domingo, 18 de setembro de 2016

A Revolução Chinesa, Independência da Índia, A Revolução Cubana e O Apartheid na África do Sul

A Revolução Chinesa
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Mao Tsé-tung e a revolução cultural
            No início do século XX, a China era um país monarquista e industrialmente atrasado. Nessa época, crescia cada vez mais o descontentamento da população por causa da conivência do monarca com a exploração imperialista que os britânicos praticavam na China. Liderados por Sun Yat-sen, os nacionalistas derrubaram a Monarquia e instauraram a República no país, em 1911. No ano seguinte, eles fundaram o Kuomintang (Partido Nacionalista do Povo).
             Em 1921, foi fundado o Partido Comunista da China (PCC), liderado por Mao Tsé-tung. Em um primeiro momento, o PCC e o Koumintang se uniram para impedir a volta da monarquia no país. Porém, a partir de 1925, os dois partidos passaram a lutar por projetos diferentes. Os nacionalistas do Kuomintang se aliaram aos conservadores. Os comunistas, por sua vez, alinharam-se à URSS, que mantinha sua política de expansão de áreas de influência. As disputas entre os nacionalistas e os comunistas acabaram provocando uma guerra civil. A atuação do PCC foi considerada ilegal e os comunistas passaram a ser perseguidos pelos agentes do governo chinês.
            Liderados por Mao Tsé-tung, os comunistas iniciaram a chamada Longa Marcha para o Norte do país e começaram a se organizar. Adotando uma nova estratégia, os comunistas buscaram o apoio dos camponeses, que eram a maioria da população, e organizaram o Exército Vermelho que, além de ações militares, fazia propaganda dos ideais socialistas por todo país. Em 1946, os comunistas e nacionalistas entraram novamente em conflito, retomando a guerra civil. Em 1949, o Exército Vermelho venceu as forças governamentais e conquistou Pequim, a capital. Mao Tsé-tung proclamou então a República Popular da China, assumiu o governo e implantou um regime socialista na China.
            Para evitar o enfraquecimento da revolução, em 1966 Mao Tsé-tung deu início a uma grande campanha de reeducação da população, que ficou conhecida como Revolução Cultural. Suas principais propostas eram: modificação dos costumes tradicionais chineses, fim das influencias capitalistas no país, combate aos burocratas, melhoria do ensino e união do trabalho manual aos intelectual.
            Mao pretendia, com isso, construir uma China onde os valores individuais dessem espaço aos valores coletivos, garantindo bases mais sólidas para uma sociedade igualitária e democrática. A arte engajada foi incentivada e as atitudes consideradas anticomunistas foram duramente reprimidas.

Independência da Índia

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Mahatma Gandhi
             Na Índia britânica, o movimento de independência ganhou força no final do século XIX. Nesse país, no entanto, havia dois grupos que lutavam pelo fim do domínio inglês. Um desses grupos era liderado pelo Partido do Congresso, que reunia as camadas médias da sociedade indiana, formada por professores, advogados e jornalistas, principalmente de religião hindu, com maior quantidade de adeptos no país. De outro lado, havia um grande número de muçulmanos que formava a Liga Muçulmana, liderada por Mohammad Ali Jinnah, e que defendia a separação da índia britânica em dois países: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, destinado aos muçulmanos.
            Nessa luta pela independência se destacou Mahatma Gandhi que liderou um modo diferente de resistência ao domínio e exploração colonial britânico. Sua resistência era a resistência pacífica por meio da desobediência civil, de modo a tornar a índia ingovernável para os ingleses. A tática da desobediência civil tinha a finalidade de boicotar tudo que fosse inglês: desde as mercadorias (principalmente os tecidos) até as escolas e universidades, além dos tribunais e assembleias legislativas. Caso fossem reprimidos, os manifestantes não deveriam reagir ou resistir à prisão.
            Apesar de recorrer à violência e prender vários líderes, os britânicos não conseguiram conter o movimento pela independência. Gandhi desejava que a Índia permanecesse unida após a independência, advogando a tolerância entre as diversas religiões do país. Devido a essa proposta de união, ele foi assassinado por um radical hindu, em 1938.
            A independência da índia foi oficializada após uma série de negociações entre ingleses e indianos, em agosto de 1947. A divisão foi feita e dois novos países independentes foram criados: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana. A rivalidade entre os hindus e muçulmanos, que já eram violentas, radicalizaram-se após a independência e divisão dos países. Ocorreram massacres de ambos os lados, enquanto 5 milhões de hindus se deslocavam do Paquistão para a índia e 6 milhões de muçulmanos faziam o caminho inverso.

