quarta-feira, 2 de março de 2016

O Calvinismo

Introdução
            Este trabalho foi realizado objetivando demonstrar o desenvolvimento de um novo pensamento religioso, que se opunham com os valores eclesiásticos impostos pela Igreja Católica. Buscou-se elucidar os pressupostos essenciais que compunham o conjunto de idéias que foram sistematizadas por João Calvino. Tendo como objetivo primordial a rescisão definitiva com a instituição católica, e procurando apresentar uma nova expressão do cristianismo, o sistema calvinista reformulou a estrutura político-religiosa de Genebra, e posteriormente se disseminou por vários países da Europa Ocidental.
            Na primeira parte do trabalho foram apresentados os motivos pelos quais a Igreja Católica começou a sofrer sérias contestações, tanto no aspecto referente aos seus dogmas e proposições filosóficas, quanto às atitudes e valores dos membros que constituíam a cúpula eclesiástica.
            Posteriormente foram tratadas algumas questões com relação ao pensamento reformista de Calvino, as suas motivações e os seus objetivos. Procurou-se salientar a sua trajetória, destacando os momentos mais importantes no processo de fundamentação teórica de suas doutrinas.
            A base do sistema calvinista foi a teoria da predestinação, onde Calvino deixa transparecer que seu pensamento fora influenciado pelas concepções de Santo Agostinho. Sem contar que também acabou revitalizando as idéias de seu percussor Ulrico Zuínglio.
            Na parte final da obra, realizou-se uma abordagem sobre algumas diferenças básicas entre o luteranismo e o calvinismo, ressaltando que em meio às alarmantes dessemelhanças, ambos tinham um mesmo objetivo: reformular a estrutura da religião cristã. Contudo, o radicalismo nas idéias de Calvino tornou-se perceptível no método que ele adotou no sentido de se viabilizar os seus projetos, pois Genebra passou a ser considerada a “Roma Protestante”.
            Para concluir, concretizou-se uma sucinta análise no sentido de delinear os aspectos essenciais que nortearam a ação dos hunguenotes na cidade do Rio de Janeiro. Procurou-se especialmente, discorrer acerca dos conflitos religiosos que se estabeleceram na França, culminado em violentas perseguições e extermínio em massa, como o episódio conhecido como a “Noite de São Bartolomeu”.

Os movimentos de contestação à Igreja Católica
            Antes de iniciarmos uma profunda análise das atitudes e dos ideais defendidos por João Calvino, temos que refletir acerca da conjuntura de fatores que culminaram numa tentativa de reformulação estrutural da Igreja Católica. É importante ressalvar que a Instituição Católica desempenhava uma autoridade expressiva em toda a Europa Ocidental, tornando-se a detentora de um poder político, econômico, cultural e militar.
            Esse esplêndido poder conquistado pela Igreja Católica se perpassou e se fortaleceu durante toda a Idade Média, agindo e modificando o pensamento do homem dessa época, e interferindo incisivamente nos aspectos científico e filosófico da sociedade. A Igreja visava articular mecanismos objetivando atender os seus próprios interesses. Ela impregnava na coletividade uma explicação mística para os acontecimentos naturais, reprimindo impetuosamente, por meio dos severos tribunais eclesiásticos, as idéias que contrariavam as suas concepções.
            No entanto, o poder outrora exercido de uma forma absoluta pela Instituição Pontifícia, a partir do século XVI começou a sofrer uma contestação mais impetuosa. Na liderança do movimento reformista encontrava-se Martinho Lutero, que apontou criticamente os principais problemas da Igreja. O argumento do monge alemão foi fundamentado nos abusos dos membros da Igreja, na venda de indulgências, na veneração incomensurável de relíquias consideradas sagradas, na ignorância de alguns clérigos, dentre outros.  
            Contudo, vale salientar que o pensamento reformista de Lutero foi comumente influenciado por alguns intelectuais dos séculos XV e XVII. Dentre eles podemos citar o professor em Oxford João Wycliffe, que denunciou a corrupção do clero e desafiou a autoridade da Igreja ao afirmar que qualquer um que tivesse fé poderia conseguir a salvação. Outro percussor de Lutero foi o padre Jan Huss, que pregava a obediência estrita às escrituras, e também denunciou a corrupção e o luxo do clero.
            As idéias defendidas por Lutero acabaram saindo da Alemanha e penetrando em outros países da Europa. No entanto, em cada região onde essas idéias foram impulsionadas, onde uma série de conceitos acabou sendo congregada aos ideais reformadores, gerando uma diversificação significativa no tocante à formação específica que o movimento se formou.

João Calvino e suas concepções reformistas
            João Calvino nasceu em Nyon, na França em 1509, estudou artes liberais em Paris e Orleáns, e letras e teologia em Bourges. Ao contrário do que ocorrera com outros reformadores, não há indícios de que Calvino tenha exercido as funções sacerdotais católicas, ou seja, jamais tenha sido ordenado padre, como ocorrera com Lutero e outros. A educação de Calvino foi caracterizada pela onipresença de princípios renascentistas.
            A adesão de Calvino aos ideais reformistas ocorreu entre 1533 e 1534. Com isso, iniciou-se uma perseguição implacável ao intelectual francês, que se viu obrigado a fugir para Genebra, onde começou a sua carreira de reformador.
            Entretanto, Calvino acabou envolvendo-se em conflitos com o governo local. Ele procurou empregar em seus discursos as pregações de Zwinglio, que já possuía grande aceitação da classe burguesa. Esse apoio da burguesia ocorreu em virtude do completo rompimento do intelectual francês com a Igreja Católica, que reprimia a busca por lucros, inibindo a ascensão econômica dos comerciantes e dos grandes banqueiros.
            Contudo, com o passar do tempo, Calvino acabou provocando certos desentendimentos com lideranças políticas locais, em decorrência, mormente, de seu posicionamento radical perante as regras moralizadora que ele queria implantar na sociedade. Essa questão foi discutida por Hilário Franco Jr., que procurou enfatizar a conduta autoritária de Calvino, que provocou profundas transformações nos costumes do povo genebrino.

 “Contudo, em pouco menos de dois menos ele acabou sendo expulso devido à sua radical idade e brutalidade com quis impor severos hábitos à população, proibindo jogos, festas, teatro e outras festividades mundanas”.

            No entanto, Genebra ficou marcada pelo anarquismo após a saída de Calvino, caracterizada por um sistema político e religioso totalmente devassado e um intenso desequilíbrio das relações sociais. Por isso, o conselho administrativo da cidade decidiu convidar o Calvino para elaborar um projeto visando reorganizar a cidade. Então, a partir de 1541, o intelectual francês começou articular um conjunto de idéias objetivando reformular não só a igreja de Genebra, mas também as instituições que se aderiram ao calvinismo na França, nos países baixos, na Escócia e na Alemanha do norte.
            É necessário salientar que as idéias de Calvino não foram autóctones, ou seja, não foram originadas ou criadas por ele simplesmente. Calvino sofreu influência de idealistas protestante anteriores a ele, e acabou adaptando-as e construindo um ideal religioso distinto dos demais ou semelhante a alguns deles. Lutero, Bucer, Farel, Zwiinglio dentre outros, foram homens que deram de alguma forma um importante sustentáculo ás concepções de Calvino.
            A ação de João Calvino em Genebra ficou caracterizada pela sua incessante busca pela organização de um governo teocrático. Com isso, o Estado articulou diversas leis e ordenações procurando controlar e vigiar os costumes e os valores tradicionais dos habitantes. Vale frisar que o governo liderado por Calvino condenou arbitrariamente aqueles que tentassem violar as regras outorgadas por ele. Portanto, o governo foi marcado pelo caráter teocrático, sendo freqüentes os casos de perseguições, proibições e extremo moralismo. Autoritarismo em excesso foi cometido por Calvino, enquanto este esteve como governante supremo de Genebra; líder político e religioso, sem dissociação entre as duas categorias sociais.
            Num trecho do livro escrito por Edward Mcnall Burns, retratam de uma forma precisa, os parâmetros conceituais e, mormente moralizadores peculiares à atuação de Calvino na coordenação do governo de Genebra. Edward procurou discorrer acerca dos órgãos que foram criados com a finalidade de controlar e regularizar a vida e o comportamento dos habitantes genebrinos.

“Sob o governo de Calvino, Genebra transformou-se numa oligarquia religiosa. A autoridade suprema era exercida pela congregação do clero, que preparava todas as leis e as submetia à aprovação do consistório. (...) A cidade foi dividida em distritos e uma comissão do consistório visitava casa por casa, a intervalos irregulares, a fim de investigar os hábitos dos moradores. Até as formas mais inofensivas de frivolidade eram estritamente proibidas. Dançar, jogar cartas, ir ao teatro, trabalhar ou divertirem-se no Dia do Senhor, tudo era punido como crime”.

Teoria da predestinação
            Em 1536, João Calvino publicou um livro chamado “Instituição da Religião Cristã”, onde procurou reafirmar as doutrinas defendidas por Lutero e expor as suas concepções reformadoras. Nesse livro, Calvino expressa a sua teologia e ressalta um ponto de fundamental relevância para a sua doutrina: a teoria da predestinação do homem. Vale ressalvar que as suas idéias se assemelham às de Santo Agostinho, que concebia o universo sob a dependência absoluta de um Deus onipotente, e que criou todas as coisas para a sua maior gloria.
            Esse aspecto da doutrina calvinista acabou rompendo como o ideário católico, uma vez que colocava o homem como um Ser que já possuía um destino previamente definido. Com isso, independente de suas atitudes no mundo terreno, o homem já estava destinado à salvação eterna ou aos tormentos do inferno. Isso resultou numa ampliação das possibilidades de ação do Ser Humano, uma vez que esse inovador sistema religioso, propagava a idéia de valorização moral do trabalho e da poupança, interferindo significativamente nos costumes tradicionais materializados pelo catolicismo, que proibia a busca incessante por lucros. Segundo os dogmas propostos pelo reformador francês, o alcance de riquezas materiais pelo homem, era uma confirmação mística de que o indivíduo fora o escolhido por Deus para entrar no paraíso e salvar-se da obscuridade das trevas do inferno.

“Ele não cria todos em uma mesma condição e estado; mas ordena uns à vida eterna e outros a perpetua condenação. Portanto segundo o fim a que o homem é criado, dizemos que está predestinado ou à vida ou à morte”.

            Uma burguesia sedenta por elementos que corroborassem a legitimidade de seus lucros precisava ouvir de alguém o que ouviram de Calvino. Pois ele lhes deu tais elementos que os legitimavam como bons cristãos e predestinados; escolhidos por Deus, ao sucesso e salvação. Então a burguesia de Genebra não mais precisava preocupar-se com as restrições impostas pelos clérigos católicos.
            Portanto, podemos afirmar que a reforma instituída por João Calvino possuía fortes ligações com a classe burguesa da Suíça, mais especificamente Genebra; berço da reforma calvinista. Os ideais reformistas propostos pelo Calvino acabaram saindo de Genebra e penetrando em outros países como; a Holanda, a França, a Inglaterra e a Escócia.
            Ao analisarmos o conjunto de idéias elaboradas por Calvino, percebemos que elas se interferiram em outras dimensões do conhecimento, ou seja, o pensamento calvinista modificou e/ou instituiu uma nova visão sobre a realidade social. Alterando importantes elementos políticos, econômicos e culturais, não se restringindo somente à esfera religiosa.
            A partir do século XIX, o sistema capitalista acabou se consolidando definitivamente nos quatro cantos do planeta, modificando de uma forma irrefutável as relações sociais e o modo de produção. Diversos pensadores tentaram elaborar explicações consistentes acerca da gênese de tal sistema. Contudo, foi um importante sociólogo alemão que proferiu uma das mais célebres respostas para a questão. Max Weber defendeu a idéia de que as pregações de Calvino foram importantes instrumentos que viabilizou a concretização do sistema capitalista. Com a ética protestante, João Calvino acabou fornecendo subsídios elementares para a legitimidade da procura incessante por lucros e a concepção de naturalidade no tocante à noção de sucesso pessoal. De acordo com o sociólogo, foi dessa forma que os devotos à nova fé passaram a investir nas novas economias, sobretudo no comércio e na indústria têxtil, e também passaram a fundar bancos. Lembrando que, de acordo como os dogmas calvinistas, as benesses não mais seriam consideradas pecados, mas sim a comprovação de que Deus os abençoou e que estavam predestinados á salvação desde o seu nascimento.
            Importante ressaltar que a forma de governo empreendida por Calvino era no princípio moderno de teocracia: aliança clara entre o poder político e religioso. Calvino governou arbitrariamente, fundamentado em práticas de perseguições e proibições. Muitas vezes mataram-se em nome de sua fé aqueles que se manifestavam contrários às suas convicções e anseios.

Diferenças entre o luteranismo e calvinismo
             Por serem movimentos de contestação aos dogmas e tradições defendidas pela Igreja Católica, dá-se a entender que Lutero e Calvino pensavam de uma maneira totalmente semelhante quanto às propostas de renovação do ideário cristão. Entretanto, ao realizarmos uma profunda análise sobre os dois reformadores, perceberemos muitos pontos diferentes entre as concepções dogmáticas de ambos.
            Primeiramente notamos que Lutero atribuía maior valor à orientação da consciência individual, já o ditador de Genebra colocava acima de tudo a soberania da lei. Ou seja, para João Calvino, os homens deviam seguir estritamente o conjunto de princípios consubstanciados nas escrituras sagradas, que foram formuladas por Deus.
            Outro aspecto desigual entre os dois movimentos reformistas é a questão da predestinação defendida por Calvino, pois Lutero acreditava que o homem poderia alcançar a salvação por intermédio da fé. Com isso, o ditador genebrino acabou se associando, de uma forma mais íntima aos ideais capitalistas.

“(...) o frade alemão havia conservado muitas características do culto romano e até alguns dogmas católicos. Calvino rejeitou tudo que lhe cheirava à ‘papismo’. A organização de sua igreja era de molde a excluir todos os traços do sistema episcopal.”

            Podemos concluir, através das palavras proferidas por Edward Burns, que o movimento desencadeado por Calvino seguiu preceitos, práticas e incorporou valores mais radicais do que as proposições inferidas por Lutero. Percebe-se que o objetivo primordial de Calvino foi romper contundentemente com as doutrinas católicas, negando qualquer idéia que remetesse aos dogmas romanos. Comparadas às atitudes do ditador genebrino, o posicionamento do monge alemão diante das tentativas em se modificar o pensamento cristão, foi muito mais conservadora e conciliatória.
            No tocante às concepções políticas, Lutero se posicionou favoravelmente à subordinação da Igreja ao Estado. Por outro lado, Calvino defendeu a separação entre as duas instituições. Contudo, é importante advertir que em Genebra a Igreja foi o próprio Estado, se interferindo e modificando os valores e hábitos tradicionais dos cidadãos, misturando incisivamente o poder místico e o poder temporal.
            Por fim, outra diferença entre os dois movimentos foi a consolidação de alianças políticas. Enquanto que na Alemanha, Lutero estabeleceu fortes ligações com a nobreza; em Genebra, Calvino materializou uma onipresente relação com a classe burguesa. Importante ressaltar que ambos careciam de apoio para solidificar a reforma e, consequentemente, programar novos valores culturais, que divergiam dos que estavam estabelecidos.

