sábado, 12 de março de 2016

O fim da Monarquia e início da República

         Este resumo tem como finalidade esclarecer algumas dúvidas das turmas do 9º ano da Escola Estadual Moacyr de Mattos e da turma do 3º ano da Escola Estadual Monsenhor Rocha. O assunto abordado em sala de aula girou em torno das transformações políticas e sociais do Brasil no final do século XX. Deve-se enfatizar que todos os aspectos dessas transformações são fundamentais para se entender a atual situação do nosso país.
          Um dos pontos importantes para se entender o período em questão é compreender as diferenças entre dois regimes políticos distintos: a Monarquia e a República. O primeiro se refere a uma forma de governo em que o imperador exercer o controle supremo da nação e, além disso, é hereditário (passa de pai para filho). Já o segundo consiste numa forma de governar onde o poder, segundo a Constituição (conjunto de leis) emana do povo, é a sociedade quem escolhe seus governantes.
         No dia 15 de Novembro de 1889 (não se preocupem em decorar datas) aconteceu um movimento no país que promoveu um golpe de Estado, e a Monarquia deixou de existir e a República foi instituída. Deve-se ressaltar que, a princípio, a nova forma de governo afirmava que a população teria ampla participação nas esferas públicas da administração. No entanto, parte significativa da sociedade foi excluída da participação do governo. Além disso, a população assistiu bestializada, segundo o historiador José Murilo de Carvalho, a todas as manifestações militares do período. Em outras palavras, a sociedade não sabia exatamente o que estava acontecendo.
       A primeira Constituição do período republicano consolidou as mudanças no período. Primeiramente aconteceu a separação entre Estado e Igreja, e a religião católica deixou de ser a religião oficial do Brasil. Com isso, passou a acontecer o casamento civil e o governo passou a registrar o número de pessoas que morriam no país. Outra mudança significativa consistiu na eleição direta para o governo federal, onde os homens maiores de 21 ano poderiam exercer o direito de voto (as mulheres foram excluídas, pois nem foram citadas na Constituição). Além disso, foi criado o federalismo, em que as províncias foram transformadas em Estados e tiveram a oportunidade de criar suas próprias leis.
            O governo que falava em democracia e participação de todos no governo ficou caracterizado pelo regime das Oligarquias, em que o poder político estava concentrado nas mãos de poucas pessoas, principalmente produtores de café. É o período conhecido como política do café com leite, no qual os dois Estados mais importantes da federação, Minas Gerais (produtor de leite) e São Paulo (produtor de café) se alternavam na presidência da República. Ou seja, o poder estava somente nas mãos dos dois Estados.
Nesse momento, cresceu no país o movimento conhecido como coronelismo. Tal movimento ficou marcado pelo poder manipulador que os coronéis exerciam no município. Eles estabeleceram o chamado voto de cabresto, em que a população deveria votar somente no candidato do coronel, caso contrário poderiam ser castigados pelos capangas. Deve-se enfatizar que as eleições não eram secretas, facilitando o controle por parte dos mandatários da região, resultando num controle absoluto diante dos eleitores.                                     
                         
            Um dos episódios marcantes do período foi o massacre empreendido sobre o arraial de Canudos, em que o governo republicano, que falava de democracia, agiu com brutalidade diante dos sertanejos que ansiavam por uma condição melhor de vida. Antônio Conselheiro, líder da comunidade, era contrário às leis republicanas, principalmente o pagamento de impostos e o casamento civil. Com isso, Conselheiro e os demais sertanejos foram considerados subversivos e, sobretudo, foram encarados como monarquistas. O governo republicano decidiu destruir o arraial de Canudos. Com essa finalidade, foram organizadas quatro expedições, pois as três primeiras foram destruídas pelos moradores do local, que conheciam a região. Contudo, na última expedição, que contou com mais de trinta mil soldados, o arraial de Canudos foi sumariamente destruído, numa guerra em que não houve prisioneiros, pois os republicanos mataram todos que capturava. (Prática da gravata vermelha, em que os prisioneiros eram degolados de uma forma cruel). 
         Por fim, a cidade da capital do país, o Rio de Janeiro, era marcada pela sujeira e disseminação de graves doenças. Na tentativa de solucionar o problema das doenças, o sanitarista Oswaldo Cruz criou uma vacina e obrigava a população a toma-la, gerando uma revolta no país, a chamada Revolta da Vacina. Com isso, a população se revoltou e organizou diversos movimentos na cidade que atacava as delegacias, pois todos acreditavam que a vacina era para exterminar as pessoas. (Não houve uma campanha de conscientização sobre a importância da vacinação).
         Além disso, diversas casas foram destruídas pelo prefeito Pereira Passos, na tentativa de melhorar o aspecto visual da cidade que era a capital da República. A população mais carente ficou sem moradia, sendo obrigada a se abrigar nos morros, surgindo, dessa forma, as primeiras favelas da cidade.
Espero ter contribuído para o esclarecimento de dúvidas inerentes aos temas abordados em sala de aula. Até breve.

                                                                                                                                     Moisés Rodrigues

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