A Revolução Cubana

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Che Guevara e Fidel Castro 
             Na década de 1950, durante o governo de Fulgêncio Batista, a estrutura social e econômica do país era comandada por uma reduzida elite latifundiária, submissa aos interesses norte-americanos. A economia do país baseava-se principalmente na produção de açúcar e de tabaco, exportados em grande parte para os EUA. Além disso, havia o turismo, que rendia grandes lucros ao país, e os cassinos, administrados por mafiosos cubanos e norte-americanos.
            Muitas pessoas expressavam a insatisfação com o governo Batista. Entre elas, destacou-se a figura de Fidel Castro, advogado que se empenhou em denunciar os abusos do governo e a situação do povo cubano.
            Após ser preso por tentar tomar um quartel militar em 1953, Fidel planejou e realizou o desembarque de revolucionários em Santiago de Cuba, no final de 1956. Entre os rebeldes, desembarcaram seu irmão Raúl Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos. A partir de então, na região montanhosa de Sierra Maestra, o movimento revolucionário se organizou e cresceu, contando com a adesão dos camponeses, a quem foram ensinadas táticas de guerrilha na mata. Além disso, os revolucionários desenvolveram um trabalho de sanitarização, alfabetização e ajuda médica para a população local.
            Apesar de mais numeroso, o exército de Fulgêncio Batista não conseguiu conter os guerrilheiros de Sierra Maestra, que, com o apoio da população, tomaram Havana, a capital cubana, em 1º de janeiro de 1959. Ao assumir o poder, os revolucionários puseram em prática várias medidas de grande impacto, como a reforma agrária, a estatização de empresas e bancos. Em abril de 1961, Fidel Castro declarou o início do regime socialista em Cuba.
            Prejudicados pelas mudanças, proprietários rurais e donos de usinas de Cuba buscaram apoio dos EUA e passaram a incentivar os boicotes contra o novo governo. Em 1962, o governo dos EUA e o de outros países da América decretaram um bloqueio econômico a Cuba, sob a alegação de que o regime revolucionário interferia na ordem dos outros países americanos.

O Apartheid na África do Sul

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Nelson Mandela
             Em alguns países independentes, os nativos tiveram de lutar contra a opressão de regimes segregacionistas como o da Rodésia e o da África do Sul.
            A África do Sul, país rico em recursos minerais, era habitada por povos negros e por descendentes de holandeses e ingleses (cerca de 15 %). Essa minoria impôs à maioria negra uma série de leis segregacionistas, em 1911. Diante disso, os negros fundaram, no ano seguinte, uma organização para lutar por seus direitos, o Congresso Nacional Africano (CNA).
            Em 1948, a minoria branca decidiu oficializar o APARTHEID: regime segregacionista que obrigava os negros a morar em lugares separados dos brancos, a frequentar escolas, praias e restaurantes só para negros e a andar constantemente com um passe, de modo que a polícia pudesse controlar seu deslocamento. Eram proibidos também de possuírem terras em 87% do território nacional, apesar de serem muito mais numerosos do que os brancos.
            Reagindo a essa situação, o Congresso Nacional Africano (CNA) promoveu várias manifestações contra o governo racista de seu país. Numa delas, em 1964, o governo prendeu oito líderes do CNA, entre eles Nelson Mandela, que foi condenado à prisão perpétua. Nas décadas seguintes, as lutas raciais se intensificaram. Em junho de 1976, milhares de estudantes negros foram às ruas de Johanesburgo, a maior cidade do país, em protesto contra a imposição da língua africâner nas escolas. A polícia atirou contra as crianças e os jovens que marchavam vestidos com seus uniformes escolares. Cento e setenta crianças foram mortas no episódio que ficou conhecido como Massacre de Soweto.

            O fato chocou a opinião pública mundial: alguns países passaram a boicotar economicamente a África do Sul, e a ONU determinou a proibição da venda de armas ao país. Apesar da pressão externa e interna, o governo sul-africano só anulou a maioria das leis do apartheid em 1990. Nelson Mandela foi libertado da prisão e o CNA recuperou a legalidade. A constituição foi alterada e os negros passaram a ter os mesmos direitos civis e políticos dos brancos.    

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