O jornal francês L’Humanité deu capa
para o Nobel da Paz para Lula:
Quase meio milhão de pessoas já assinaram uma petição lançada pelo
artista e ativista pelos direitos humanos argentino, Adolfo Pérez Esquivel,
para fazer do ex-presidente um Prêmio Nobel da Paz. Aquele que hoje é prisioneiro
político teve a iniciativa de um programa para erradicar a fome.
Que gosto tem a farinata? Essa granola, reservada exclusivamente para os
pobres, que lembra a ração servida aos animais de estimação, e da qual ninguém
conhece a composição, foi apresentada em 2017 pelo (então) prefeito conservador
de São Paulo, João Doria, como uma revolução na luta contra a fome no país. O
que importa, no final, é que os especialistas entenderam que a farinata
ampliaria a desigualdade ao invés de reduzi-la.
E isso seria um “passo atrás no progresso alcançado nas últimas décadas
no campo da segurança alimentar”, segundo o conselho regional de nutrição. No
Brasil, como em outros lugares, o termo “revolução” continua sendo usado em
favor de projetos reacionários. No início dos anos 2000, Luiz Inácio Lula da
Silva, hoje preso político condenado sem prova, iniciou sua presidência com a
ambiciosa campanha “Fome Zero”. “Precisamos superar a fome, a miséria e a
exclusão social. Nossa guerra não é matar ninguém, mas salvar vidas ”, disse
ele na ocasião.
O emblema da campanha – um prato, uma faca e um garfo sobre uma bandeira
brasileira – evocava “a maravilha das sensações saciadas” citada pelo escritor
Jean-Marie Le Clézio. Mas também o gosto de tudo que falta, além do arroz e do
feijão. E especialmente esperança. Em 2014, no coração do popular bairro de
Campo Limpo, Lula convidou a todos para medir o progresso do gigante
sul-americano desde o início dos anos 2000: “Antes, a mãe que ia fazer compras
devolvia o carrinho vazio porque tudo estava inacessível. A carne tornou-se
acessível, podemos nos dar ao luxo de ir a restaurantes, viajar, ir à
universidade. Quem teria imaginado isso? Companheiras, diga a seus filhos que
antes, a esperança não era permitida.”
Embora várias aspirações tenham desaparecido desde a eleição de Jair
Bolsonaro como presidente, alguns cidadãos parecem determinados a travar uma
luta extremamente política para ganhar a candidatura de Lula ao Prêmio Nobel da
Paz de 2019 em nome de “correlação entre a garantia dos direitos humanos pelos
povos, especialmente saúde e segurança alimentar, e a construção internacional
da paz”, segundo o Comitê de Solidariedade Internacional para a defesa de Lula
e da democracia no Brasil. (…)
Fonte https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/jornal-frances-pede-o-nobel-da-paz-para-lula/
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