A
política de imigração adotada pelo presidente norte-americano, do Partido Republicano Donald
Trump, vem causando polêmica nas últimas semanas. Com base no lema “tolerância zero”,
com relação à entrada de imigrantes ilegais no país, essa medida vem provocando
a separação entre os pais e filhos que tentam entrar nos EUA de uma maneira
ilegal.
A
política estabelece que todo adulto que for pego atravessando a fronteira
ilegalmente deve ser criminalmente processado. Se for capturado, o indivíduo é
levado a um centro federal de detenção de imigrantes até que se apresente a um
juiz. Com isso, os pais ou tutores legais são separados das crianças, uma vez
que elas não podem ser levadas para os centros de detenção. Deve-se destacar
que diversos áudios foram disseminados pelas redes sociais mostrando crianças
chorando desesperadamente pedindo pela volta de seus pais.
Essas
práticas fazem com que a sociedade relembre a política adotada por um certo
ditador alemão chamado Adolfo Hitler, que era desprovido de qualquer sentimento
humanitário. Sua preocupação era tão-somente construir uma nação em que o povo
da “raça ariana” poderia viver (teoria do espaço vital). Esse sentimento de superioridade
do governo norte-americano faz com que eles pensem que têm o direito de se
interferir na política interna de outros países, principalmente na América
Latina (que eles consideram o seu quintal). Seria como se eles fossem os baluartes
da civilização e da cultura e, em contrapartida, vivêssemos na barbárie e
obscuridade intelectual.
Voltando
à política do presidente norte-americano, cujo pai, Fred Trump, foi preso na
década de 1920 por pertencer à organização racista Ku Klux Klan (KKK), ela é
imoral e completamente desumana. Manifestações do Comitê dos Direitos Humanos da
ONU tem emitido notas de repúdio ao gesto adotado por Trump. Deve-se ressaltar
que a repercussão também foi negativa no cenário europeu, onde diversas
lideranças manifestaram-se contrariamente à sua atitude.
Um
dos fatos mais agravantes dessa nefasta política consiste no fato de que, ao
serem separadas de seus pais, as crianças são designadas pelo governo como
“crianças imigrantes desacompanhadas” e, por isso, são levadas para abrigos sob
custódia do governo, sem saber para onde seus pais foram encaminhados. Imagens mostram
crianças dentro de grades, dormindo em colchões no chão com cobertores de
alumínio. Em outras palavras, elas ficam sujeitas a situações subumanas,
completamente deploráveis para qualquer indivíduo.
Abrigo para onde as crianças são levadas |
Criança desesperada diante da ação policial e posterior separação de sua mãe |
O
nome desse mecanismo e exclusão e ódio se chama xenofobismo. A ignorância em
aceitar a cultura do outro, de respeitar valores e tradições arraigadas e,
sobretudo, o nítido sentimento de superioridade. Donald Trump, que já se
retirou do Conselho de Segurança da ONU para assuntos concertes aos direitos
humanos, está violando todos os princípios humanitários que possa existir na
face da terra.
Aquelas
pessoas que entraram nos EUA, seja na condição de ilegalidade ou de refugiados,
foram em busca de uma vida melhor. O país que é considerado uma das maiores
potências econômicas do planeta, se recusa a conceder abrigo e acolher aqueles
que mais precisam. Podem ser os primeiros no que se refere à economia e
política desenvolvimentista, contudo, no sentido humanitário, não passam de uma
minúscula ilha cercada de preconceitos e arrogância.
De acordo com o governo, em um recente
período de seis semanas, quase 2.000 menores de idade foram separados de seus
pais ou tutores. No Congresso, a oposição democrata denuncia uma prática
"diabólica". "Eles chamam isso de 'tolerância zero', mas seria
mais correto chamar de 'humanidade zero', e não há lógica para esta
política", declarou o senador Jeff Merkley (Oregon), que lidera um grupo
de legisladores democratas que visitou a fronteira.
