quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

O Feudalismo

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O sistema de colonato

         A sociedade feudal foi formada a partir da combinação de tradições romanas e de tradições germânicas. O colonato, por exemplo, de origem romana, consistia na obrigação dos trabalhadores rurais em entregar parte de sua produção e de trabalhar alguns dias da semana nas terras do senhor, isto é, do proprietário das terras.
         O juramento de fidelidade que os nobres feudais prestavam entre si, por sua vez, era uma tradição germânica. Essa tradição teve origem no comitatus, grupos de guerreiros armados formados pelos germânicos em épocas de guerra.
         O feudalismo começou a se formar na época do declínio do Império Romano. Com as invasões dos povos germânicos, houve uma redução no comércio e nas atividades urbanas. Além disso, os frequentes ataques dos germânicos obrigaram grande parte da população urbana a se refugiar no campo, buscando abrigo junto aos proprietários rurais. Esse processo, chamado de ruralização da economia, foi muito importante para a formação da sociedade feudal, que tinha a agricultura como base da economia. Praticamente tudo o que era produzido destinava-se apenas ao consumo dos habitantes do feudo, e não ao comércio.
         Quando se formaram os reinos germânicos, a partir do século V, tornaram-se frequentes as alianças entre reis e nobres: o rei doava um feudo a um nobre e prometia protege-lo em tempos de guerra. O nobre, por sua vez, jurava obedecer ao rei e guerrear a seu lado. O nobre que recebia um feudo tornava-se um senhor feudal, e detinha grande poder sobre as pessoas que viviam em suas terras.
         Conforme os senhores feudais aumentavam o tamanho de suas propriedades e reuniam um maior número de servos a seu serviço, eles foram ficando cada vez mais poderosos. Esse processo resultou no enfraquecimento dos reis e possibilitou que os nobres adquirissem maior independência para administrar e cuidar dos feudos.
         O clero era formado por religiosos da Igreja Católica, como bispos, cardeais, padres e monges. Esse grupo era dividido em dois: o alto clero e o baixo clero. A maioria dos religiosos do alto clero tinha origem nobre. Esses religiosos possuíam muitas terras e, como em geral eram os únicos letrados, cuidavam da administração dos reinos e dos feudos. Os membros do baixo clero, por sua vez, não tinham origem nobre, e eram os encarregados de prestar atendimento espiritual e auxílio material às pessoas pobres e necessitadas das paróquias onde atuavam.
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         A nobreza era formada por reis, condes, marqueses e duques, que se dedicavam principalmente à guerra e à defesa de seus territórios. Os nobres formavam o grupo mais poderoso da sociedade feudal. Eram eles que possuíam a maioria dos feudos e que ofereciam proteção aos camponeses que moravam e trabalhavam em seus domínios. Em troca, esses senhores feudais exigiam fidelidade e uma série de obrigações dos camponeses.
         O grupo dos camponeses era formado basicamente pelos servos da gleba. Eles podiam usar algumas terras do feudo e, em troca, deviam trabalhar para o senhor e permanecer nesse feudo, assim como seus filhos e netos, por toda a vida.
         Além dos servos, o grupo dos camponeses era composto pelos vilões. Os vilões eram descendentes de antigos romanos, proprietários de pequenos lotes de terra, que tiveram que ceder essas terras a senhores feudais em troca de proteção. Por causa de sua origem, os vilões eram camponeses livres, e não estavam presos à terra como os demais servos. Porém, tanto os servos como os vilões deviam ao senhor feudal uma série de obrigações.
         Vários fatores permitiram à Igreja Católica consolidar seu poder na Europa medieval. As alianças estabelecidas entre a Igreja e os reis germânicos resultaram na conversão de grande parte da população da Europa ao cristianismo. Com o aumento do número de cristãos, aumentou também a influência da Igreja: um grande número de pessoas seguia os ensinamentos cristãos e submetia-se às suas regras. Isso contribuiu para fortalecer a identidade cultural cristã na Europa medieval.
         Por outro lado, com o crescimento do número de fiéis, aumentaram também as doações de terra e de dinheiro que a Igreja recebia. Desse modo, a Igreja Católica acabou se tornando a maior proprietária de terras na Europa, numa época em que a terra era a principal fonte de riquezas. Com mais riqueza e poder, a Igreja também exercia grande influência política. Por meio de alianças com reis e nobres, adquiria cada vez mais poder e aumentava o número de fiéis.

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