A
invasão holandesa no Nordeste brasileiro fez parte de um processo político que
envolveu a Espanha, a Holanda e Portugal. Em 1580, com a formação da União Ibérica,
o Brasil ficou sob domínio da Espanha. Nessa época, os Países Baixos (Holanda e
Bélgica) também eram governados pelos espanhóis. As cidades da Holanda, no
entanto, estavam atravessando um período de grande desenvolvimento comercial.
Em
1581, depois de muitas lutas, os holandeses proclamaram sua independência, que
não foi aceita pelos espanhóis. Os holandeses decidiram, então, invadir o
Brasil, que, por causa da União Ibérica, era considerado território espanhol.
Os
holandeses tinham um grande interesse no Nordeste brasileiro, pois, naquela
época, os engenhos da Bahia e de Pernambuco eram os maiores produtores de
açúcar da Colônia, e o preço desse produto estava em alta no mercado europeu.
Com
isso, em 1624, os holandeses invadiram Salvador, mas encontraram forte resistência
da população. Depois de muitas disputas, eles foram expulsos da cidade em 1625.
Passados alguns anos, os holandeses invadiram e dominaram a capitania de Pernambuco.
Em seguida, eles invadiram outras capitanias do Nordeste, estabelecendo seu
domínio sobre grande parte dessa região.
Além
disso, os holandeses invadiram e dominaram a Angola, na África, para garantir o
fornecimento de escravos para trabalhar nos canaviais e engenhos do Nordeste.
Depois
de assegurada a conquista holandesa da capitania de Pernambuco e das áreas
vizinhas, a Companhia das Índias Ocidentais e as autoridades holandesas
enviaram o conde alemão Mauricio de Nassau para governar a região.
Maurício de Nassau |
Durante
o seu governo, entre 1637 a 1644, Nassau restabeleceu a região e tornou-se
conhecido por ser tolerante e empreendedor. Ele assegurou a igualdade de
direitos a todos os moradores, independentemente de sua nacionalidade, desde
que pagassem os impostos. Também concedeu liberdade de culto aos católicos
luso-brasileiros e aos judeus, que chegavam à região em grande número.
Nassau
realizou diversas melhorias urbanas em Recife, calçando ruas, drenando pântanos
e construindo pontes. Além disso, ordenou a construção de um zoológico, de um
jardim botânico e de um museu artístico.
Em
sua comitiva, Nassau trouxe cerca de cinquenta estudiosos de diversas áreas,
como artistas, médicos, botânicos, astrônomos, entre outros.
As
pinturas e desenhos feitos pelos artistas europeus faziam parte de um estudo
documentado das características da flora, da fauna e dos habitantes do Brasil.
Unindo
o interesse científico ao talento artístico, as produções desses artistas
serviram como principal fonte de informação durante décadas. Além disso,
tornaram-se a base da imagem que os habitantes da Europa desenvolveram acerca
do Brasil.
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