 Mao Tsé-tung deu início a uma
grande campanha de reeducação da população, que ficou conhecida como Revolução
Cultural. Suas principais propostas eram: modificação dos costumes tradicionais
chineses, fim das influencias capitalistas no país, combate aos burocratas,
melhoria do ensino e união do trabalho manual aos intelectual.
Mao
pretendia, com isso, construir uma China onde os valores individuais dessem
espaço aos valores coletivos, garantindo bases mais sólidas para uma sociedade
igualitária e democrática. A arte engajada foi incentivada e as atitudes
consideradas anticomunistas foram duramente reprimidas.
Independência da Índia
Mahatma Gandhi |
Na
Índia britânica, o movimento de independência ganhou força no final do século
XIX. Nesse país, no entanto, havia dois grupos que lutavam pelo fim do domínio inglês.
Um desses grupos era liderado pelo Partido do Congresso, que reunia as camadas
médias da sociedade indiana, formada por professores, advogados e jornalistas,
principalmente de religião hindu, com maior quantidade de adeptos no país. De outro
lado, havia um grande número de muçulmanos que formava a Liga Muçulmana,
liderada por Mohammad Ali Jinnah, e que defendia a separação da índia britânica
em dois países: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, destinado aos
muçulmanos.
Nessa
luta pela independência se destacou Mahatma Gandhi que liderou um modo
diferente de resistência ao domínio e exploração colonial britânico. Sua resistência
era a resistência pacífica por meio da desobediência civil, de modo a tornar a
índia ingovernável para os ingleses. A tática da desobediência civil tinha a
finalidade de boicotar tudo que fosse inglês: desde as mercadorias
(principalmente os tecidos) até as escolas e universidades, além dos tribunais
e assembleias legislativas. Caso fossem reprimidos, os manifestantes não deveriam
reagir ou resistir à prisão.
Apesar
de recorrer à violência e prender vários líderes, os britânicos não conseguiram
conter o movimento pela independência. Gandhi desejava que a Índia permanecesse
unida após a independência, advogando a tolerância entre as diversas religiões
do país. Devido a essa proposta de união, ele foi assassinado por um radical
hindu, em 1938.
A
independência da índia foi oficializada após uma série de negociações entre
ingleses e indianos, em agosto de 1947. A divisão foi feita e dois novos países
independentes foram criados: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de
maioria muçulmana. A rivalidade entre os hindus e muçulmanos, que já eram
violentas, radicalizaram-se após a independência e divisão dos países. Ocorreram
massacres de ambos os lados, enquanto 5 milhões de hindus se deslocavam do
Paquistão para a índia e 6 milhões de muçulmanos faziam o caminho inverso.
A Revolução Cubana
Che Guevara e Fidel Castro |
Na
década de 1950, durante o governo de Fulgêncio Batista, a estrutura social e
econômica do país era comandada por uma reduzida elite latifundiária, submissa
aos interesses norte-americanos. A economia do país baseava-se principalmente
na produção de açúcar e de tabaco, exportados em grande parte para os EUA. Além
disso, havia o turismo, que rendia grandes lucros ao país, e os cassinos,
administrados por mafiosos cubanos e norte-americanos.
Muitas
pessoas expressavam a insatisfação com o governo Batista. Entre elas,
destacou-se a figura de Fidel Castro, advogado que se empenhou em denunciar os
abusos do governo e a situação do povo cubano.
Após
ser preso por tentar tomar um quartel militar em 1953, Fidel planejou e
realizou o desembarque de revolucionários em Santiago de Cuba, no final de
1956. Entre os rebeldes, desembarcaram seu irmão Raúl Castro, Ernesto Che
Guevara e Camilo Cienfuegos. A partir de então, na região montanhosa de Sierra
Maestra, o movimento revolucionário se organizou e cresceu, contando com a
adesão dos camponeses, a quem foram ensinadas táticas de guerrilha na mata. Além
disso, os revolucionários desenvolveram um trabalho de sanitarização,
alfabetização e ajuda médica para a população local.
Apesar
de mais numeroso, o exército de Fulgêncio Batista não conseguiu conter os
guerrilheiros de Sierra Maestra, que, com o apoio da população, tomaram Havana,
a capital cubana, em 1º de janeiro de 1959. Ao assumir o poder, os
revolucionários puseram em prática várias medidas de grande impacto, como a
reforma agrária, a estatização de empresas e bancos. Em abril de 1961, Fidel
Castro declarou o início do regime socialista em Cuba.
Prejudicados
pelas mudanças, proprietários rurais e donos de usinas de Cuba buscaram apoio
dos EUA e passaram a incentivar os boicotes contra o novo governo. Em 1962, o
governo dos EUA e o de outros países da América decretaram um bloqueio
econômico a Cuba, sob a alegação de que o regime revolucionário interferia na
ordem dos outros países americanos.
O Apartheid na África do Sul
Nelson Mandela |
Em
alguns países independentes, os nativos tiveram de lutar contra a opressão de
regimes segregacionistas como o da Rodésia e o da África do Sul.
A
África do Sul, país rico em recursos minerais, era habitada por povos negros e
por descendentes de holandeses e ingleses (cerca de 15 %). Essa minoria impôs à
maioria negra uma série de leis segregacionistas, em 1911. Diante disso, os
negros fundaram, no ano seguinte, uma organização para lutar por seus direitos,
o Congresso Nacional Africano (CNA).
Em
1948, a minoria branca decidiu oficializar o APARTHEID: regime segregacionista
que obrigava os negros a morar em lugares separados dos brancos, a frequentar
escolas, praias e restaurantes só para negros e a andar constantemente com um
passe, de modo que a polícia pudesse controlar seu deslocamento. Eram proibidos
também de possuírem terras em 87% do território nacional, apesar de serem muito
mais numerosos do que os brancos.
Reagindo
a essa situação, o Congresso Nacional Africano (CNA) promoveu várias
manifestações contra o governo racista de seu país. Numa delas, em 1964, o
governo prendeu oito líderes do CNA, entre eles Nelson Mandela, que foi
condenado à prisão perpétua. Nas décadas seguintes, as lutas raciais se
intensificaram. Em junho de 1976, milhares de estudantes negros foram às ruas
de Johanesburgo, a maior cidade do país, em protesto contra a imposição da
língua africâner nas escolas. A polícia atirou contra as crianças e os jovens
que marchavam vestidos com seus uniformes escolares. Cento e setenta crianças
foram mortas no episódio que ficou conhecido como Massacre de Soweto.
O
fato chocou a opinião pública mundial: alguns países passaram a boicotar
economicamente a África do Sul, e a ONU determinou a proibição da venda de
armas ao país. Apesar da pressão externa e interna, o governo sul-africano só
anulou a maioria das leis do apartheid em 1990. Nelson Mandela foi libertado da
prisão e o CNA recuperou a legalidade. A constituição foi alterada e os negros
passaram a ter os mesmos direitos civis e políticos dos brancos.
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