A maioria dos estudiosos concorda
que o local de origem do ser humano é a África. Em 1974, alguns pesquisadores
norte-americanos descobriram na Etiópia
um dos mais antigos esqueletos já conhecidos. O fóssil de um indivíduo do sexo
feminino, que tinha cerca de 3,2 milhões de anos.
A partir da África, os primeiros
humanos espalharam-se pela Europa e pela Ásia e finalmente chegaram à América,
em um processo que durou milhares de anos. Mas como ocorreu o povoamento da
América continua sendo um dos maiores desafios da Arqueologia.
Há duas hipóteses principais para
explicar o caminho percorrido pelos povoadores da América:
Hipótese 1: chegaram à América por terra, depois
de atravessar o Estreito de Bering, situado entre a Sibéria (Rússia) e o Alasca
(EUA). Essa travessia teria ocorrido em uma das vezes em que o nível do mar
baixou muito, levando a uma formação de um caminho de terra e gelo que ligava a
América à Ásia, pelo norte.
Hipótese 2: chegaram à América por mar, vindos da
Oceania. E, depois de atravessar o oceano pacífico navegando de ilha em ilha em
pequenas embarcações, desembarcaram no continente americano. Outra possibilidade
ainda é a de que parte deles veio a pé, pelo Estreito de Bering, e a outra parte,
navegando pelo oceano pacífico.
Rotas de povoamento do continente americano. |
Em 1999, o arqueólogo brasileiro Walter Neves revelou ao mundo o fóssil
mais antigo de toda a América: o crânio de uma mulher que viveu há cerca de
11.500 anos. O cientista brasileiro batizou-a de Luzia. Em seguida, cientistas ingleses reconstituíram a fisionomia
de Luzia e, surpresos, descobriram que suas feições se assemelhavam às dos
nativos da África e da Austrália: olhos arredondados, nariz largo e lábios
volumosos.
Recentemente, com base em materiais
inéditos de Lagoa Santa (MG), Walter
Neves descobriu também que as características cranianas do povo de Luzia eram
semelhantes às dos africanos e australianos. Para ele, então, o povo de Luzia
entrou na América antes dos grupos com feições asiáticas que deram origem aos
indígenas atuais.
Luzia, considerada a primeira brasileira. |
Deve-se frisar que os primeiros
habitantes do Brasil eram caçadores e coletores: viviam da caça de animais
pequenos, como veados e as emas, e da coleta de frutos, como a castanha e o
pinhão. Entre eles estavam o povo de Lagoa Santa, o povo de Umbu (também
conhecido como povo da flecha) e os povos dos sambaquis.
Os Sambaquis são grandes estruturas
em forma de colinas, compostas em 80% por conchas de moluscos. Além disso, há
neles ossos, e diversos materiais como restos de alimentos e lascas de quartzo,
o que indica que o local era utilizado para trabalhos diversos. Algo muito
atrativo para os arqueólogos, além da grande estrutura, é o fato de que os
sambaquis contem esqueletos, sugerindo que o espaço era também usado para que
estes povos sepultassem seus mortos, sendo o mais antigo esqueleto encontrado
batizado de Luiza, o qual foi encontrado no abrigo nº IV da Lapa Vermelha.
A
Mesopotâmia
A
Mesopotâmia tinha certas
características: em certas épocas do ano, os rios Tigre e Eufrates enchiam
e inundavam suas margens. Essas cheias fertilizavam o solo, tornando-o
apropriado para o desenvolvimento da agricultura e pecuária. Aproveitando a
fertilidade do solo da Mesopotâmia, vários povos nela se fixaram e, no decorrer
de milhares de anos, desenvolveram importantes civilizações, entre elas a dos sumérios e a dos babilônicos.
Além
dos sumérios e babilônicos, vários outros povos habitaram a Mesopotâmia, como
os caldeus e os assírios. Alguns desses povos já viviam ali, outros vieram de
lugares distantes, atraídos pela riqueza da “terra entre rios”. Eles travaram muitas guerras pelo domínio da
região sobre o outro.
Esses povos, apesar de terem línguas e costumes
diferentes, exerceram influencias culturais uns sobre os outros. Assim, eles
adquiriram semelhanças, por exemplo, na religião, nas técnicas e na escrita. Devido
a essas semelhanças, eles são conhecidos como povos mesopotâmicos.
Mapa da região da Mesopotâmia |
De acordo com estudos arqueológicos,
a região da Mesopotâmia já era ocupada por grupos humanos por volta de 8.000
a.c. Esses grupos, que já haviam domesticado cabritos e carneiros e sabiam
cultivar o trigo e a cevada, foram aos poucos abandonando a vida nômade e se
estabeleceram em aldeias.
Entre esses grupos humanos estavam
os sumérios, que provavelmente foram
os primeiros a utilizar técnicas de irrigação em suas lavouras. Eles construíram
canais e represas que permitiram o aproveitamento das águas dos rios tigre e Eufrates
para irrigar as plantações. Dessa forma, eles ampliaram as áreas cultivadas e
conseguiram produzir mais alimentos do que o necessário para a alimentação dos
agricultores.
O excedente de alimentos ocasionou
grandes modificações no modo de vida dos sumérios. A população aumentou e as
aldeias cresceram. Muitas pessoas puderam deixar de trabalhar na agricultura
para se dedicar a outras atividades. Surgiram, então, vários tipos de
trabalhadores especializados, como tecelões, ceramistas, carpinteiros e
comerciantes.
Os povos mesopotâmicos eram politeístas, isto é, acreditavam na
existência de vários deuses, entre eles Anu (deus-pai), Shamash (deus sol), Sin
(deus lua), Inanna (deusa do amor e da guerra), dentre outros.
Vale ressaltar que os mesopotâmicos
construíram os zigurates, grandes
construções de caráter religioso. Era no alto dos zigurates que que ficavam
localizados os templos onde os cultos eram realizados. Os cultos consistiam em
orações, sacrifícios de animais e oferendas aos deuses.
Representação do código de Hamurábi |
Outra importante realização foi o Código de Hamurábi, organizado entre 1792
e 1759 a.c., durante o governo de Hamurábi, rei da Babilônia. Era composto de
282 artigos que tratavam de temas variados, desde pequenos delitos até crimes
mais graves. O Código era baseado em um antigo princípio mesopotâmico, o princípio de Talião (olho por olho,
dente por dente). De acordo com esse princípio, o responsável por um crime
deveria receber um castigo semelhante ao crime que cometeu.
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