quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Roma antiga.

  A península Itálica, onde se localiza Roma, já era ocupada desde o primeiro milênio antes de Cristo por vários povos. Atraídas pelo solo fértil e pelo clima ameno, tribos úmbrias, latinas e sabinas, entre outras, fundaram aldeias agrícolas e pastoris na região.
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Localização da Península Itálica.
Possivelmente, a cidade de Roma surgiu da união de sete aldeias sabinas e latinas, estabelecidas às margens do rio Tibre. Essas aldeias mantiveram contato estreito com os gregos, que haviam fundado colônias ao sul da península, e com os etruscos, fixados ao norte.
A Monarquia foi a primeira forma de governo dos romanos. O rei era escolhido pelo Senado – composto de um conselho de anciãos de origem nobre e chefes de famílias aristocráticas. O rei desempenhava funções legislativas, judiciárias, administrativas, militares e religiosas, e, para tomar decisões importantes, consultava o Senado.
De acordo com estudiosos especialistas nesse período histórico, sete reis governaram Roma. Os quatro primeiros eram latinos e sabinos, e os três últimos eram etruscos. Esses monarcas foram responsáveis pelo crescimento urbano e pelo fortalecimento de Roma.
Os patrícios eram os membros da aristocracia e proprietários de vastas extensões de terras e grandes rebanhos. Os pequenos proprietários, os artesãos e os comerciantes, chamados plebeus, eram homens livres e formavam a maioria da população de Roma. Praticavam agricultura e artesanato e não tinham direitos políticos.
Os clientes, pessoas livres e pobres, dependiam das famílias patrícias, para as quais prestavam regularmente favores, serviços e davam apoio político e militar. Em troca, recebiam ajuda econômica e proteção. Quanto mais clientes um patrício tivesse sob sua proteção, mais importância política e social ele conquistava.

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Camadas sociais de Roma (período da Monarquia)

Havia também os escravos, em geral prisioneiros de guerra ou endividados. A população escrava não era numerosa no período monárquico.
O último monarca etrusco, Tarquínio, o Soberbo, tentou ampliar seu poder aliando-se aos plebeus enriquecidos, o que desagradou a aristocracia romana. Por isso, em 510 a. c., os patrícios depuseram o rei e expulsaram os etruscos da cidade.
Com o fim da monarquia, Roma passou a ser controlada pelos patrícios, que adotaram como forma de governo a República. A partir de então, as responsabilidades do Estado passaram a ser distribuídas entre três instituições: o Senado, as Magistraturas e as Assembleias Populares.
O Senado era o principal órgão republicano. Formado apenas por patrícios, tinha como função propor leis, administrar as finanças públicas, fiscalizar o trabalho dos magistrados e cuidar da política externa e da religião. Em tempos de guerra, o Senado indicava um magistrado para ser o ditador por um período de seis meses. Ele detinha poderes extraordinários, como o de aumentar os impostos.
Os magistrados eram eleitos anualmente pelas Assembleias Populares e exerciam diversas funções. Os mais importantes eram os cônsules, que convocavam o Senado e as Assembleias, chefiavam o exército e coordenavam a administração pública. Os demais magistrados eram os pretores, responsáveis por ministrar a justiça; os questores, que geriam as finanças públicas; os censores, que fiscalizavam a conduta moral dos cidadãos e faziam o recenseamento da população e de seus bens; e os edis, responsáveis pelo policiamento, pela coleta de lixo, etc. nos primeiros séculos da República, apenas os patrícios podiam ser magistrados.
As Assembleias Populares votavam as leis e as declarações de guerra, elegiam os magistrados e julgavam as acusações passíveis de pena de morte.
A participação dos plebeus nos exércitos romanos geralmente não lhes trazia muitos benefícios. Os patrícios ficavam com a maior parte na divisão do butim da conquista, não restando praticamente nada para os plebeus. Além disso, as longas ausências nas campanhas militares prejudicavam o andamento dos negócios ou a prática da agricultura. Por isso, os plebeus deixavam de pagar impostos e acumulavam dívidas. Não dispondo de meios de saldá-las, tornavam-se escravos.

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Ilustração referente ao Exército Romano.

