quarta-feira, 26 de julho de 2017

o governo de Juscelino Kubitschek

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Café filho
         Com a morte de Vargas, o vice Café Filho (PSP) assumiu a presidência e organizou um ministério com políticos udenistas. No governo destacava-se o ministro da guerra, general Henrique Teixeira Lott, conhecido como democrata e legalista.
         Para as eleições presidenciais de outubro de 1955, o PSD lançou o político mineiro Juscelino Kubitschek, o JK, tendo como vice João Goulart, do PDT. Em muitos aspectos, essa aliança resgatava o legado de Vargas. Os liberais udenistas ficaram ainda mais descontentes quando a candidatura de JK recebeu apoio do líder comunista Luís Carlos Prestes.
         A UDN, após sofrer duas derrotas com Eduardo Campos, lançou como candidato o general Juarez Távora, militar antigetulista, ex-integrante do movimento tenentista. Entretanto, com receio de nova derrota, udenistas radicais defenderam a suspensão das eleições. Carlos Lacerda propôs um golpe militar e a instauração de uma ditadura.
         Para combater Lacerda e defender o regime democrático, o advogado Sobral Pinto fundou a Liga de Defesa da Legalidade, unindo estudantes, trabalhadores, sindicalistas, intelectuais, empresários, comerciantes e militares nacionalistas. A vitória nas eleições coube a Juscelino, com 36% dos votos.
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General Henrique Teixeira Lott
         Com o objetivo de garantir a democracia e o respeito aos eleitores, o general Lott, com o apoio dos comandantes do Exército, destituiu Carlos Luz, desarticulando o movimento golpista. Na linha de sucessão, assumiu a presidência o senador Nereu Ramos.
         Algo raro acontecia no Brasil: generais do Exército davam um golpe em favor da democracia e do respeito das eleições. Com isso, o contragolpe liderado pelo general Lott reforçou sua imagem de militar legalista e democrata.
         Juscelino Kubitschek identificou que, desde o fim da Segunda Guerra, a economia mundial estava marcada pela expansão das chamadas empresas multinacionais – que tinham sua sede em um país mas fabricavam produtos em vários outros, com o objetivo de diminuir custos por meio de salários mais baixos, principalmente em países do Terceiro Mundo. O governo buscou atrair essas empresas para investirem no Brasil, oferecendo uma política de crédito e de benefícios fiscais generosa.
         O governo JK buscou no capital privado nacional e estrangeiro em seu projeto desenvolvimentista. Embora afastando-se do modelo nacionalista e estatista de Vargas, JK também defendia que países pobres, como o Brasil, precisavam de um Estado que investisse na economia e planejasse o desenvolvimento.
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Eleição de Juscelino Kubitschek de Oliveira.
         Juscelino assumiu a presidência em 31 de janeiro de 1956 e anunciou, em seu discurso de posse, que seu governo faria o Brasil crescer 50 anos em apenas 5. Para tanto, foi elaborado um planejamento quinquenal nomeado Plano de Metas. Entre os objetivos, destacavam-se o aumento significativo da produção de petróleo, carvão, energia elétrica, aço, cimento, automóveis e caminhões, além da construção de rodovias e ferrovias.
         O plano priorizava as indústrias de base e de consumo, sobretudo as de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e automóveis. Muitas empresas estrangeiras se instalaram no país. Nesse período, consolidou-se a indústria automobilística no Brasil.
         O Brasil mudou muito nos chamados “anos JK”. Entre 1956 e 1960, a taxa média de crescimento da economia foi de 8,1%. Foram construídas hidrelétricas, como Três Marias e Furnas. Grandes investimentos foram realizados no setor de transporte, principalmente em rodovias como a Belém-Brasília (2.000 quilômetros), a Acre-Brasília (1.500 quilômetros), a Belo Horizonte-Brasília (700 quilômetros) e a Goiânia-Brasília (200 quilômetros). Foram construídas mais de 1.000 quilômetros de ferrovias. A construção naval também teve um grande impelso.
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Oscar Niemeyer
         O Brasil passou a ter uma nova capital, Brasília. Oscar Niemeyer e Lúcio Costa planejaram uma cidade de arquitetura moderna no interior de Goiás, numa região onde havia apenas a natureza. Essa era a grande meta de JK. Brasília assumiu a condição de Distrito Federal. O Rio de Janeiro, deixando de ser a capital da República, tornou-se um novo estado: a Guanabara.
         O governo JK tinha maioria no Congresso Nacional, em decorrência da aliança entre o PSD e o PTB. Contava ainda com o apoio militar, por conta da liderança do general Lott, e com tranquilidade na área sindical graças à atuação de Goulart. O Brasil viveu um período marcado pela democracia e pelo desenvolvimento.
         Ao final do governo Juscelino, o Brasil havia mudado. A produção industrial aumentou em 80%, e a renda per capita tornou-se três vezes maior. Apesar disso, o país encontrava-se endividado e com muita concentração de renda. Os gastos públicos para o financiamento dos projetos de desenvolvimento geraram inflação. Era necessário, também, saldar as dívidas das contraídas no exterior.

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Inauguração de Brasília - 1960


         O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriu um programa de contenção das despesas públicas que provocaria recessão e desemprego. Juscelino, que estava no fim do seu mandato, preferiu romper com o FMI e transferir o problema para o seu sucessor.

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