Para
se defender, o presidente norte-americano acusou os democratas por causar a
situação. Segundo ele, a oposição não aprova as medidas anti-imigração que são
enviadas ao Congresso Nacional. Deve-se ressaltar que tais medidas fazem parte
de um pacote de arbitrariedades e, mormente, atrocidades com os imigrantes que
vivem nos EUA. Esses imigrantes, como afirmam alguns críticos, também
contribuem para o desenvolvimento do país, uma vez que pagam impostos e
trabalham em conformidade com a legislação vigente.
Hillary Clinton |
Duas
grandes lideranças norte-americanas que se posicionaram sobre o descalabro da política
imigratória adotada por Trump foram o ex-presidente Bill Clinton, que afirmou
que as crianças aprisionadas não devem ser usadas como ferramenta de
negociação. Além de Clinton, a ex-secretária de Estado e rival de Trump nas
últimas eleições Hillary Clinton, que acusou o presidente de usar as crianças
para fins políticos. Segundo a ex-senadora, “Isso é uma crise humanitária e
moral. Todo ser humano com um senso de compaixão e decência deveria ficar
indignado”.
John Mc Cain |
Como
se não bastasse tais lideranças emitindo comunicados de repúdio à política de
Donald Trump, até mesmo políticos do seu partido se posicionaram contrariamente
à separação de pais e filhos. O senador republicano John McCain disse que o
governo deve interromper “agora” e que a separação familiar é
"uma afronta à decência do povo norte-americano e contra os princípios e
valores nos quais a nação foi fundada".
Por
fim, a decisão de Trump não esclarece o que acontecerá com os 2.300 meninos e
meninas que já foram separados dos pais. Tudo indica que as crianças vão continuar
em abrigos, esperando uma decisão da Justiça, que pode levar meses. Em alguns
casos, os pais já foram até deportados de volta para o país de origem e os
filhos continuam nos Estados Unidos. Isso gera
uma situação de angústia e desespero aos pais que não recebem notícias de seus
filhos, gerando dúvidas e incertezas quanto a um possível reencontro no futuro.
Em
Brasília, o Ministério das Relações Exteriores declarou que o governo acompanha
com preocupação o aumento de casos de crianças brasileiras separadas dos pais,
que estão em abrigos nos Estados Unidos. E que essa prática, além de cruel,
está em clara dissonância com instrumentos internacionais de proteção aos
direitos da criança.
Todavia, o ministro das Relações
Exteriores, Aloysio Nunes, não apresentou quais medidas estão sendo tomadas de
uma forma efetiva para libertar os pequenos brasileiros reféns do ódio e da arrogância
do governo norte-americano. Entretanto, essa apatia e indiferença era de se
esperar, uma vez que as pessoas que se encontram nessa situação pertencem às camadas pobres da sociedade e que estavam, sobretudo, em busca da realização do sonho de
terem uma vida melhor. Talvez, se o governo brasileiro, golpista e atrelado aos
interesses do mercado financeiro (e que não se importa com os 14 milhões de
brasileiros desempregados), oferecesse melhores condições de vida e de
trabalho, elas não precisassem deixar a sua pátria.
Esperamos que essa situação seja
resolvida o quanto antes, para que os nossos irmãos brasileiros possam retornar
para o seu país de origem. Não devemos ficar apáticos, mas sim denunciar o que
está acontecendo com o nosso povo e, sobretudo, exigir que esse governo
ilegítimo adote providências contundentes para solucionar a situação que se
agrava com o passar do tempo.
Acompanhe o nosso trabalho pelo YouTube
Moisés Rodrigues - Sem Censura
https://www.youtube.com/watch?v=NrIVkwotRiE&t=7s
Fonte:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/entenda-a-politica-de-separacao-de-criancas-imigrantes-que-causa-polemica-nos-eua.ghtml
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/06/trump-cede-e-suspende-decreto-que-separa-familias-de-imigrantes-ilegais.html
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/20/internacional/1529510448_365651.html
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2017/08/15/pai-de-trump-foi-preso-em-ato-da-ku-klux-klan-na-decada-de-20-mostram-arquivos-da-epoca.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário