Na manhã desta segunda-feira
(17/09), Fernando Haddad (PT), candidato à presidência pela coligação “O povo
feliz de novo” participou de sabatina promovida por UOL, Folha de S. Paulo e
SBT. Durante a entrevista, Haddad falou sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
discutiu diversas propostas de governo, reformas e medidas para reverter a
crise e as consequências do golpe, além de debater sobre a importância de
fortalecer as instituições e refundar a democracia no Brasil.
Haddad falou sobre as
diversas conquistas dos governos de Lula, e reafirmou o papel do ex-presidente
como liderança internacional. “Lula foi o maior presidente desse país, que
incluiu milhões de brasileiros que não tinham acesso a nada: emprego, renda,
habitação, luz, etc”, disse. Haddad elogiou também a política econômico
do governo Lula: “nós sabemos que Lula foi o presidente que mais reduziu a
dívida pública, sem aumentar imposto”.
O ex-ministro da educação
reafirmou que Lula é seu interlocutor permanente e que o ex-presidente é um
estadista que está sendo injustiçado. Haddad afirmou que, na opinião de
centenas de juristas nacionais e internacionais, processo contra Lula não tem sustentação:
“é um processo cheio de vícios que quero crer que isso vai ser corrigido”.
Perguntado sobre possíveis
indultos, Haddad fez questão de reafirmar a posição do ex-presidente sobre o
assunto, relembrando carta de Lula por ocasião do registro da sua candidatura
em 15 de agosto: “eu não troco minha dignidade pela minha liberdade. O que eu
quero é que os tribunais superiores reconheçam que não há prova no processo
contra mim e me absolvam”, como é praxe no Judiciário, uma instância superior
corrigir eventuais falhas de instâncias inferiores “. Haddad disse acreditar
que Lula terá justiça e será absolvido, lembrando que a questão está colocada
também no âmbito internacional.
Economia
Em seu primeiro ano de
governo, Haddad prevê uma série de reformas: bancária, para enfrentar a
cartelização; tributária e fiscal. Ele também apontou ser crucial
acabar com o teto de gastos estabelecido por Temer.
Segundo o candidato, “chegou
o momento de enfrentar os bancos. 80% do crédito não mão de cinco bancos.
Existe uma cartelização”. Com a reforma bancária que nós vamos fazer, os juros
vão cair muito para o tomador final”, disse. Sua proposta é no sentido de
estimular que se cobrem menos juros: quem cobra mais juros vai pagar mais
imposto e quem cobre menos juros pagar menos imposto, explicou. Haddad se
diz animado com as cooperativas de crédito, que deverão ser estimuladas.
Para Haddad, a reforma
bancária também é fundamental para às empresas brasileiras, que estão ‘acuadas’
com a distorção imensa em relação aos juros e o BNDES será um fomentador ao
crédito: “os juros para o tomador final vão cair muito no BNDES com a nossa
proposta”, afirmou.
A reforma tributária também
prevê isentar de Imposto de Renda as pessoas que ganham até cinco salários
mínimos, como forma de aumentar o consumo das famílias, o que aqueceria a
economia de imediato. “A população não quer a continuação da política econômica
do Temer como querem Alckmin e o centrão.”
Ao comentar sobre a crise
econômica, Haddad afirmou que “a instabilidade política fez o investimento
privado retrair, o que prejudicou todo mundo”. “Ato político da oposição”,
denunciou. Ele também confrontou o mercado na entrevista, ao ser
questionado se atenderia ou não as demandas deste ente incensado pela imprensa
conservadora: “O mercado apoiou o governo FHC, que dobrou a dívida pública. Por
que não faz autocrítica? Chamar os pobres pra pagar as contas da crise não é
razoável”, disse. “Precisamos de algum tipo de aquecimento imediato.
Aumenta a renda das famílias da média e baixa renda é fundamental”,
acrescentou.
Sobre a Previdência, Haddad
foi enfático ao dizer que só os pobres pagarem não é justo e considerou que, em
um primeiro momento, a reforma teria que ser feita nos regimes próprios de
previdência, porque os prefeitos e governadores não vão mais conseguir pagar
suas folhas de pagamento e “para o restante abriremos um discussão e diálogo
com a sociedade. Não podemos ter tabus para discutir as variáveis”.
Política
de alianças
Sobre coligações em seu governo, Haddad afirmou também que pretende compor um
campo de apoio democrático popular, para formar um governo que vai salvar o
Brasil da atual crise.
O candidato observou
que é “da minha personalidade, sem perder a firmeza de propósitos, abrir um
espaço para construir consensos”, ressaltando que “não se brinca com a
democracia. Estamos em um momento delicado. Ou nós vamos defender a
Constituição às últimas consequências, ou nós vamos defender a democracia às
últimas consequências, ou teremos uma solução autoritária”.
