Napoleão Bonaparte |
Nascido
na Ilha Mediterrânea da Córsega, a oeste da península Itálica, Napoleão
Bonaparte fez carreira brilhante como general do exército francês nas guerras
contra prussianos e austríacos. Isso o credenciou a integrar o novo governo
instaurado com o famoso golpe de 18 Brumário.
O novo
regime político tinha o nome de Consulado. Napoleão não governava sozinho,
embora fosse o primeiro cônsul. Porém, o poder de Bonaparte logo atropelou o
dos colegas e ele se tornou em 1802, cônsul vitalício da França, por meio de um
plebiscito. Já em 1804, Napoleão convocou plebiscito para consultar sobre a
implantação de um império. Obteve 60% de votos favoráveis ao regime monárquico
e, em 2 de dezembro do mesmo ano, foi coroado Imperador da França. No auge da
cerimônia, tomou a coroa das mãos do papa Pio VII, que tinha ido a Paris
especialmente para coroá-lo, e a pôs na própria cabeça.
Amparado
na força do exército, onde gozava de imensa popularidade, consolidou diversas
conquistas da Revolução Francesa. Negociou com o papa Pio VII o direito de o
Estado escolher os bispos da França e confirmou o confisco dos bens do clero.
Em troca, reconheceu o catolicismo como religião majoritária e se comprometeu a
sustentar o clero no país.
Fez
aprovar o chamado Código Napoleônico, consagrando o direito à propriedade
privada, instituindo o casamento civil, a igualdade de todos perante a lei e o
direito à liberdade individual. Além disso, fez concessões aos camponeses,
facilitando o acesso à propriedade da terra. Estimulou o desenvolvimento da
indústria por meio da criação do Banco da França e adotou uma política
protecionista, estabelecendo altos impostos sobre produtos importados. A
chamada Era Napoleônica significou, internamente, a consolidação das conquistas
da burguesia e do campesinato no processo revolucionário.
Napoleão
pretendia espalhar a revolução pelo mundo. Ambicionava derrubar príncipes e
reis em toda a Europa, enterrando de vez o Absolutismo. Pretendia submeter a
Europa continental à sua influência e impor a preponderância francesa nos
mercados do continente. O resultado foi uma sucessão de guerras. Seus exércitos
invadiram a Prússia, a Áustria, a Holanda, a Bélgica, a Suíça. Napoleão
destronou reis e nomeou seus parentes para governar diversos principados ou reinos.
A
Inglaterra, rival dos franceses desde o século XVIII, estava disposta a impedir
a hegemonia da França no continente europeu. Mas os ingleses só tiveram êxito
na guerra marítima, vencendo a Batalha de Trafalgar, na costa espanhola, em
1805. No mesmo ano, Napoleão impôs o Bloqueio Continental à Inglaterra,
proibindo que todos os países europeus continentais, aliados ou não,
comercializassem com os ingleses. Até o czar da Rússia, Alexandre I, aderiu ao
bloqueio por meio do Tratado de Tilsit, em 1807.
No
continente, a coligação de exércitos prussianos, austríacos e russos não
resistiu ao furacão napoleônico. Na Batalha de Austerlitz, em 1805, Napoleão
usou seu gênio estratégico para massacrar os exércitos inimigos. Na Espanha
ocupada, Napoleão deu a coroa ao irmão José Bonaparte, forçando a abdicação de
Carlos IV. Pelo Tratado de Fontainebleau, assinado entre a França e Espanha em
1807, ficou ainda estabelecida a anexação de Portugal, que foi invadido em
1808, após seu governo se recusar a aderir ao Bloqueio Continental. A Família
Real fugiu para o Brasil no dia 29 de novembro, um dia antes do exército
francês tomar Lisboa.
Deve-se
frisar que Napoleão chegou a tomar Moscou (capital da Rússia). Venceu, mas não
levou: a falta de suprimentos, agravada pelo intenso frio do inverno russo,
arrasou o exército francês. Em dezembro, sob uma temperatura de quase 40 graus
negativos, o exército napoleônico bateu em retirada, reduzido a pouco mais de
100 mil homens, dentre os mais de 600 mil que começaram a campanha.
De
volta a Paris, Napoleão desbaratou uma conspiração militar para derrubá-lo. Seu
poder minguava. O Exército, enfraquecido, era incapaz de deter a nova coligação
de exércitos inimigos. Tinha perdido a Batalha de Leipzig, antes mesmo de
retornar a Paris, em 1813, e no mesmo ano seus exércitos foram derrotados na
Espanha. Os franceses foram expulsos de cada uma das “províncias” conquistadas,
como Bélgica, Holanda, Suíça, Espanha.
Ilustração da morte de Napoleão Bonaparte |
Em
1814, Paris foi invadida pelos inimigos e Napoleão, obrigado a abdicar. Em
maio, foi exilado na Ilha de Elba, com 800 homens, e a dinastia dos Bourbon,
restaurada: a coroa passou a Luís XVIII, irmão do guilhotinado Luís XVI. Porém,
contando com o apoio de boa parte dos oficiais, Napoleão fugiu da Ilha de Elba
e regressou à França, em março de 1815. Reassumiu o poder, expulsando Luís
XVIII, e iniciou o chamado “governo dos Cem Dias”. Foi derrotado
definitivamente na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em Junho de 1815.
Luís
XVIII recuperou a coroa francesa e reinou até sua morte, em 1824, embora com
poderes limitados. Napoleão morreu pouco antes, em 1821, prisioneiro dos
ingleses na ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul.
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