domingo, 14 de agosto de 2016

A Corte Portuguesa no Brasil (8º Ano)


                Um dos episódios marcantes na história do Brasil começou em Minas Gerais, numa das revoltas mais emblemáticas de todos os tempos. No contexto histórico em questão, o Brasil era apenas uma colônia, explorada intensamente pelos portugueses. Deve-se destacar que todas as riquezas encontradas em solo brasileiro eram enviadas à metrópole lusa.
                No entanto, a partir de 1760, as jazidas de ouro mineiras começaram a se esgotar. Mesmo assim, o governo português continuou cobrando pesados impostos. Com isso, essa política opressiva empobrecia os habitantes da Colônia e aumentava o medo e a insegurança em Minas Gerais. Já em 1788, o governador enviado por Portugal anunciou que haveria uma derrama, ou seja, a cobrança forçada dos impostos. A capitania de Minas Gerais devia mais de cinco toneladas de ouro. Contudo, as autoridades metropolitanas afirmavam que o problema era que o ouro estava sendo roubado.
                Reagindo a essa situação opressiva, um grupo de homens começou a se reunir em Vila Rica (atual Ouro Preto) para planejar uma rebelião contra o governo português. Eram em sua maioria homens ricos, alguns deles endividados, que temiam perder tudo no dia em que a derrama fosse aplicada. Entre eles estava também um homem que tinha sido dentista prático e tornara-se militar: o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por todos como Tiradentes.
                Os conjurados defendiam a independência de Minas Gerais; a proclamação da República com capital em São João del Rei; a criação em Vila Rica de uma universidade e uma Casa da Moeda para controlar a emissão de dinheiro.
                Entretanto, a rebelião foi denunciada. O coronel Joaquim Silvério dos Reis, contou o plano dos conjurados ao governador Visconde de Barbacena em troca do perdão de suas dívidas. De sua parte, o governador suspendeu a derrama. Essa atitude do governador diminuiu o entusiasmo e enfraqueceu o movimento. A seguir o governador organizou a perseguição aos envolvidos. Tiradentes e os demais conjurados foram presos.
Ilustração acerca da morte de Tiradentes
                 O julgamento durou três anos, onde ficou estabelecido que somente Tiradentes seria condenado à morte e os demais inconfidentes seriam condenados ao degredo na África. Com isso, Tiradentes foi enforcado e esquartejado, e as partes do seu corpo foram esparramadas pelo caminho que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais, ficando sua cabeça em Vila Rica.
                Esse foi o primeiro episódio que marcou o enfraquecimento do controle exercido por Portugal ao Brasil. O regime colonial estava sendo quebrado vagarosamente, sistematizando um conjunto de medidas que apontavam para a independência dos brasileiros.
Viagem da Família Real para o Brasil
                Outro momento fundamental foi a transferência da Família Real para o Brasil.  Para compreender tal momento é necessário analisar o contexto europeu. Na França, Napoleão Bonaparte conquistava o poder e, anos depois, decretava o Bloqueio Continental, proibindo os países de comercializarem com a Inglaterra. O príncipe português D. João desobedeceu a essa proibição e, por isso, Portugal foi invadido pelas tropas de Napoleão. Com isso, diante da invasão francesa, D. João se mudou para o Brasil protegido pela marinha inglesa e acompanhado de 10 a 15 mil pessoas.
                Com a mudança da Corte para o Brasil, o Rio de Janeiro substituiu Lisboa como cabeça do Império Português. As relações sociais estabelecidas com a elite do Centro-Sul levou ao enraizamento da Corte portuguesa e ao seu desejo de permanecer no Brasil, fenômeno conhecido como interiorização da metrópole.
                Depois de sua chegada, D. João ordenou a abertura dos portos brasileiros ao comércio com as nações amigas. A intenção da Corte era continuar se abastecendo de mercadorias importadas, uma vez que Portugal estava ocupado pelas tropas napoleônicas. Deve-se enfatizar que a abertura dos portos significou o fim do exclusivo comercial metropolitano (Pacto Colonial) e a liberdade de comercializar com outros países. Para a Inglaterra, a abertura foi vantajosa, pois agora poderia vender suas mercadorias diretamente para o Brasil.
                Logo que se instalou no Brasil, D, João autorizou a criação de indústrias no Brasil. Essa autorização não teve resultado o resultado esperado, devido à falta de capital e à dificuldade de concorrer, em preço e qualidade, com produtos estrangeiros, sobretudo ingleses. Ainda mais depois que D. João assinou com a Inglaterra o Tratado de Comércio e Navegação (1810), extremamente favorável aos interesses ingleses.
                Com a vinda de D. João, a cidade do Rio de Janeiro recebeu uma série de melhorias: sua área foi ampliada, abriram-se vias públicas para facilitar a circulação de pessoas e mercadorias e as casas ganharam janelas envidraçadas que permitiam a entrada de luz; por influência inglesa, os mais ricos fizeram jardins ao redor de suas casas e passaram a comer com garfo e faca. Além disso, o governo de D. João foi responsável por importantes realizações, entre elas cabe citar:
·      
  •       A imprensa régia;
  •       O Banco do Brasil;
  •       O Jardim Botânico;
  •        A academia militar; 
  •       O Real Teatro de São João;
  •        A escola das ciências;
  •       O museu militar;

                Enraizado no Rio de janeiro, e interessado em permanecer, em 1815, D. João elevou o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves. No ano seguinte, com a morte da mãe, dona Maria I, tornou-se rei, com o título de D. João VI.



Museu militar - 1808
Academia Militar - 1808
O primeiro Banco do Brasil instalado com a vinda da Família Real
Jardim Botânico - 1808
Real Teatro São João - 1808

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