quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O feudalismo


Após a desintegração do Império Carolíngio, reis e senhores continuaram a utilizar a vassalagem para obter ajuda administrativa e militar. A aliança firmada entre dois senhores se estabelecia em uma cerimônia conhecida como HOMENAGEM. Nessa cerimônia, ocorria um juramento de fidelidade entre o vassalo, que recebia o benefício, e o suserano, que fazia doação. O benefício poderia ser cavalos, armas, joias, o direito de cobrar taxas e, principalmente, terras. A partir do século XI, o benefício passou a se chamar FEUDO, que significa “bem doado em troca de algo”, daí a origem do termo FEUDALISMO.
O suserano tinha a obrigação de proteger o vassalo, que, em troca, o aconselhava sobre diversos assuntos e lhe prestava auxílio econômico e militar. Os vassalos que recebiam os feudos se tornavam SENHORES FEUDAIS. Com o tempo, os próprios vassalos passaram a doar benefícios a outros aristocratas e se tornaram senhores de seus vassalos.
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Imagem dos Senhores Feudais.
Os senhores dos feudos territoriais passaram a exercer funções que até aquele momento cabiam ao rei: em seus domínios, impunham taxas e obrigações aos camponeses, elaboravam leis, julgavam os crimes, cunhavam moedas e mobilizavam exércitos para defender seus territórios. Assim, o poder político, antes centralizado nas mãos do rei, ficou fragmentado em vários feudos.
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Cerimônia de juramento dos vassalos 
Em caso de falecimento do suserano ou do vassalo, o juramento de fidelidade era renovado entre os primogênitos do sexo masculino das famílias envolvidas. Caso não houvesse descendentes do sexo masculino, o benefício retornava ao suserano. Se a mulher de um vassalo ficasse viúva, o suserano escolhia um marido para ela e o tornava tutor dos bens da família.
A sociedade estava dividida em três ordens, ou seja, em três grupos sociais com diferentes funções, estabelecidas pela vontade de Deus. Os integrantes do CLERO, por meio de suas orações, seriam responsáveis pela salvação dos homens. Os ARISTOCRATAS ou senhores deveriam proteger a população com armas, e os TRABALHADORES eram encarregados de garantir o sustento de toda a sociedade.
O CLERO era formado por dois grupos: o clero secular e o clero regular. O primeiro vivia em contato com os fiéis, ensinava o Evangelho e cuidava dos bens da Igreja. Na base da hierarquia do clero secular estava o pároco; no topo, estava o papa. Os integrantes do clero regular viviam em mosteiros, isolados do mundo, e seguiam uma vida regrada pela oração e pela penitência. Eram os monges, que também, que também se dedicavam a copiar e estudar obras da Antiguidade pagã e cristã.
Os ARISTOCRATAS eram os senhores feudais. Entre eles também havia uma hierarquia: no topo estava o rei; abaixo, vinham os duques, os condes e os marqueses. Eles formavam a verdadeira nobreza feudal, que em geral descendia dos antigos servidores de Carlos Magno. Abaixo deles estavam os viscondes e os barões. Os aristocratas se mantinham com as taxas cobradas dos camponeses pelo uso das terras. Viviam em castelos fortificados, protegidos por cavaleiros. Em seus domínios, os senhores tinham poder para criar leis e garantir sua aplicação.

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Pirâmide social do período do Feudalismo.

      No campo, onde residia a maior parte da população, havia três tipos de trabalhadores: os servos, os vilões e os escravos.
Os SERVOS eram camponeses ligados à terra, o que significa que eles não podiam abandonar a propriedade em que viviam nem podiam ser expulsos dela. Os servos deviam pagar taxas ao senhor pelo uso da terra e pela proteção recebida. As taxas eram pagas em trabalho ou em produtos.
Uma dessas taxas era a CORVEIA, paga em forma de trabalho não remunerado no terreno exclusivo do senhor. Outra era a TALHA, pela qual o servo era obrigado a entregar ao senhor parte do que era produzido nas terras servis. Além disso, para usar os moinhos, fornos e celeiros, os servos tinham que pagar as BANALIDADES, entregando parte do que produziam ao senhor.

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Os VILÕES eram camponeses livres, às vezes proprietários de pequenos lotes de terra, de onde tiravam seu sustento. Com o tempo, as pressões dos grandes senhores e a insegurança causada pelas invasões externas levaram os vilões a se colocarem sob a proteção dos senhores.
Os ESCRAVOS pertenciam ao senhor, ao contrário dos servos. A escravidão era uma herança romana que aos poucos perdeu espaço para a servidão. Os escravos que permaneceram trabalhavam nos domínios do senhor, executando tarefas domésticas.
Para garantir o domínio sobre suas terras e sobre os camponeses, os senhores utilizavam a força militar. Os camponeses, porém, resistiam fugindo para as cidades, promovendo revoltas ou apelando à justiça contra medidas senhoriais abusivas e serviços exigidos pelo senhor.

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