Por causa das dificuldades enfrentadas, os plebeus passaram a pressionar os patrícios pela ampliação de seus direitos civis e políticos. Essa pressão crescia em tempo de guerra, quando os soldados ameaçavam não combater se suas reivindicações não fossem atendidas. Por meio desse artifício, os plebeus conquistaram uma magistratura própria, o tribunato da plebe, que lhes dava o direito de vetar leis que os desfavorecessem. Outra conquista importante foi a adoção de leis escritas, a Lei das Doze Tábuas, que todos podiam consultar, impedindo os patrícios de aplicar a justiça de maneira arbitrária. Além disso, entre outras coisas, os plebeus conquistaram o plebiscito, a abolição da escravidão por dívida e o direito de casar-se com patrícios.
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Representação do Tribuno da Plebe.
Com a expansão romana, os patrícios aumentaram sua fortuna com a apropriação das terras conquistadas e o aumento do número de escravos prisioneiros de guerra. Alguns plebeus enriqueceram com a ampliação do comércio e com a cobrança de impostos. Esse grupo, conhecido como cavaleiros ou homens novos, ascendeu socialmente, constituindo um novo segmento social em Roma.
A maioria da população, no entanto, empobreceu. Os escravos passaram a executar grande parte das tarefas no campo, e os trabalhadores urbanos não conseguiam competir com os produtos trazidos das províncias do Império, que eram vendidos a preços mais baixos.
No século II a. c., os problemas sociais em Roma não paravam de crescer. Preocupado com a situação, Tibério Graco, um patrício eleito tribuno da plebe, lutou para reabilitar uma antiga lei que limitava a apropriação de terras públicas por indivíduo em 125 hectares e determinava que o excedente fosse repartido entre os cidadãos pobres.
As propostas de Tibério foram mal recebidas pelos grandes proprietários, e ele foi assassinado. Dez anos depois, seu irmão Caio Graco retomou a luta pela reforma agrária, mas também não obteve sucesso.

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Tibério e Caio Graco.
O número de marginalizados nas cidades aumentava rapidamente. Os governantes romanos, temerosos de que o descontentamento dos mais pobres levasse à eclosão de uma grande revolta, implantaram a política do pão e circo. Passaram a distribuir trigo aos pobres, para que fizessem pão, e organizaram grandes espetáculos, normalmente violentos e sangrentos, como lutas entre feras e escravos ou pessoas perseguidas por motivos religiosos.
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Coliseu romano, onde as lutas entre os gladiadores aconteciam.
A militarização crescente de Roma ampliou a importância política dos generais, pois suas vitórias facilitavam a eleição para as magistraturas. Além disso, tinham o poder de mobilizar grande número de soldados, impondo-se muitas vezes pela força.
Por causa disso, cresceu a disputa pelo poder entre os generais, provocando constante instabilidade política e guerras civis. Esse cenário de disputa levou à formação do Primeiro Triunvirato, em 60 a. c., que resultou da aliança política entre um dos homens mais ricos de Roma, Crasso, e os generais Júlio César e Pompeu.
Crasso morreu logo após a formação do Triunvirato, o que acirrou a disputa pelo poder entre César e Pompeu. César venceu o rival e se tornou um governante muito poderoso. Isso assustou alguns senadores, que, temendo ver seus poderes reduzidos, promoveram o assassinato de César em 44 a. c.
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Estátua de Júlio César.
Durante o governo de Otávio e de seus sucessores, a expansão territorial de Roma continuou. No século II, durante o reinado do imperador Trajano, o Império alcançou a máxima extensão. Nas zonas fronteiriças, os exércitos estabeleceram acampamentos permanentes. E, para garantir a chegada das tropas até as regiões mais distantes do Império, os romanos construíram milhares de quilômetros de estradas, as vias romanas.
Roma, tanto durante a República quanto durante o Império, explorava as riquezas dos territórios conquistados. Os bens mais valiosos eram os metais preciosos e os cereais, mas também havia tecidos, obras de arte e perfumes.
Na região do Mediterrâneo, o intenso comercio impulsionou a fabricação de barcos e foi favorecido por um sistema de moeda única. Em todo o Império circulava a moeda romana, que facilitava muitos intercâmbios.
O território habitado pelos hebreus, na costa oriental do Mediterrâneo, também foi conquistado pelos romanos e incorporado ao Império como uma província. Os habitantes dessas terras, os judeus, eram monoteístas e acreditavam que seu deus, Javé, enviaria um messias (salvador) para pacificar a humanidade e reconstruir o reino de Israel.
Naquela região, durante o reinado do imperador Tibério, por volta do ano 30, um profeta chamado Jesus, segundo os evangelhos, começou a professar uma doutrina que se opunha às tradições judaicas. Jesus foi considerado por muitos judeus o Messias enviado para salvar seu povo. As autoridades judaicas se sentiram ameaçadas e pediram ajuda aos governantes romanos para condenar e executar aquele que consideravam um rebelde.

Após a morte de Jesus, seus seguidores, aos poucos, começaram a difundir seus ensinamentos. 

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