Os
persas eram um dos povos nômades que, por volta de 1.200 a.c., se fixaram em
uma região montanhosa entre o golfo Pérsico e o mar Cáspio. Essa região ficou
conhecida como Pérsia.
Localização geográfica dos persas |
Apesar
do clima seco da região, os persas aproveitaram as poucas áreas férteis
disponíveis e passaram a praticar a agricultura e o pastoreio. Pintavam
principalmente trigo, cevada e hortaliças e criavam animais como bois,
carneiros e cabritos.
Vizinhos
dos persas, os medos também chegaram à região por volta de 1.200 a.c.
Abandonando a vida nômade, eles se fixaram em uma área próxima aos montes
Zagros e mais tarde, no século VIII a. c., fundaram a cidade de Ecbátana.
O
reino dos medos era composto por aldeias, onde vivia a maioria da população. A
sua principal ocupação era a criação de gado, atividade também realizada pela
população nômade. Além disso, os medos possuíam um exército composto por
batalhões de lanceiros, cavaleiros e arqueiros. Além disso, produziam armas de
ferro, que eram mais resistentes do que as armas de bronze da época.
Ciro, o grande |
Ciro,
o Grande, foi o líder que conseguiu unificar as tribos persas e iniciar um
período de vitórias militares. Em 553 a. c., os persas tornaram-se
independentes dos medos, realizando grandes conquistas territoriais. Na época
do governo de Dario I, neto de Ciro, os persas já haviam constituído um grande
império, que se estendia do Egito até a Índia.
Os
imperadores persas, geralmente que os povos conquistados mantivessem seus
costumes e sua religião. Os persas absorviam também parte da cultura desses
povos, apropriando-se, por exemplo, de antigos modelos de administração, como
os da Babilônia, da Mesopotâmia e o do Egito.
Essa
assimilação cultural também pode ser percebida na arquitetura persa e em outras
manifestações artística, como na escultura. Em grande parte, o estilo
arquitetônico persa foi decorrente da mistura de concepções artísticas de
diferentes povos, como egípcios, assírios, babilônicos e gregos.
A
arquitetura persa se caracterizou, principalmente, pela exuberância e
suntuosidade na construção de centros administrativos e palácios. Os
imperadores persas, para enaltecer sua figura, ordenaram a construção de
palácios gigantescos, com amplos pátios, portais, escadarias, colunas
monumentais, paredes ornamentais com ladrilho e figuras esculpidas em relevo.
As
esculturas persas eram feitas utilizando principalmente ouro, prata e pedras
decorativas. Muitas delas serviam como ornamento nos palácios reais e prédios
públicos.
A
observação dessas esculturas é capaz de relevar diversos aspectos da cultura
persa. Temas que demonstravam a grandeza do império, como as conquistas
militares, eram frequentes. Outros temas comuns eram a vida cotidiana e a
organização do Estado, representando, por exemplo, as cerimônias religiosas e a
cobrança de impostos.
Escultura de Dario I |
Durante
o governo do imperador Dario I, os persas deram início à construção
de uma nova cidade para servir de capital ao imperador. Essa cidade recebeu o
nome de Persépolis.
Além
de um imponente complexo de palácios, Persépolis contava com um grandioso
centro cerimonial, um salão de audiências e diversos edifícios do governo.
Um
dos mais importantes legados culturais persas foi sua religião, conhecida como
zoroastrismo. Baseada em uma crença que se aproximava do monoteísmo, a religião
persa acabou influenciando as três principais religiões monoteístas da
atualidade: judaísmo, cristianismo e islamismo.
O
zoroastrismo foi fundado por volta de 600 a. c., por Zaratustra (ou Zoroastro,
para os gregos). De acordo com essa religião, existia um deus principal, Ahura
Mazda, e seu irmão gêmeo e opositor, Ahriman.
Ahura
Mazda era infinitamente bondoso e sábio, e orientava os seres humanos com base
no amor e no respeito ao próximo. Ahriman, por sua vez, era responsável por
todas as maldades e sentimentos ruins, como a inveja, a cobiça e a raiva.
De
acordo com as crenças do zoroastrismo, cada pessoa teria a liberdade para
escolher entre o Bem e o Mal. Se optasse por fazer o bem e seguir a máxima
zoroástrica – “Bons Pensamentos, Boas Palavras e Boas Açãos” – seria
recompensado, ao morrer, com o reino de Ahura Mazda, cheio de luz e bondade. Se
escolhesse o mal e alimentasse sentimentos ruins, seria condenado ao reino das
sombras, morada de Ariman.
Os
zoroastristas acreditam que quando chegar o fim dos tempos, essas pessoas serão
novamente julgadas e haverá um recomeço do mundo. Nesse novo mundo, imortal e
eterno, só haverá lugar para pessoas boas, que viverão felizes com seus
familiares e amigos.
Os
persas utilizaram um sistema de transmissão de mensagens que contribuiu para o
controle e a administração de seu império. Ao longo da história, a necessidade
de comunicar-se a distância fez com que o sistema de correios se desenvolvesse
em vários lugares do mundo.
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