Segurança
Haddad analisou que hoje, no país, “o encarceramento em massa está acontecendo. Estão prendendo pessoas por tráfico de drogas e quando você vai ver a quantidade de drogas apreendida é irrelevante. E assim, o verdadeiro traficante segue solto.”
Segurança
Haddad analisou que hoje, no país, “o encarceramento em massa está acontecendo. Estão prendendo pessoas por tráfico de drogas e quando você vai ver a quantidade de drogas apreendida é irrelevante. E assim, o verdadeiro traficante segue solto.”
A proposta do plano de
governo do PT é a federalização da investigação de alguns crimes, especialmente
aqueles ligados ao crime organizado. A ideia é que a polícia federal possa
combater esses crimes com sua inteligência integrada, deixando as polícias
estaduais meios sobrecarregadas para resolver os demais crimes.
Política
industrial
Ao ser questionado para política industrial, Fernando Haddad falou sobre a centralidade da política de conteúdo nacional. Explicou que política de incentivo à indústria necessita de estudos, transparência de debate público.
Ao ser questionado para política industrial, Fernando Haddad falou sobre a centralidade da política de conteúdo nacional. Explicou que política de incentivo à indústria necessita de estudos, transparência de debate público.
Haddad denunciou o desmonte
da indústria naval com as políticas de Temer. Indústria naval esta que, durante
os governos do PT, demonstrou eficiência na produção e gerou muitos empregos.
Corrupção
Abordado sobre a operação Lava-Jato e corrupção, Haddad disse que irá aperfeiçoar uma parte da legislação, principalmente no que diz respeito a delatores “mentirosos”. Isso porque, segundo ele, há casos de delatores que mentiram e estão em gozo de liberdade. “Vamos procurar o Ministério Público e o Judiciário para estabelecer leis para os delatores mentirosos e para os corruptores, que hoje se defendem dizendo que foram obrigados a pagarem propinas, quando na verdade eles que organizam os cartéis”.
Abordado sobre a operação Lava-Jato e corrupção, Haddad disse que irá aperfeiçoar uma parte da legislação, principalmente no que diz respeito a delatores “mentirosos”. Isso porque, segundo ele, há casos de delatores que mentiram e estão em gozo de liberdade. “Vamos procurar o Ministério Público e o Judiciário para estabelecer leis para os delatores mentirosos e para os corruptores, que hoje se defendem dizendo que foram obrigados a pagarem propinas, quando na verdade eles que organizam os cartéis”.
Para Haddad, nossa
legislação é muito fraca com corruptores e ajustes têm que ser feitos em
parceria com o Ministério Público para que não paire dúvidas e se fortalecem as
instituições.
Regulação
da mídia
O candidato petista se diz a favor que não haja excesso de propriedade, principalmente a propriedade cruzada dos meios de comunicação, citando como exemplo que há famílias, em várias localidades, que concentram emissoras de rádio, de TV e jornais, e o país não tem uma legislação que impeça essa concentração, como há outros países. Nesse sentido, para Haddad, o Estado tem que regular.
O candidato petista se diz a favor que não haja excesso de propriedade, principalmente a propriedade cruzada dos meios de comunicação, citando como exemplo que há famílias, em várias localidades, que concentram emissoras de rádio, de TV e jornais, e o país não tem uma legislação que impeça essa concentração, como há outros países. Nesse sentido, para Haddad, o Estado tem que regular.
Instabilidade
no país
Ao ser perguntado sobre recentes afirmações de possíveis fraude nas eleições, Haddad disse que, mais uma vez, há indício que um candidato vai questionar o resultado das eleições, como aconteceu em 2014.
Ao ser perguntado sobre recentes afirmações de possíveis fraude nas eleições, Haddad disse que, mais uma vez, há indício que um candidato vai questionar o resultado das eleições, como aconteceu em 2014.
“Tenho companhia em minhas
opiniões. Tasso Jereissati disse o mesmo que falei”, explicou Haddad. Ele se
referia ao que o presidente do PSDB chamou de ‘erros’ em entrevista na última
semana, ao explicar que o PSDB não deveria ter questionado o resultado
eleitoral que o TSE proclamou em 2014, além de ter aprovado pautas bombas no
Congresso para desestabilizar o país e apoiar o governo Temer.
Para ele, não se pode haver
mais sabotagem. “Estão há quatro anos sabotando o país. Eu penso que o
Congresso Nacional está consciente das tarefas que precisamos cumprir. Nós
precisamos de paz e serenidade.”
O candidato do PT também
relembrou que em 2013 e 2014 a economia necessitava de alguns pequenos ajustes,
sabotados pelo Congresso, mas a crise econômica de 2015 e 2016 não pode ser
explicada por esses pequenos erros. “Houve uma instabilidade política que fez o
investimento privado cair. Foi um ato político da oposição visando ganhar o
poder”.
FONTE: https://lula.com.br/sabatina-uol/
Nenhum comentário:
Postar um comentário