Imagem do rio amarelo |
O
rio Amarelo, chamada Huang-Ho pelos chineses, teve grande importância na
formação das primeiras aldeias chinesas. Os agricultores que se fixaram às
margens desse rio, por volta de 5.000 a. c., plantavam painço, hortaliças,
frutas e nozes e criavam porcos, bois e cabritos. Também produziam objetos de
cerâmica, que eram utilizados tanto no dia a dia quanto em ocasiões especiais,
como cerimônias religiosas e festas.
As
variações climáticas alternavam períodos de seca e de cheia, que causavam
muitos prejuízos para a região, provocando a morte de pessoas e a destruição de
casas e plantações. Por essa razão, os chineses desenvolveram técnicas de
controle das águas do rio, construindo reservatórios para armazenar a água, nas
épocas de cheia, e utilizá-la na irrigação dos campos, nos períodos de seca.
Por
volta de 221 a. c., a região onde se formaria a China era composta por Estados
independentes e rivais que combatiam entre si pelo controle do território. Para
aumentar suas chances de vitória, o governante do Estado de Qin promoveu uma
reforma em seu exército e modificou as táticas de guerra.
Estátua do imperador Qin |
Ao
vencer os conflitos, o governante Qin unificou os Estados independentes e
proclamou-se imperador da China. Seu nome, Qin Huang Di, era a junção de três palavras
chinesas: Qin (primeiro), huang (soberano), di (governante divino).
Durante
o período Qin, foi estabelecido um novo código de leis que regulamentava a ação
de todos os habitantes do império. Também foi feita a padronização dos pesos e
medidas, da escrita e das moedas.
Além
disso, o imperador Huang Di financiou a construção de estradas, pontes e
canais, intensificando a comunicação e o deslocamento das pessoas por todo o
território unificado. Por essa razão, as trocas comerciais aumentaram bastante
durante o período Qin.
As
mudanças introduzidas por Huang Di transformaram o dia a dia dos chineses. O
novo sistema de irrigação, por exemplo, possibilitou o aumento da produção
agrícola; a melhoria das estradas facilitou as trocas comerciais e culturais
entre as regiões distantes; a unificação das moedas incentivou a
comercialização de produtos.
Apesar
das importantes reformas no campo econômico e administrativo realizadas por
Huang Di, no campo político e social houve grande violência e intolerância. Durante
seu governo, o imperador perseguiu duramente as pessoas contrárias às suas
decisões. De acordo com relatos da época, ele ordenou a destruição de todos os
livros que questionassem as novas leis do império. Obras de história, filosofia
e biografias foram proibidas e queimadas. Foram poupadas apenas algumas obras
com utilidades práticas, como manuais agrícolas e livros de medicina.
Por
volta de 220 a. c., o imperador Qin ordenou a construção de uma grandiosa
muralha, cujo principal objetivo era defender o território chinês contra
ataques inimigos. Naquela época, a obra chegou a ter cerca de 3 mil quilômetros
de extensão. A muralha só foi construída no século XVI. Atualmente, sua
extensão é de aproximadamente 7 mil quilômetros.
Imagem da muralha da China |
Após
a morte do imperador Qin, em 210 a. c., os chineses viveram um período de
turbulência, marcado por disputas pelo poder e revoltas populares. Liu Bang,
funcionário imperial de origem camponesa, liderou uma rebelião contra o poder
imperial e, em 206 a. c., assumiu o trono chinês. Esse fato marca o início do
período Han. Nos primeiros anos da época Han, Changan era a capital do império
e possuía cerca de 500 mil habitantes.
No
período Han, duas correntes religiosas passaram a fazer parte do dia a dia da
população: o budismo e o taoísmo.
Os
imperadores do período Han foram muito influenciados pelo confucionismo. As
propostas dos confucionistas valorizavam a educação para todos e não apenas
para a elite. Em parte, essa educação era voltada para o suprimento de cargos
públicos, que passaram a ser preenchidos por meio de concursos. Dessa maneira,
o conhecimento do candidato era avaliado independentemente de sua posição
social. Contudo, as mulheres não podiam participar desses concursos.
Os
imperadores da dinastia Han, preocupados em assegurar a proteção das fronteiras
chinesas, enviaram embaixadores para reinos distantes, a fim de trocarem
presentes e estabelecerem relações diplomáticas. Ao retornarem, esses
embaixadores trouxeram informações sobre dois grandes impérios a oeste: o persa
e o romano.
As
notícias sobre a riqueza desses impérios estimularam a abertura de rotas
comerciais terrestres, que se estenderam até o Império Romano, passando,
também, pelos territórios da Pérsia, Mesopotâmia e Arábia.
As
caravanas atravessaram a Rota da Seda transportando mercadorias e conectando
lugares muito distantes. Os mercadores chineses levavam, além da seda, cereais
e especiarias como canela, cravo, canela e gengibre. Também comercializavam
ferro, bronze, madeira, cerâmica, porcelanas e obras de arte.
Os
povos que habitavam a Ásia Central, como persas e indianos, compravam produtos
chineses e forneciam, em troca, cavalos, metais preciosos, vinho, lã, linho,
marfim e outras mercadorias, além de escravos. Esses bens passavam por várias
caravanas de mercadores e, em algumas regiões, o transporte também era feito
por via marítima.
A
troca de mercadorias, a Rota da Seda possibilitou o intercâmbio cultural entre
os povos que a utilizavam. Entre os aspectos que transformaram o modo de vida
das populações do Oriente e do Ocidente, estão a descoberta de novos animais e
vegetais. Outro aspecto importante foi o contato com diferentes estilos
artísticos e modos de vida e a difusão de doutrinas religiosas diversas, como o
budismo e o cristianismo.
Com
as caravanas comerciais, se deslocavam exércitos, sacerdotes, embaixadores e
artistas das mais diversas regiões. Foi essa diversidade de pessoas de culturas
diferentes que permitiu a troca de ideias, crenças religiosas, estilos
artísticos e formas de pensamento.
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