quarta-feira, 28 de junho de 2017

A Guerra Fria

            Realizada pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial, a Conferência de Yalta serviu para que os Aliados não apenas coordenassem a fase derradeira da luta contra o Nazismo, mas também decidissem a organização do mundo no pós-guerra. Nessa conferência, EUA e URSS definiram os padrões da nova ordem mundial, cabendo à Grâ Bretanha uma posição coadjuvante.

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            Proclamações em favor da paz e do entendimento, contudo, como as que acompanharam a fundação da ONU, em 1945, mostraram-se incapazes de superar as divergências ideológicas entre norte-americanos e soviéticos. Formaram-se, desse modo, duas grandes áreas de influência em escala planetária: a capitalista e a socialista, sob a hegemonia, respectivamente, dos EUA e da URSS.
            Durante quase toda a segunda metade do século XX, as duas superpotências disputaram áreas de influência no mundo com o objetivo de conquistar a supremacia política, econômica, militar e cultural. Esse período de tensão ficou conhecido como Guerra Fria.
            Em 1947, o então presidente dos EUA, Harry Truman, solicitou ao Congresso norte-americano apoio aos povos que quisessem resistir à ofensiva ideológica do bloco soviético. A chamada Doutrina Truman serviu de orientação para mapear a política externa dos Estados Unidos ao estabelecer que o comunismo deveria ser combatido a qualquer custo, até mesmo por meio de uma intervenção militar norte-americana nos países “ameaçados por Moscou”.
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Harry Truman
            Ainda em 1947, os EUA lançaram um arrojado programa econômico de investimentos e de recuperação dos países europeus destruídos pela guerra visando principalmente combater a influência do socialismo na Europa Ocidental. Proposto pelo secretário de Estado norte-americano, George Marshall, o programa ficou conhecido como Plano Marshall.
            Para isso, o plano concedeu aos países beneficiados empréstimos e auxílios diversos a juros irrisórios, contribuindo efetivamente para a reconstrução europeia e para criar uma enorme simpatia da população europeia pelos Estados Unidos, neutralizando em certa medida a ameaça soviética. Em 1949, como resposta, os soviéticos lançaram seu próprio programa de ajuda econômica para o Leste Europeu. Denominado Conselho para Assistência Econômica Mútua, o plano ficou conhecido como COMECON.
            Em 1949, diante do crescimento da tensão nas relações entre os mundos capitalista e socialista, foi fundada, por iniciativa dos Estados Unidos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Tratava-se de uma aliança político-militar composta originalmente por EUA, França, Itália, Portugal. Posteriormente, a Alemanha Ocidental, a Grécia e a Turquia também ingressaram na aliança.
            A militarização também tomou conta dos serviços de inteligência desses países, colocados em maior ou menor grau sob a hegemonia da Agência Central de Inteligência (CIA) e de outros órgãos de informações dos EUA. A resposta soviética viria em 1955, com a formação do Pacto de Varsóvia, aliança militar que reunia os países do Leste Europeu, como a Polônia, Tchecoslováquia, Hungria e, posteriormente, a Alemanha Oriental. O serviço de inteligência da URSS ficou sob a responsabilidade do Comitê de Segurança do Estado (KGB).
            A corrida armamentista entre as duas potências mundiais fez com que as industriais bélicas aumentassem seus lucros e absorvessem um número grande de trabalhadores.
            A divisão da Alemanha em quatro zonas administrativas, estabelecidas na Conferência de Potsdam, ao final da Segunda Guerra, não durou muito tempo. Em 1949, as zonas controladas pelos países ocidentais fundiram-se formando a República Federal da Alemanha (RFA), também conhecida como Alemanha Ocidental. Na zona controlada pela URSS, formou-se a República Democrática Alemã (RDA), também chamada Alemanha Oriental.
            Os dois Estados tiveram uma evolução bem diferente. Com a interferência dos Estados Unidos, os alemães ocidentais realizaram uma reforma econômica que apresentou resultados positivos a partir da década de 1950. Foi implantado um modelo de economia de mercado que teve um de seus pontos altos a criação do novo marco alemão. A proposta econômica era essencialmente capitalista, porem o Estado assumia a tarefa de garantir educação e serviços médicos e previdenciários para a população, criando condições sociais mais favoráveis à reconstrução do país. Era o Estado de bem-estar social.
            Da mesma forma como a Alemanha, ao final da Segunda Guerra, a cidade de Berlim foi dividida em quatro zonas de administração. Em 1949, a cidade, situada em território da Alemanha Oriental, foi dividida em dois lados: Oriental, sob controle da RDA, e Ocidental, administrado pelas potencias capitalistas. No ano de 1961, a separação ganhou um símbolo de enorme impacto: a construção de um muro que separava, fisicamente, as duas cidades.

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Muro de Berlim


            Erguido por iniciativa do governo da Alemanha Oriental, o muro dividiu as duas cidades de Berlim em zonas distintas, cortando bairros e até cemitérios. A obra foi realizada para impedir a fuga dos habitantes de Berlim Oriental para o lado capitalista. O Muro de Berlim tornou-se um triste símbolo da Guerra Fria. Milhares de famílias foram separadas e pelo menos 136 pessoas foram mortas ao tentarem fugir para Berlim Ocidental. 

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