Os calvinistas no Brasil
            No Brasil, tentou-se instalar uma colônia francesa para que os hunguenotes perseguidos na metrópole pudessem encontrar um refúgio. Portanto, no século XVI, os franceses invadiram o Rio de Janeiro e afirmaram acordos com algumas tribos de nativos. Não obstante, vale esclarecer que tal empreendimento não foi movido tão-somente por fatores religiosos, pois o elemento econômico também se fez presente, uma vez que os franceses também estavam interessados na exploração do pau-brasil.
            O principal pretexto pelo qual se criou a necessidade de erguer uma colônia no continente americano, foi a incessante guerra civil que sacudiu a França. Essa guerra foi travada por motivos religiosos, pois o número de simpatizantes ao calvinismo aumentou consideravelmente, gerando uma relação conflituosa com os católicos do país.
            O principal argumento dos católicos fora que os “heréticos” eram os anunciadores do anticristo, e que por isso eles deveriam ser perseguidos. Existem diversos relatos que retratam as perseguições e os massacres brutais que os hunguenotes sofreram na França. Milhares de calvinistas foram executados sumariamente, e depois abandonados sobre o esterco.
            A história da Reforma Calvinista é marcada pela intolerância religiosa; seja pelo lado calvinista ou católico. Se Calvino, enquanto líder político-religioso de Genebra perseguiu e matou os opositores ao seu governo; os hunguenotes também foram perseguidos pelos católicos, fato que teve como conseqüência o massacre conhecido como “A Noite de São Bartolomeu”, que resultou em milhares de mortes de calvinistas na Paris e arredores.
            Por isso, em decorrência dessa situação conflituosa, os expedicionários franceses objetivaram criar um reduto seguro que pudesse abrigar os refugiados da França. Esse local seria marcado pela tolerância religiosa e atuação exclusiva dos hunguenotes. Então, estabeleceu-se uma aliança com os autóctones, e elaboraram estratégias visando impor sua cultura e os seus costumes na terra conquistada. Criou-se mecanismos objetivando fazer do Rio de Janeiro um local onde os elementos peculiares das doutrinas calvinistas e, mormente, os hábitos tradicionais dos franceses pudessem predominar pacificamente.
            Contudo, diversos fatores podem ser apontados para explicar o fracasso das colônias francesas. Podemos atribuir esse insucesso às precárias condições nas quais os franceses promoveram o processo de colonização. Sem contar que os recursos humanos e materiais empregados no empreendimento foram escassos e, consequentemente insuficientes.
            Encontramos um trecho no livro de Gilberto Freyre, Casa-Grande e Senzala, que demonstra de uma forma objetiva o resultado negativo da ação dos calvinistas franceses no Brasil.

 “(...) os calvinistas franceses que no século XVI tentaram muitos anchos e triunfantes estabelecer no Brasil uma colônia exclusivamente branca e daqui se retiraram sem deixar traços de sua ação colonizadora”.

            Portanto, de acordo com o próprio Freyre, percebemos que os objetivos dos calvinistas não foram realizados, uma vez que eles tinham a intenção de construir uma colônia, cujas estruturas estivessem fundamentadas nos princípios consubstanciados da doutrina difundida por João Calvino. Todos os elementos peculiares da ação calvinista na chamada “França Antártica” foram barrados pelos portugueses ávidos por defenderem os seus territórios contra os inimigos franceses. Enfim, como conseqüência do confronto franco-lusitano, os hunguenotes acabaram sendo expulsos do litoral brasileiro.
                                                                                                         
Conclusão
            As idéias de João Calvino ganharam adeptos em vários países da Europa Ocidental, onde influenciou expressivamente o pensamento de milhares de pessoas. Provocou uma reflexão acerca dos valores pré-estabelecidos pela Igreja Católica, que incidiam no procedimento do homem europeu do século XVI, modificando o seu posicionamento filosófico e empírico perante a sociedade na qual estava arraigado.
            É importante ressaltar que o apoio da classe burguesa às concepções Calvinistas, foi de substancial relevância para que elas ganhassem a dimensão que ganhou, provocando uma ruptura com o ideário vigente. É muito pertinente a ponderação proposta por Max Weber, que atribui o fortalecimento do sistema capitalista às conjecturas defendidas e propagadas por Calvino, concernentes, mormente à “ética protestante” e à “teoria da predestinação”, incentivando e legitimando as atitudes dos burgueses.
            Então, é sensato afirmarmos que as doutrinas calvinistas estrapolaram a esfera religiosa e se interferiram no campo político, econômico, cultural e social. Os pressupostos primordiais da doutrina calvinista foram importantes para o fortalecimento de um movimento que visava modificar a forma de se compreender a religião cristã, alterando e modificando certos valores considerados anormais e indignos
                           
              








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