quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Os holandeses no Brasil


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        A invasão holandesa no Nordeste brasileiro fez parte de um processo político que envolveu a Espanha, a Holanda e Portugal. Em 1580, com a formação da União Ibérica, o Brasil ficou sob domínio da Espanha. Nessa época, os Países Baixos (Holanda e Bélgica) também eram governados pelos espanhóis. As cidades da Holanda, no entanto, estavam atravessando um período de grande desenvolvimento comercial.
        Em 1581, depois de muitas lutas, os holandeses proclamaram sua independência, que não foi aceita pelos espanhóis. Os holandeses decidiram, então, invadir o Brasil, que, por causa da União Ibérica, era considerado território espanhol.
        Os holandeses tinham um grande interesse no Nordeste brasileiro, pois, naquela época, os engenhos da Bahia e de Pernambuco eram os maiores produtores de açúcar da Colônia, e o preço desse produto estava em alta no mercado europeu.
        Com isso, em 1624, os holandeses invadiram Salvador, mas encontraram forte resistência da população. Depois de muitas disputas, eles foram expulsos da cidade em 1625. Passados alguns anos, os holandeses invadiram e dominaram a capitania de Pernambuco. Em seguida, eles invadiram outras capitanias do Nordeste, estabelecendo seu domínio sobre grande parte dessa região.
        Além disso, os holandeses invadiram e dominaram a Angola, na África, para garantir o fornecimento de escravos para trabalhar nos canaviais e engenhos do Nordeste.
        Depois de assegurada a conquista holandesa da capitania de Pernambuco e das áreas vizinhas, a Companhia das Índias Ocidentais e as autoridades holandesas enviaram o conde alemão Mauricio de Nassau para governar a região.
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Maurício de Nassau
        Durante o seu governo, entre 1637 a 1644, Nassau restabeleceu a região e tornou-se conhecido por ser tolerante e empreendedor. Ele assegurou a igualdade de direitos a todos os moradores, independentemente de sua nacionalidade, desde que pagassem os impostos. Também concedeu liberdade de culto aos católicos luso-brasileiros e aos judeus, que chegavam à região em grande número.
        Nassau realizou diversas melhorias urbanas em Recife, calçando ruas, drenando pântanos e construindo pontes. Além disso, ordenou a construção de um zoológico, de um jardim botânico e de um museu artístico.
        Em sua comitiva, Nassau trouxe cerca de cinquenta estudiosos de diversas áreas, como artistas, médicos, botânicos, astrônomos, entre outros.
        As pinturas e desenhos feitos pelos artistas europeus faziam parte de um estudo documentado das características da flora, da fauna e dos habitantes do Brasil.
        Unindo o interesse científico ao talento artístico, as produções desses artistas serviram como principal fonte de informação durante décadas. Além disso, tornaram-se a base da imagem que os habitantes da Europa desenvolveram acerca do Brasil.

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