quarta-feira, 12 de julho de 2017

Os hebreus

            A Palestina, conhecida desde a Antiguidade como a “Terra de Canaã”, era uma estreita faixa de terra localizada entre o mar mediterrâneo e o deserto da Síria. As principais áreas férteis da região ficavam localizadas nas proximidades do rio Jordão.
            Por volta de 1800 a.c., a Palestina foi ocupada pelos hebreus, um povo de origem semita. Os hebreus dedicavam-se à criação de carneiros e cabritos, e deslocavam-se constantemente em busca de pastagens para seus rebanhos. Ao ocupar a Palestina, eles se fixaram nas áreas férteis próximas ao rio Jordão, passando a praticar a agricultura.

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Representação dos hebreus

            Os hebreus eram monoteístas, isto é, acreditavam na existência de um deus único, que chamavam de Javé. De acordo com sua crença, Javé havia feito uma aliança com os hebreus: se eles fossem obedientes, Javé os protegeria e daria a eles a Terra de Canaã. Por causa dessa aliança, Canaã ficou conhecida como a Terra Prometida.
            As crenças e, também, muitas histórias do povo hebreu estão registradas na Torá, um conjunto de cinco livros – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio -, que fazem parte do Antigo Testamento.
            Depois de se fixar na Palestina, os hebreus ali permaneceram por cerca duzentos anos. Por volta de 1600 a. c., no entanto, uma forte seca assolou a região, e os hebreus foram obrigados a abandonar a Palestina. Eles emigraram, então, para o Egito, e se estabeleceram nas proximidades do delta do rio Nilo. Nessa época, o Egito estava sob o domínio dos hicsos, povo que, como os hebreus, era de origem semita.
            Enquanto o Egito esteve sob o domínio dos hicsos, os hebreus não foram incomodados. No entanto, quando os egípcios conseguiram expulsar os hicsos, por volta de 1575 a.c., passaram a escravizar os hebreus. Na condição de escravos, os hebreus realizavam trabalhos forçados, como fabricar tijolos e arar os campos.
            Por volta de 1300 a. c., sob a liderança de Moisés, os hebreus conseguiram fugir do Egito e voltar para a Palestina. A fuga dos hebreus do Egito e sua volta para a Palestina é conhecida como Êxodo. Segundo relatos bíblicos, os hebreus demoraram 40 anos em sua viagem de volta à Terra Prometida.

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Representação da fuga dos hebreus do Egito
            De acordo com a Bíblia, durante o Êxodo, Moisés subiu o monte Sinai e lá recebeu de Javé os Dez Mandamentos, conjunto de regras que deveriam ser seguidas por todos os hebreus.
            Quando finalmente chegaram na Palestina, por volta de 1250 a. c., os hebreus encontraram a região ocupada por outros povos, principalmente os cananeus e os filisteus. Eles iniciaram, então, uma luta contra esses povos para dominar a Terra Prometida. Durante esse período de conflitos, as tribos hebraicas foram lideradas pelos juízes. Além de chefes militares, os juízes eram líderes políticos e religiosos que, no decorrer dos anos, foram concentrando poder em suas mãos.
            As lutas para dominar a Palestina fizeram com que as tribos hebraicas gradualmente se unissem e se organizassem politicamente. Por fim, em cerca de 1025 a. c., os hebreus fundaram o Reino de Israel e escolheram um rei para governa-los.
            O primeiro rei hebreu, chamado Saul, sofreu várias derrotas militares e acabou morrendo durante uma batalha. Seu sucessor foi Davi, jovem comandante que já havia vencido diversos combates quando subiu ao trono. Durante seu governo, que durou quarenta anos, Davi derrotou os filisteus, conquistando a maior parte da Palestina, e escolheu Jerusalém para ser a capital do Reino de Israel.
            O sucessor de Davi foi seu filho Salomão. De acordo com a tradição hebraica, Salomão foi um governante sábio e esclarecido. Durante seu governo, o Reino de Israel atravessou um período de esplendor e prosperidade, pois ele ampliou os domínios do reino, estimulou o comércio e realizou várias obras em Jerusalém. A mais conhecida dessas obras foi o Templo de Jerusalém, também chamado de Templo de Salomão.
            Para construir o Templo de Jerusalém e, também, para manter o luxo na corte, durante o governo do rei Salomão, houve um grande aumento na tributação. A cobrança de pesados impostos gerou um enorme descontentamento, principalmente entre as camadas mais pobres da população.
            Após a morte de Salomão, em 922 a. c., a população se revoltou contra essa pesada tributação. As tribos que viviam no norte do reino não se submeteram a Roboão, filho e sucessor de Salomão, e fundaram seu próprio reino, que também se chamava Reino de Israel, com capital em Samaria. As tribos do sul, por sua vez, formaram o Reino de Judá e mantiveram a capital em Jerusalém.

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            Durante cerca de duzentos anos, os dois reinos mantiveram sua independência. Porém, em 722 a. c., o Reino de Israel foi dominado pelos assírios. O reino de Judá resistiu por mais tempo, porém, em 586 a. c., foi conquistado pelos caldeus, que destruíram sua capital e levaram os hebreus como escravos para suas terras. Esse episódio ficou conhecido como Cativeiro da Babilônia.
            Por volta de 539 a. c., quando os persas dominaram a região mesopotâmica, os hebreus puderam voltar à Palestina. Mesmo permanecendo sob dominação persa, os hebreus reconstruíram seu Estado na região de Judá. Com o tempo, por causa do nome dessa região, os hebreus passaram a ser conhecidos como judeus.

            As dominações estrangeiras sobre a Palestina não cessaram com os persas: por volta do ano de 332 a. c., Alexandre Magno, rei da Macedônia, conquistou toda a região. Depois da morte de Alexandre, a Palestina tornou-se uma província egípcia e, em seguida, foi dominada pela Síria. Por volta de 63 a. c., Roma, que estava em plena expansão, dominou toda a Palestina, impondo pesada tributação sobre os judeus. 

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